A “De Tomaso Automobili SpA” foi fundada pelo argentino Alejandro de Tomaso (1928-2003), em Modena, em 1959, no início produziu protótipos e carros de corrida, em 1970 produziram um carro de Fórmula Um para a equipe de Frank Williams. Os resultados foram modestos, mas o pior foi a tragédia que ocorreu na quinta prova da temporada, o Grande Prêmio da Holanda, quando o De Tomaso 505/38 capotou e pegou fogo, matando piloto Piers Courage.
O primeiro modelo de produção em série da De Tomaso foi o Vallelunga de 1963, era um carro esportivo que utilizava o motor Ford Cortina de 104 CV com velocidade máxima de 215 km/h, o projeto introduziu aspectos interessantes de tecnologia como um chassi de alumínio backbone, que se tornou uma característica dos carros De Tomaso. Os cinco primeiros carros foram produzidos em alumínio, mas o restante da produção teve carroceria de fibra de vidro.
De Tomaso Mangusta |
Em 1966 foi lançado o Mangusta que foi o primeiro modelo a atingir uma produção considerável (dentro das devidas proporções) de 400 unidades até 1971, utilizava motores americanos da Ford V8 de 4,7 litros, a carroceria foi projetada pelos estúdios Ghia, que na época também era controlada por Alejandro De Tomaso.
O sucessor do Mangusta foi o lendário Pantera, lançado em 1971, utilizando o motor Ford V8 351 Cleveland tinha linhas até então inovadoras, em forma de cunha, também desenhadas pela Ghia. De Tomaso conseguiu um acordo com a Ford para vender o Pantera nos EUA através das revendas Lincoln e Mercury, assim entre 1971 e 1973 foram vendidos 6.128 Panteras, até estourar a crise do petróleo.
De Tomaso Pantera |
Também houve algumas tentativas da empresa entrar no segmento de coupés de luxo, em 1971 o modelo Deauville foi lançado para concorrer com Jaguar e Mercedes-Benz. Utilizando os mesmos propulsores do Pantera, só que instalado na dianteira, e carrocerias de quarto portas. Porém, a qualidade de produção estava muito abaixo dos concorrentes e apenas 244 foram já feitos até 1985.
A queda de produção continuou durante a década de 1980, menos de 100 carros por ano, os carros passaram em grande parte a serem construídos a mão. Apenas em 1980 o modelo GT5, uma evolução do Pantera, foi lançado. Ele trazia algumas novidades como sistemas de freios mais eficientes, interior mais luxuoso, rodas e pneus maiores, além de mudanças na carroceria (para-lamas alargado) através de um kit de fibra de vidro. A fábrica não divulga, mas estima-se que foram produzidas cerca de 250 unidades do modelo GT5.
De Tomaso Pantera GT5 |
Em 1988 o fornecimento de motores Ford 351 Cleveland (vindos da Austrália) terminou e a fábrica passou a utilizar os Ford 351 Windsor. O designer Marcello Gandini comandou um “facelift” que incluiu reprojetar a suspensão, melhorias no chassi e um novo motor Ford, nascia o modelo Pantera 90 Si em 1990. Infelizmente apenas 38 das 90 unidades previstas foram vendidos e a fábrica parou a produção do Pantera definitivamente em 1993.
De Tomaso Guará |
Com a saída de cena do Pantera, o Guará tornou-se o modelo de produção da De Tomaso, as vendas iniciaram em 1993 e Carlo Gaino (responsável pelo Maserati Barchetta) assinou o projeto do projeto que utiliza peças de Ford e BMW.
Aos poucos a magia da empresa começou a dar sinais de declínio. No início da década de 2000 projetaram dois novos modelos que tornaram-se um fracasso. O Biguá foi desenvolvido em parceria com a empresa americana Qvale. Mal a produção começou a parceria foi desfeita, a Qvale assumiu o carro renomeado como o Qvale Mangusta. Em 2003 a Qvale foi comprada pela MG Rover e o corpo técnico foi utilizando como base do projeto MG XPower SV. Em 2002 a De Tomaso começou um projeto de veículos off-road em parceria com a empresa russa UAZ, mas também fracassou.
De Tomaso Biguá |
Os péssimos resultados financeiros obrigaram a De Tomaso entrar em liquidação voluntária em junho de 2004, embora a produção não tenha sido interrompida. Em 2009 a empresa foi comprada por Gian Mario Rossignolo que elaborarou um novo plano de recuperação da empresa prevendo produzir três modelos totalizando 8.000 veículos: 3.000 crossovers, 3.000 limousines e 2.000 esportivos.
Em 2011 no Geneva Motor Show, a De Tomaso apresentou um novo modelo chamado De Tomaso Deauville, um hatchback / crossover de cinco portas e tração nas quatro rodas.
Em maio de 2012, a fábrica teve que parar novamente as suas atividades após o seu plano de negócios não conseguir reunir apoio financeiro suficiente. Em julho de 2012, Gian Mario Rossignolo foi preso por fraude. A empresa apresentou um plano de acordo para pagamento das dívidas e a declaração de falência, em 6 de julho de 2012 o tribunal de Livorno (Toscana) declarou oficialmente com falida. Em Setembro de 2012, surgiram rumores de que a BMW estaria interessada na marca e na fábrica para produzir novos modelos BMW, mas nada se concretizou até então.
Os idealistas parecem ter cada vez menos espaço no mundo corporativo atual, um triste fim para os sonhos de Alejandro De Tomaso.
Deixamos uma lembrança do ronco americano de um superesportivo italiano feito por um argentino...
Deixamos uma lembrança do ronco americano de um superesportivo italiano feito por um argentino...
Nenhum comentário:
Postar um comentário