08/07/2019

Futurliners (Parada do Progresso)

Em 1936 a GM, através do diretor de pesquisas Charles “Boss” Kettering, criou a “Parade of Progress”, a ideia era criar uma exposição itinerante para promover os seus carros e tecnologias futuristas (para a época), tais como motores a jato, avanços na engenharia de tráfego, som estereofônico, fornos de micro-ondas, televisão, entre outras...
A caravana foi inicialmente planejada para percorrer uma rota de 150 paradas através dos Estados Unidos e Canadá. No começo usaram oito caminhões Streamliner personalizados, mas que anos depois foram substituídos pelos veículos FUTURLINER.
Os primeiros "Streamliners"
Os FUTURLINERS, foram batizados sem o “E” para que a GM pudesse registrar a marca, eram grandes veículos com design futurista, montados sob chassis GMC e pintados na cor vermelha. 
Entre 1939 e 1940 a GM fabricou 12 unidades ao custo de US$ 100.000 cada unidade, ou aproximadamente US$1,67 milhão atuais.
Esses "monstros" tinham oito rodas, quatro em cada eixo, 3,5 metros de altura, 2,4 metros de largura, 10 metros de comprimento e pesavam 14 toneladas, nessa “primeira geração” usavam um motor diesel de 4 cilindros e transmissão manual, para “conduzir” os Futurliners foram especialmente treinados 50 motoristas.
Alcançando a velocidade máxima de 64 km/h, não foi à toa que logo ganharam o apelido de “elefante vermelho”!
Muitas peças e placas cromadas foram usadas para ressaltar o ar tecnológico, o design da cabine de 3 ocupantes foi projetado por Raymond Smith, inspirado no bombardeiro Boeing B29 da Segunda Guerra Mundial, mas tiveram que ser alteradas por causa do calor excessivo.
Como um veículo conceitual funcional eles tinham muitas singularidades, ou problemas, suas rodas dianteiras duplas tinham o seu próprio conjunto de freios a tambor e rolamentos. 
Quase todos modelos tiveram problemas na bomba de direção hidráulica, provavelmente pelo enorme esforço para girar as rodas, no entanto, um dos priores pontos do veículos era os freios fracos, tanto que para garantir a segurança foram instalados receptores de rádio no comboio e durante o comboio deveriam manter 100 metros de distância entre um e outro.
Voltando ao propósito, cada veículo tinha um tema específico e em cada parada eles ficavam em torno de uma grande tenda e um quiosque de informações, a comitiva ainda contava com outros 32 veículos de apoio.
A tour da “parade of Progress” foi interrompida pela Segunda Guerra Mundial, em 1941, neste período os veículos retornaram para a GM onde foram reformados e voltaram a estrada em 1953. 
Nesta “segunda geração” os FUTURLINERs passaram a usar um motor GMC OHV 6 cilindros de 302 polegadas e caixa de câmbio automático de 4 velocidades “Hydramatic plus”, com estas melhorias a velocidade final passou 80 km/h.
A parada continuou por mais alguns anos até ser interrompida definitivamente em 1956, pois gradativamente a curiosidade do público foi diminuindo, afinal muitos dos temas abordados deixaram de ser novidade pela crescente popularidade das redes de televisão, ironicamente uma das tecnologias que eram abordadas pelos próprios Futurliners.
Entre 1939 e 1956 estima-se que aproximadamente 13 milhões de pessoas, em quase 300 cidades nos Estados Unidos e Canadá, viram os shows gratuitos proporcionados pela parada.
Após o fim dos eventos a maioria dos Futurliners foi vendida e os restantes doados à polícia de Michigan.
Dos doze veículos originais um foi destruído em um acidente ainda durante a parada em 1956, mas existem registros que nove sobreviveram até hoje. 
Atualmente são muito valorizados como peças de coleção, para se ter uma ideia em 2014 o #10 foi indicado para inclusão no “National Historic Vehicle Register”, o #11 foi recentemente totalmente restaurado e leiloado por US$4.000.000, todo o lucro foi revertido à Fundação das Forças Armadas dos EUA.
Para saber mais: http://www.futurliner.com/

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