17/12/2021

Carros Feios F1 (Parte 11)

E seguimos nossa série sobre carros que foram desenhados em dias que os designers estavam de ressaca, agora vamos começar a falar de F1.
Tá certo que a ultima preocupação em um projeto de carro de corrida é "belezura", alguém também já disse que F1 "bonito" é aquele de ganha corrida.
Tudo isso é verdade, mas veremos alguns casos que nem se fossem campeões do mundo salvaria a sua reputação!
   
1) Eifelland-March Type 21
A Eifelland foi uma equipe alemã que disputou apenas 8 GPs em 1972, com o piloto alemão Rolf Stommelen.
O nome da equipe foi uma homenagem à empresa de carrocerias do proprietário  Günther Hennerici, uma da junção com as montanhas Eifel onde Hennerici nasceu.
O carro foi baseado no March 721, redesenhado pelo alemão Luigi Colani, mas a nova aerodinâmica causava superaquecimento e perda de downforce comprometendo a confiabilidade, em suma, além de feio foi pouco competitivo.
Equipe e piloto se desentenderam durante o campeonato e romperam o acordo, o melhor resultado foram dois 10° lugares nos GP's de Mônaco e Inglaterra.
2) Toleman TG183
Nas suas 4 primeiras corridas de F1 em 1984 Ayrton Senna se referia a ele "carinhosamente" como caminhão, por ser difícil e pesado de pilotar.
Projetado por Rory Byrne, que depois fez muito sucesso com a Benetton e na Ferrari, o TG183 estreou no final de 1982 pilotado por Derek Warwick, e no campeonato seguinte Bruno Giacomelli entrou na equipe. 
O carro chamava a atenção por ter asas traseiras duplas e radiadores montados na asa dianteira. 
As tais asas dianteiras inovadoras logo foram trocadas por um modelo mais tradicional, pois faziam a frente do carro se movimentar perigosamente em alta velocidade, além do motor Hart Turbo não ajudar.
Não foi um carro vencedor, nem precisa falar da aparência...
3) March 711
Lançado pela March para o campeonato de F1 de 1971, o 711 foi o segundo modelo da equipe March.
Em 23 corridas entre 1971 e 1972 conseguiu 5 pódios, todos com Ronnie Perteson, levando o piloto ao vice-campeonato e ao terceiro lugar entre construtores.
Portanto, não é um carro ruim, mas o 711 ficou marcado mesmo pelo estilo, digamos, inovador na frente, que faz não faltarem apelidos como "tábua de passar roupa" ou "bandeja de chá".
Foram construídos 4 chassis, sendo que 2 estão em museus e 2 não tem destino confirmado, um deles dizem está no Brasil. Será?

26/11/2021

Nas entranhas de um F1...

Garimpando no Youtube achamos esse vídeo sensacional sobre o funcionamento de um F1 moderno, em nossa opinião um mais didáticos sobre o tema que já vimos. Vale a pena investir um tempo para assistir, com calma!!!
Ele nos lembrou daquela polêmica de que, segundo Niki Lauda, até um macaco pilotaria um F1 moderno, mas esse vídeo prova outra coisa. 
Não dá para comparar a exigência de um F1 moderno com F1 de outras eras, será que Hamilton teria tanto sucesso na época do Fangio, e vice-versa?
Difícil saber, parece ser o mesmo que um jogador que foi fera em jogos de Atari e agora não consegue jogar no Xbox e vice-versa... 
Será que deu para entender?  😵😵😵

09/11/2021

Carrocerias (Parte 1)

