06/03/2020

Carrera Panamericana - Parte 3 (final)

Agora vamos fechar a história desta corrida icônica...
Na edição de 1955 as preocupações com a segurança e as despesas do governo para manter a prova só aumentavam, começando a colocar a continuidade da Carrera em risco, porém, foi uma outra comoção mundial (a tragédia em Le Mans naquele ano) que selou o destino da prova.
Por tudo isso ficou complicado ao governo Mexicano admitir que patrocinava algo que colocava a segurança da população em risco, então, a saída encontrada pelo presidente Adolfo Ruiz Cortines foi dizer que o objetivo de "divulgar as novas estradas e infraestrutura do México" foram atingidos. Papo furado total!
Fazendo um balanço das 5 edições, apenas um terço dos participantes terminava a corrida e os acidentes causaram a morte de 27 pessoas, uma das maiores taxas de mortalidade por corrida na história, não havia como continuar.
Mesmo cancelada a tantos anos, ainda hoje a Carrera Panamericana jamais foi esquecida e marcou profundamente a história do automobilismo. Não é a toa que a Porsche nomeia a versão mais esportiva dos seus carros como "Carrera", o nome "Panamera" foi inspirado na Panamericana (da mesma forma que os "Targa" é uma homenagem a Targa Florio). Os relógios da Heuer, marca conhecida por seus cronômetros, introduziu uma linha em 1953 chamada "Carrera Panamerica" que depois se transformou na linha "Carrera".
Temos que considerar os tantos personagens famosos do automobilismo que se envolveram com a prova; Bill France Sr., Curtis Turner, Red Byron, Raymond Parks, Mickey Thompson, Clay SmithTony Bettenhausen, Walt Faulkner, Jerry Unser, Bill Vukovich e outros. 

Além, claro, dos melhores pilotos da época: Alberto Ascari, Juan Manuel Fangio, Phil Hill, Carroll Shelby (que sofreu um acidente em 1954 e quebrou o braço), Dan Gurney, Richie Ginther, Jean Trévoux, Robert Manzon, Louis Chiron, Hermann Lang, Karl Kling, Hans Herrmann, Piero Taruffi, Umberto Maglioli e Felice Bonetto, enfim, a lista é quase infinita...
Em 1988 a corrida foi ressuscitada, mas com estágios fechados e a velocidades ilimitadas a 290 km/h, é disputada por uma média de 80 a 100 carros, organizados em 10 classes diferenciadas pela idade e autenticidade do carro. 
Ainda assim ocorreram novos acidentes fatais; 1999, Bernardo Obregóne seu co-piloto Alda Arnauda foram mortos depois que o Volvo PV544 saiu da estrada em Mil Cumbres. Em 2006, um co-piloto de 19 anos sobreviveu a um grave ferimento na cabeça que o deixou em coma depois que seu Jaguar E-Type bateu em uma floresta de pinheiros. Em 2012 mais duas mortes durante o evento, apesar que uma delas foi de ataque cardíaco.
Apesar de tanto perigo, é espantoso que o  evento ainda continua acontecendo, mas já sem grande relevância esportiva, mais voltado para honrar o legado deste grande desafio.
Vencedores da Carreira Panamericana. 
ANO | Piloto | Carro | Tempo
(1950) H. Mcgriff (EUA), Oldsmobile 88, 27h34"
(1951) Taruffi Pietro (ITA), Ferrari 212 Inter, 21h57"
(1952) Karl Kling (GER), Mercedes Benz 300 SL, 18h51"
(1953) Juan Manuel Fangio (ARG), Lancia D24, 18h11"
(1954) Maglioli Umberto (ITA), Ferrari 375 Plus, 17h40"

Nenhum comentário: