02/12/2019

Carrera Panamericana - Parte 2

Começamos a história desta incrível corrida aqui, hora de continuar a falar desta jornada...
Na terceira edição da "Carrera Panamericana", em 1953, os organizadores tentaram melhorar a organização dos competidores, dividindo os carros em duas classes (esportivos e carros de produção) e quatro sub-classes (pela capacidade cúbica do motor); 
A) Sport Cars:
- Small Sports Cars, carros esportivos com motores abaixo de 1600 cc. 
- Large Sports Cars, carros esportivos com motores acima de 3500 cc. 
B) Stock Cars:
- Small Stock Cars, carros de produção com motores abaixo de 1600 cc.
- Large Stock Cars, carros de produção com motores acima de 3500 cc.
Para se ter uma ideia do prestígio esportivo que a prova atingiu naquela altura, a Carrera Panamericana foi a última etapa da temporada do "World Sportscar Championship" de 1953.
As marcas Lincoln e Lancia vieram com equipes de fábrica e levaram 1-2-3 em suas respectivas categorias, a equipe campeã de 1952, Mercedes-Benz, não participou porque decidiu manter o foco na F1. A Lancia trouxe cinco carros, sendo três D24´s com motores de 3,3 litros para os pilotos Felice Bonetto, Juan Manuel Fangio e Piero Taruffi e outros dois D24's de 3,0 litros para os pilotos Giovanni Bracco e Eugenio Castellotti. 
Na "Large Sports Cars" o vencedor foi Juan Manuel Fangio com um Lancia D24 e na "Small Sports Cars" venceu José Herrarte, da Guatemala, em um Porsche 550 Coupe. Já na categoria "Large Stock Cars" o vencedor foi Chuck Stevenson com um Lincoln Capri e na "Small Stock Cars", outro piloto americano C.D. Evans venceu com um Chevrolet 210 de seis cilindros. 
Fangio, 1953
Lamentavelmente, a edição de 1953 também ficou marcada pelo grande número de fatalidades. 
Ao todo 9 espectadores foram mortos, incluindo uma tragédia com 6 pessoas atropelados pelo Ford de Mickey Thompson, detentor do recorde de Bonneville Salt Flats. O carro de Thompson teve os freios bloqueados e capotou no mesmo local de outro acidente com Bob Christie e seu mecânico Kenneth Wood, onde várias pessoas estavam tentando ajuda-los.
Também ocorreu a trágica morte de Felice Bonetto quando este liderava a corrida. Ele perdeu o controle do carro ao entrar na vila de Silão, atingindo um edifício e morrendo instantaneamente. O Lancia D24 era aberto e de assento único, não havia co-piloto para alerta-lo dos perigos das pistas (estradas). 
Além destes acidentes, os italianos Antonio Stagnoli e seu co-piloto Giuseppe Scotuzzi, em uma Ferrari 375 MM, também perderam a vida...
Em 1954, sob mais protestos pela falta de segurança, ocorreu a quarta edição da prova. Realizada entre 19 a 23 de novembro, o percurso foi de Tuxtla Gutiérrez, Chiapas, até Ciudad Juárez, Chihuahua dividido em 8 etapas e no total 3.070 quilômetros, 150 carros começaram a corrida e apenas 85 terminaram. 
O vencedor deste ano foi Umberto Maglioli com uma Ferrari 375 Plus, ele completou a prova em 17 horas, 40 minutos e 26 segundos com a média de 173,69 quilômetros por hora (107,93 mph).
Infelizmente, manteve-se a sinistra reputação de fatalidades com mais 7 pessoas mortas, sendo quatro competidores, dois espectadores e um membro da equipe. 
Se antes do evento já havia forte pressão popular sobre o governo mexicano, após o registro das mais mortes a situação da corrida ficou insustentável, afinal, a corrida foi pensada justamente para trazer uma boa imagem ao México, mas tantas fatalidades faziam o país ser mostrado de forma muito negativa. 
Os dias da Carrera Panamericana pareciam estar contados, assunto para este post...

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