Desde o século 20 as montadoras consideram fortemente 2 fatores para projetar um modelo; as influências do momento econômico e os costumes sociais da época.
Já do lado do consumidor é forte a crença de que o modelo do carro ajuda a definir a personalidade do dono, pelo menos para os olhos do vizinho que ele quer impressionar...
Logo, ao longo do tempo, a relação entre o estilo da carroceria e a faixa do mercado alvo ficaram bem estabelecidos, considerando, evidentemente, as exceções de sempre...
Podemos citar alguns exemplos no mercado dos EUA; Primeiro, a farta oferta de station Wagon (peruas) na década de 1950 quando as famílias voltaram a "viver" no pós guerra, fazendo grandes viagens através das novas estradas, depois, a época de prosperidade e quebra de costumes sociais no final dos anos 1960 que impulsionou o lançamento de modelos esportivos e beberrões (muscle cars), que durou até o começo dos 1970 quando estes modelos foram literalmente "exterminados" pela crise do petróleo...  
Então, vamos falar dos conceitos que define um um tipo de carroceria e sua relação com a faixa do mercado alvo:
Carroceria Sedan (ou Sedã)
Também chamados de "saloon" são os modelos com compartimentos, ou volumes, bem definidos: área do motor, área dos passageiros e área de bagagem. Por isso são chamados de 3 volumes.
Tecnicamente, é um carro com duas fileiras de bancos, espaço no banco de trás para até três adultos e compartimento traseiro de bagagem (porta malas) externo ao habitáculo dos passageiros, a tampa do porta malas é separada do vidro traseiro.
Na prática são os típicos modelos de "carro de família", aqueles que oferecem bom espaço interno, conforto e um maior capacidade de bagagem. Um dos grandes apelos de vendas destes modelos é serem excelentes para longas viagens com 4 ou até 5 pessoas.
A area do motor, normalmente, fica na dianteira, mas já tivemos modelos onde isso era o contrário como no Chevrolet Convair.
Obviamente, as montadoras criaram variações deste tipo de carroceria, como versões com 2 ou 4 portas, coupê (*), versões dois volumes e meio ou os fastback (*).
Alguns exemplos: Honda Civic, Fiat Cronos, Toyota Corola, Citroen C4 Lounge, VW Voyage.
(*) Veremos adiante o que são as variações destes conceitos.
Carroceria Hatch (ou Hatchback)
Também conhecidos como "liftback", conceitualmente, nesses modelos existe a junção do compartimento entre o banco traseiro e o porta malas, eliminando um "volume" do carroceira. Por isso, é comum as montadoras utilizarem o termo "2 volumes".
Podem ter versões de 2 portas, 4 portas, 3 portas ou 5 portas. Nos dois últimos a tampa do porta malas é substituída por uma porta traseira (com vidro) que permite acesso ao interior pela area de bagagem, substituindo a tampa simples no porta malas.
Ter versões do mesmo modelo com diferente numero de portas, como o nosso Gol, aumenta a versatilidade para atender diferentes nichos do mercado.
Esses modelos costumam oferecer o essencial para uso diário nas cidades ou pequenas viagens, ou seja, praticidade para deslocamentos curtos, facilidade de estacionar, menor consumo e um porta malas reduzido.
Até por questões de mercado (preço), são os modelos mais baratos ou "de entrada", logo não espere muito conforto, acessórios ou acabamento luxuoso.
Exemplos conhecidos: VW Gol, Nissan March, Chevrolet Celta, Fiat Uno, Citroen C3, Fiat Argo. 
Carroceria Compacto
Externamente são modelos bem parecidos com os hatchback, mas com dimensões menores, por isso quase sempre são oferecidos apenas com 2 ou 3 portas.
Suas características são quase que exclusivas para uso na cidade; porta malas minúsculo e os bancos traseiros comportando no máximo 2 pessoas, muitas vezes apenas de média estatura.
Do ponto de vista de mercado, as montadoras os oferecem como alternativas "cult" visando um público bem restrito, por isso a despeito do tamanho, esses modelos costumam ser caros e bem equipados.
Logo essa dualidade, tamanho pequeno e preço alto, limitam sua produção e geram discussões quanto ao "custo x benefício".
Alguns exemplos: Fiat 500, Smart For Two, Mini Cooper, Renault Twingo.
Carroceria SUV
Os "Sport Utility Vehicle", ou veículo utilitário esportivo, também conhecidos como "Crossover" são o grande sucesso (ou praga) no mundo automotivo mundial.
O conceito é utilizar uma mistura de vários tipos de carroceria num único carro, a robustez de um utilitário (4x4), capacidade de carga das pick ups, muito espaço interno dos sedans e a potência de carros esportivos, mas ainda sendo relativamente prático para uso diário nas cidades.
O resultado é um combinado, ou salada, de conceitos de vários tipos de carrocerias. 
Eh, não se engane, quem diria que a velha Veraneio iria fazer história...
Obviamente isso tem um preço, que não costuma ser barato, porque as SUVs geralmente estão no topo da lista de preços das montadoras, mesmo assim é a grande aposta das montadoras para o futuro do design. 
Um trunfo é que este tipo de veículo facilita a instalação de pacotes de baterias nas versões elétricas, geralmente entre o assoalho do carro e a cabine de passageiros, evitando sacrificar a distribuição de peso, espaço interno ou de carga.
Entre as dezenas de modelos existentes, citando alguns: Land Rover Discovery, BMW série X, Audi série Q, Honda série RV, Toyota Hilux SW4, VW T-Cross, Hyundai Creta, Nissan Kicks, Jeep Compass e por ai vai...
A lista é longa e não para de crescer!
Paramos por aqui, em breve a conclusão deste assunto!

