14/12/2017

Efeito-solo (round 1)

O Efeito-solo não é um aparato aerodinâmico propriamente dito, é um tema muito mais amplo, complexo e que envolve muitos conceitos aerodinâmicos e leis da física. Coisa para projetistas gênios, como veremos a seguir.
Já falamos (dentro de nossa baixa capacidade técnica) dos conceitos aerodinâmicos neste post e neste post, ainda assim vale carregar na introdução antes de chegar em nosso assunto principal...
No começo das competições o trabalho dos engenheiros para deixar os carros mais rápidos praticamente se resumia a 2 frentes; diminuir o peso e/ou aumentar a potência dos motores. O sucesso destas receitas, obviamente, chegou ao limite obrigando os projetistas a buscar outros tipos de soluções em áreas até então menos exploradas, tais como pneus, suspensões, aerodinâmica, etc.
Neste contexto, a aerodinâmica passou a ser um fator essencial para se criar um carro vencedor, principalmente a partir da década de 1960. 
Os objetivos, resumidamente, são incrementar o “downforce” para aumentar a estabilidade em curvas, diminuir o índice de arrasto (coeficiente de penetração aerodinâmica ou “cx”) para aumentar as velocidades em reta, manter o equilíbrio para frenagens mais estáveis, aumentar a capacidade de aceleração e/ou tração, ajudar também no trabalho das suspensões em pistas irregulares e, por fim, ajudar a poupar os pneus. 
Bem simples, não? 
No início, por vezes, os projetistas podiam contam apenas com os conceitos teóricos de física e engenharia, pois ainda não existem receitas comprovadas na pista (entende-se por carros vencedores)Por isso, não são raros os casos que pouco ou nada pode ser aproveitado de um projeto vencedor para outro e porque era, até comum, aparecerem tantos "carros revolucionários", quem lembra dos carros de 6 rodas, ventiladores, etc.
Talvez isso ajude, também, a explicar porque nas categorias top, como a F1, tantas equipes iam do céu ao inferno, e vice-versa, de uma temporada para outra. Não que isso não aconteça hoje em dia, mas o fator financeiro passou a influenciar mais também.
Jim Hall
Pois bem, hora de voltar ao nosso assunto principal.
Um dos artifícios para ajudar a manter os carros mais “pregados” no chão é uma solução aerodinâmica chamada “efeito solo”.
O piloto e projetista americano Jim Hall é considerado o pioneiro na aplicação deste conceito nas pistas, em 1961 Hall utilizou um assoalho externo para criar pressão de ar negativa e sugar o carro no solo nos seus “Chaparral” para a CAN-AM
Em 1970 ele lançou o Chaparral 2J que ficaram conhecidos como "carro sugador", o apelido veio dos ventiladores instalados na traseira e das "saias" nas laterais inferiores, assim o ar que passava por baixo do carro era "capturado". Era mantida uma altura mínima entre as saias do carro e a pista, isso criava uma espécie de vácuo que sugava o carro em alta velocidade.
Na F1 houve diversas tentativas para criar o efeito solo, mas falamos neste  post...

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