15/10/2021

What´s your nickname? EL LOLE!

Carlos Alberto Reutemann nasceu em Santa Fé, em 12 de abril de 1942, e faleceu na sua terra natal em 7 de julho de 2021. 
Reutemann foi vice-campeão da Fórmula 1 em 1981, perdendo o campeonato para Nelson Piquet por 1 ponto, na última prova, o GP de Las Vegas. O resultado foi um deleite para os torcedores brasileiros, uma espécie de revanche da Copa do Mundo de 1978.
Filho de fazendeiros, ele ganhou o apelido desde criança, por chamar os leitões de “lolechones” em vez de "lechones".
Depois que "El Lole" abandonou as pistas ele seguiu um caminho atípico, entrou na política, foi eleito duas vezes governador da província de Santa Fé (de 1991 a 1995 e de 1999 a 2003) e depois senador (2003 até 2021).
Resultados na F1
GPs disputados: 147 (temporadas de 1972 a 1982)
Equipes: Brabham, Ferrari, Lotus e Williams
Títulos: 0 (vice campeão em 1981)
Vitórias: 12
Pódios: 45
Pole positions: 6

24/09/2021

Hot symphony - Alfa 155

Sei lá, só pensando alto...
O dia que um carro elétrico provocar as mesmas reações que temos ouvindo um som destes eu me rendo...

Créditos totais ao canal 19Bozzy92 no Youtube, um dos melhores!

13/09/2021

Trans-Am (Parte 2 - Final)

Falamos neste post que a Trans-Am poderia acabar, mas não acabou...😀😀
No final dos anos 1970 a categoria sofria com a concorrência crescente da categoria rival IMSA GT, que permitia carros mais "exóticos" (como Ferraris e Porsches) em comparação a Trans-Am, que era dominada pelos sedãs do mercado americano. 
A Trans-Am teve que se reinventar para entrar nos anos 1980, mudou o regulamento aso poucos recuperou boa parte da relevância do passado, atraindo novamente bons pilotos e equipes. David Hobbs, Greg Pickett e Willy T. Ribbs foram alguns dos pilotos dominantes e a Roush a equipe a ser batida. 
Nesta época também tivemos um piloto, que era ator nas horas vagas (rsss), chamado Paul Newman que fez história com o seu Datsun (Nissan) 300ZX Turbo. 
Em 1989 o Audi 200 Quattro Trans-Am de Hurley Haywood, Walter Röhrl e Hans-Joachim Stuck massacraram a concorrência, eles venceram oito das treze etapas e deram à Audi o primeiro e único campeonato de fabricantes, o único de um carro com tração integral também.
No começo da década de 1990 a Trans-Am se voltou para fabricantes americanos e seus V8, até a ascensão da Jaguar na virada do milênio. Neste período a Chevrolet levou 6 campeonatos de fabricantes e 6 de pilotos, em 1997 com Tommy Kendall teve o recorde de 11 vitórias consecutivas, levando o seu terceiro campeonato consecutivo. As 28 vitórias e 4 campeonatos de Kendall perdem apenas para as 29 vitórias de Mark Donohue e as 31 vitórias e 5 campeonatos de Paul Gentilozzi.
Para os anos 2000 aconteceu uma nova, e profunda, mudança de regras, as asas traseiras foram legalizadas, motores injetados e novas marcas, tradicionais como o Jaguar KKR e pequenos fabricantes como a Panoz com o Esperante e a Qvale com o modelo Mangusta, a Trans-Am seguiu com o mesmo nome, mas voltou a perder importância. 
Paul Gentilozzi
Em 2006 apenas duas corridas foram realizadas em Heartland Park Topeka e em 2007 e 2008 não houve corridas da série Trans-Am. 
Muitos pensaram ser o fim da série, mas em 2009 a Trans-Am retornou com 8 corridas e novos patrocinadores, foram criadas as classes "TA1" e "TA2", que eram as classes SCCA GT-2 e GTA, além da nova classe "TA3" que era classe SCCA GT-3.
Na temporada de 2011 foi introduzida uma classe para carros esportivos de produção, como o Ferrari F430 Challenge e Porsche GT3 Cup. Em 29 de setembro daquele ano a SCCA anunciou que a Trans Am Race Company, LLC assumiu o gerenciamento da série Trans-Am da SCCA Pro Racing Ltd.
A série voltou a crescer e, no final de 2016, a Trans Am Race Company (TARC) anunciou que, após uma longa ausência, a Série Trans Am retornaria à Costa Oeste com o "Campeonato Trans Am West Coast" em parceria com a Sportscar Vintage Racing Association (SVRA).
No ano seguinte a SCCA Pro Racing e a TARC renovaram a parceria garantindo corridas da série nas mais importantes pistas dos EUA como Belle Isle, Willow Springs, Sonoma, Circuit of The Americas e em Indianapolis. 
Em 2018 foram adicionados vários campeonatos regionais no norte e do sul dos Estados Unidos.
Ao longo de sua história a Trans-Am teve provas nos EUA, Canadá, México e até San Juan, Porto Rico (em 2003), atualmente a série consolida mais um renascimento, mantendo a variedade de carros de turismo e configurações de motor. Definitivamente, diversidade de marcas, pistas e carros sempre foi uma das características mais importantes série Trans Am, que siga assim...

03/09/2021

Drive Safely!

Para nós, os saudosistas que gostam de corrida de verdade, essa foto diz muito;
O piloto, aliás um grande piloto, sentado entre dois tanques gigantes de gasolina.
- O santantônio fininho, será que segurava uma capotagem?
- O cockpit totalmente aberto, na altura da cintura do piloto.
- Sem proteção para as pernas, ou as pernas eram os "para-choques".
Enfim, estes caras eram corajosos (malucos?) mesmo!

02/09/2021

Circuits of the world

Segue uma dica de um site muito legal: RacingCircuits.info
Neste site encontramos um "atlas" com os circuitos de corrida do mundo todo, pelo menos dos principais não sentimos falta de nenhum...
Fizemos um teste e gostamos, temos: informações históricas, da localização, mapa da pista, fatos relevantes, etc... 
Mostra até o calendário de corridas das principais categorias.
Ah, também testamos com circuitos desativados (Brooklands e Reims) e encontramos muita coisa bacana lá.
Certamente, prepare-se para ficar um bom par de horas "brincando" no site. 
Boa navegação!



30/08/2021

George Barris (Parte 1)

Aqui no Blog adoramos falar dos ícones do mundo da customização (Ed Roth, Alexander Brothers, Bill Hines, Gene Winfield, Dick Dean, Dean Jeffries, Kenny Howard e tantos outros), 
mas faltava falar daquele que, talvez, tenha ido mais longe neste universo...
Em 20 de novembro de 1925, em Chicago, Illinois, nascia Geoge Salpatas, filho de uma família de imigrantes gregos. A mãe de George morreu quando ele tinha 3 anos, então seu pai decidiu manda-lo junto com o irmão Sam para viver com os tios em Roseville, Califórnia.
Com apenas 7 anos George começou a fazer modelos de carros e aviões com madeira de balsa, aos 9 já tinha vencido vários concursos patrocinados por lojas de hobby da região. Os irmãos Barris sempre tiveram interesse por artes plásticas, com apoio da família chegaram a fazer sucesso em apresentações de canto em teatros e em rádios locais.
Apesar do sucesso precoce nunca deixar de ajudar no negócio familiar, um restaurante grego. Em 1938 quando os irmãos chegaram ao ensino médio conseguiram o primeiro carro, um Buick 1925, que foi um reconhecimento dos tios ao trabalho dos irmãos.
Não demorou, porém, para eles promoverem algumas "mudanças" no carro, George modificou os para-lamas e Sam pintou o carro de laranja e azul com listras diagonais de várias cores. Sem eles planejarem este foi o primeiro carro personalizado da "Barris Kustoms"
No mesmo ano eles decidiram vender o Buick customizado e investir em outro carro, um Ford Model A Cabriolet 1929. O carro recebeu uma nova pintura e vários acessórios, depois veio um Ford Roadster 1932 e não pararam mais. 
Com o interesse (e talento) pela customização aumentando, os irmãos criaram um clube para proprietários de veículos personalizados, o "Kustoms Car Club". George também frequentava a Brown's Body Shop, um loja em Roseville onde assumia pequenos trabalhos sob a mentoria de Harry Westergard.
Em 1942 a WWII chegava ao auge e os irmãos Barris decidiram largar o trabalho para se alistaram no Exército, Sam foi aceito e George recusado. 
Desapontado, George tentou a marinha mercante e aos 18 anos se mudou para Los Angeles aguardando ser designado para um navio e, porque não, ficar mais perto das "cultura dos carros". 
Ele nunca chegou a ser designado para um navio... sorte nossa!
Neste período George trabalhava na "Jones's Body, Fender & Paint Shop", ele não estava feliz porque era uma oficina de reparos e não de customização, por isso decidiu abrir a sua própria loja no final de 1944 na Imperial Highway, Bell, Califórnia. 
Bob Hirohata
Com o final da guerra, após ser dispensado, Sam Barris se uniu novamente ao irmão para criarem novos projetos de customização, com esses trabalhos em 1946 criaram a "Barris Kustoms".
O trabalho Barris Kustoms logo atraiu a atenção de clientes da indústria cinematográfica, eles foram contratados para desenvolver diversos projetos para executivos, estrelas de cinema e para utilização nos filmes. 
Também nesta época se tornaram amigos de Robert E. Petersen, fundador das revistas Hot Rod e Motor Trend e, mais tarde, do Petersen Auto Museum. 
Em janeiro de 1948 os irmãos Barris venceram o seu primeiro "Hot Rod Exposition Show" no National Guard Armory em Los Angeles, o prêmio foi fundamental para consolidar a Barris Kustoms e possibilitar a ampliação dos negócios para novas instalações na Avenida Compton, 7674.
Em agosto de 1951, George foi estudar design automotivo na Europa, visitando Itália, Alemanha e França. Neste mesmo ano um cliente viu um Mercury customizado (carro pessoal de George) e encomendou algo parecido, o projeto ficou conhecido como "Bob Hirohata's 1951 Mercury" sendo mostrado no salão GM Motorama em 1952, onde ofuscou a concorrência. 
Ala Kart
Depois veio a pickup Ford Model A 1929 chamada "Ala Kart" vencedora do AMBR (America's Most Beautiful Roadster) por duas vezes, além de diversas aparições em filmes no cinema e televisão. 
Sam Barris decidiu deixar o negócio de customização em 1956, pois sentia que deveria se dedicar mais a sua família. George seguiu determinado, se casou em 1958 com Shirley Nahas, que teve participação fundamental na promoção da empresa, agora chamada de Barris Kustom Industries, e na organização de exposições pelo país.
Tal qual outros customizadores de sucesso na década de 1950, George começou a licenciar seus projetos para fabricantes de miniaturas e brinquedos como Aurora, Revell, MPC e AMT, consolidando o nome Barris por todos os cantos dos Estados Unidos. A pickup Ala Kart foi um dos kits mais populares da AMT na época.
A esta altura, George Barris já era considerado uma celebridade. Na 12ª edição anual do National Roadster Show, realizada de 22 a 28 de fevereiro de 1960, foi criado o "hall da fama do Roadster" dedicado aos melhores da customização e construção de carros personalizados. Os primeiros indicados foram; Joe Bailon,
Ezra Ehrhardt, Romeo Palamides, Gordon Vann, Harold Casaurang, Robert E. Petersen, Wally Parks, Walt Moron e, obviamente, George Barris. 
Juntamente com outros ícones da personalização (Gene Winfield, Dean Jeffries e os Alexander Brothers) George foi corresponsável pelos carros de produção para "Custom Car Caravan" e "Lincoln & Mercury's Caravan of Stars", que foram exposições itinerantes organizadas pela Ford para atrair compradores mais jovens e apresentar futuros conceitos.
Apesar de todo esse sucesso em exposições e com seus projetos de customizações, foi no cinema que George Barris virou lenda. 
Como? Contaremos em Breve.

11/08/2021

Hot Poster - Vanderbilt Cup

Fazia tempos que não colocávamos um post sobre os posters de divulgação das corridas, então voltamos a série com um dos eventos pioneiros do mundo das corridas, a Copa Vanderbilt!
Infelizmente no mundo digital atual perdemos essa forma de arte, sim tempos atrás divulgar um evento esportivo era arte, e só conferir...





04/08/2021

Luigi Segre

Luigi "Gigi" Segre
Dizem que são os alemães que fazem os melhores carros, isso pode até ser verdade, mas tem outra coisa não se discute; os Italianos (Ghia, Bertone, PininfarinaItaldesign, Zagato, Scaglietti) é que fazem os carros mais bonitos!
Agora vamos lembrar de um grande designer Luigi "Gigi" Segre.
Nascido em 8 de novembro de 1919, além de um grande designer, Gigi se diferenciou pelo seu talento nos negócios e engenharia, não foi por acaso que durante a sua gestão, entre 1953 e 1693, a Carrozzeria Ghia se tornou um das principais estúdios de design automobilístico do mundo.                           
Mario Boano
O começo da carreira de Gigi foi em outra área, no negócio de construção de seu pai em Nápoles, mas como tantos teve sua carreira e estudos interrompidos pela Segunda Guerra Mundial.
Em 1943, Segre tomou posição contrária as forças do eixo e participou da revolta civil que ficou conhecida como os “Quatro Dias de Nápoles”, mas foi além, se integrou as tropas dos EUA e tornou-se um contato oficial entre o OSS (Escritório de Serviços Estratégicos, um precursor da CIA moderna) e grupos partidários da resistência. 
Foi nesse período que Segre se tornou fluente no inglês, na cultura e nos costumes americanos, o que viria a ser um grande diferencial no futuro de sua carreira...      
Após o final da WWII, Segre se graduou em engenharia e foi contratado como gerente na Ford, depois mudou-se para a SIATA (Società Italiana Auto Trasformazioni Accessori) onde se aperfeiçoou em design automotivo com o fundador Giorgio Ambrosini. 
Em 1948, com apenas 29 anos, foi contratado por Mario Boano como diretor comercial para a Carrozzeria Ghia, com muita competência Segre elevou o faturamento da empresa de 10 milhões para 30 milhões de dólares em poucos anos e foi ocupando cada vez mais espaço na empresa. Entre 1949 e 1950 Segre também teve uma breve carreira de piloto, conquistando vitórias na classe Mille Miglia Turismo 1100 com um Fiat 1100, tendo como companheiro Gino Valenzano (1920-2011).
Aproveitando da sua fluência no inglês, Segre fez vários contatos nos EUA e conheceu Virgil Exner e K. T. Keller, respectivamente estilista-chefe e CEO da Chrysler. Como Boano não falava inglês, aos poucos foi sendo relevado a um papel secundário na própria empresa, isso foi um dos motivos dos graves problemas de relacionamento que viriam entre os dois.
Foi neste período que Segre também começou a negociar contratos com Volkswagen, Renault, Fiat, Volvo e outras grandes montadoras. 
Em 1953, a Ghia ajudou a Renault no projeto do Dauphine e se uniu a Wilhelm Karmann para, discretamente, trabalhar num novo carro para a Volkswagen, que estava embalada pelo sucesso do fusca e buscava um novo modelo mais sofisticado. 
No final do ano entregaram um protótipo, usando a base do Fusca, para Willhelm Karmann, que por sua vez apresentaria à Volkswagen. O projeto também teve participação de Mario Boano, Sergio Coggiola e Giovanni Savonuzzi, cada um levou parte do crédito do projeto, que virou um ícone de estilo: o Karmann-Ghia. 
A Volkswagen aprovou o projeto em novembro de 1953, o carro estreou nos salões de Paris e Frankfurt de 1955 e no Hotel Kasino em Westfalia, Alemanha, em 14 de julho de 1955, o carro vendeu mais de 445.000 unidades em 19 anos de produção, em vários países.
Gigi Segre se tornou amigo pessoal de Virgil Exner, ao ponto das famílias de ambos viajarem juntos pela Europa, Segre enviou a Exner um exemplar da primeira produção que Karmann Ghia, em gratidão.
Ao longo dos anos seguintes os problemas de relacionamento entre Segre e Boano se agravaram, Boano queria que a Ghia seguisse se concentrando no mercado italiano e Segre queria internacionalizar a empresa. No fim Segre tornou-se majoritário na empresa e conseguiu transformar a Carrozzeria Ghia numa empresa de design reconhecida mundialmente.
Segre e o amigo Virgil Exner
Em 1960, depois de modernizar a Ghia, Segre percebeu que continuar expandindo a empresa a faria perder a reputação de uma prestigiada oficina artesanal de design, por isso decidiu, em parceria com o amigo Olivetti (1889-1967), fundar a OSI (Officine Stampaggi Industriali), que utilizaria apenas os equipamentos e técnicas mais modernos para satisfazer as exigências dos clientes, mas sem prejudicar a reputação original da Carrozeria Ghia.
Na vida pessoal, em 1955 casou-se com Luisa de Berto e tiveram os filhos Edmondo (1957) e Silvio (1959). 
Esta história de sucesso foi interrompida, subitamente, com a morte de Luigi Segre aos 43 anos, em 28 de fevereiro de 1963, após uma remoção bem sucedida de pedras nos rins. Na época os médicos suspeitaram que Segre havia contraído uma infecção viral durante uma viagem de negócios ao Brasil, mas isso nunca foi confirmado. 
Ele deixou a esposa, Luisa e filhos, na época com 6 e 4 anos de idade. Logo depois a viúva decidiu vender a maior parte de empresa para Ramfis Trujillo (1929-1969) em 1965. O resto da história da Ghia está aqui.

29/07/2021

Cascos - Lap 7 (Grã Bretanha)

E aqui voltando a nossa série sobre as pinturas dos cascos de pilotos, capítulo anterior está aqui.

Seguimos com e a ultima parte da moçada de Grã Bretanha, esperamos não ter esquecido de muita gente, lembrando que alguns agora mudam as cores frequentemente (caso dos pimpolhos George Russell e Lando Norris).

Mark Blundell

Roy Salvadori

Katherine Legge

Martin Brundle

David Coulthard

Dario Franchitti

Jason Plato

Lando Norris


George Russell

19/07/2021

Trans-Am (Parte 1)

A Trans-Am foi um campeonato criado pela SCCA (Sports Car Club of America), a ideia inicial da série foi reunir carros de produção modificados, o regulamento  permitia a participação de carros de turismo do grupo 2 da FIA (motores entre 2,0 litros e 5,0 litros ou 302 polegadas). A categoria trazia também outro grande, a 
variedade de pistas: circuitos permanentes, temporários, circuitos de rua, circuitos de aeroportos, apenas os ovais estavam fora da proposta.
A primeira edição do campeonato ocorreu em 1966 com 7 etapas, com pontuação apenas para as marcas, a corrida inicial ocorreu no Sebring International Raceway. Os campeões foram o Alfa Romeo GTA (classe até 2 litros) e um Ford Mustang (classe acima de 2 litros). Em 1967, a Ford voltou a triunfar na classe acima de 2,0 litros e a Porsche ganhou o primeiro do seu tricampeonato na classe até 2,0 litros, com o modelo 911 (curioso é que foi admitido pela SCCA como um sedan!!!).
Como dito, não existiu um campeonato de pilotos até 1972, mesmo assim o nível dos pilotos era fortíssimo. Falamos de nomes como Mark Donohue, Parnelli Jones e Bob Tullius, além de participações regulares de Jochen Rindt, Richard Petty, AJ Foyt e Dan Gurney. Se, hipoteticamente, nessa época existisse um campeonato de pilotos, o maior vencedor seria Mark Donohue, com 29 vitórias entre os anos de 1967 até 1971.
fase de "ouro" da categoria foi entre os anos 1968 até 1972, não por acaso a era dos "muscle cars" com grandes disputas entre os Ford Mustang, Chevrolet Camaro, Plymouth Barracuda, Mercury Cougar, AMC Javelin, Pontiac Firebird e Dodge Challenger. Já imaginou, que sonho??!?!? 😍😍😍
Em 1968 as 12 Horas de Sebring, 24 Horas de Daytona e uma corrida em Mont-Tremblant, Quebec, fizeram parte do campeonato, tal o então prestígio da Trans-Am no mundo das corridas.
Em 1969 o sucesso da Trans Am ia muito além das pistas, naquele ano o Pontiac Firebird Trans-Am foi lançado como uma homenagem à categoria. Nas pistas ocorreram várias mudanças, o fim dos co-pilotos porque quase todas as corridas tinham menos de 3 horas e também o fim do reinado dos Chevrolet Camaro Z28, que eram alinhados pela equipe Penske, embora o time ainda tenha dominado os 2 anos seguintes com o AMC Javelin. 
Os anos de outro passaram e a categoria enfrentou dificuldades no começo da década seguinte. Em 1970 aconteceu um golpe na rivalidade Ford x Chevy, que era um grande atrativo da Trans-Am, Follmer e Donohue se mudaram para a AMC.
Em 1972 ocorreu o primeiro "campeonato de pilotos", os primeiros campeões de fato foram George Follmer em um AMC Javelin (acima 2,0L) e John Morton em um Datsun 510 (até 2,0L). 
Mas, a perda de relevância da série continuava, em 1973 a categoria voltou o regulamento para uma única classe e em 1974 ocorreu a temporada mais curta com apenas 3 corridas.
Para renovar a série, os regulamentos das classes e esportivo foram alterados para o campeonato de 1975; foram aceitos apenas carros de produção, as corridas passaram para aproximadamente 160 quilômetros, exceto as Seis Horas de Watkins Glen (1974-1980) e Trois-Rivieres. 
Entre 1976 e 1979 mudaram novamente o formato para duas categorias, carros do Grupo 4 e Grupo 5 da FIA, em 1980 voltou uma categoria única até 2011.
Mas, com interesse de alguma marcas diminuindo ano a ano, o fim da era dos muscle cars e a concorrência crescente da rival IMSA GT Championship, a Trans-Am parecia ter sido vítima do seu próprio apelo de rivalidade e diversidade de pistas e carros.
Seria o fim da Trans-Am?? Contamos mais a aqui...

16/06/2021

Muroc Dry Lake

Os lagos secos dos EUA, em especial os localizados no deserto de Mojave na California, são considerados o berço dos capítulos mais exclusivos do automobilismo americano, e que dificilmente podem ser comparados a outros eventos mundo afora, as "Land Speed Racing".
Falamos neste post como as disputas de “Land Speed Racing” nasceram no sul da Califórnia na década de 1920, foi quando os primeiros "hot rodders" procuravam locais para, apenas, andar cada vez mais rápido, usando apenas os escassos recursos financeiros e materiais que tinham a mão.
Nesta época, a maior preocupação dos competidores era viver a pura alegria de correr com os seus carros. Simples assim.
O Muroc Dry Lake, hoje chamado de Rogers Dry Lake, situado a nordeste de Lancaster, tornou-se o local favorito para os encontros e provas de velocidade, o leito do lago era adequado para corridas de longa velocidade, por seu um local público, sem movimento e devido ao seu tamanho e a superfície lisa.
Porém, esse atributo também foi notado pelos militares dos EUA no início dos anos 1930, quando escolheram o local para ser um campo de aviação militar, essa decisão fez com que os rodders fossem "expulsos" em 1938.
A nova base chamada de Muroc Army Airfield incorporou a enorme extensão de Muroc Dry Lake, e  mais tarde se tornou a Edwards Air Force Base, que hoje ainda está ativa e tem a pista mais longa do mundo, com 7,5 milhas, sendo usada inclusive como local de pouso para os ônibus espaciais.
A partir de 1938 a maioria das corridas passaram a acontecer nos lagos secos Harper, a noroeste de Barstow, e em El Mirage, a noroeste de Victorville, alguns eventos também ocorreram em Rosamond Dry Lake, ao norte de Lancaster. Mesmo assim, os rodders tiveram acesso esporádico a Muroc até 1942, foi quando o aumento da participação americana no WWII fez o local ser fechado de vez para atividades não militares.
Mesmo nos meios militares, Muroc é consagrado como local de recordes, foi nesta base que Chuck Yeager voou o avião-foguete experimental Bell X-1 atingindo a velocidade supersônica de Mach 1,07 (807,2 mph), em 14 de outubro de 1947.
Voltando ao mundo dos hot rods, no início dos anos 1930 as corridas em Muroc já eram organizadas por associações, como a Muroc Racing Association, o primeiro evento organizado foi realizado em 25 de março de 1931, sendo patrocinado pela Gilmore Oil Company, a taxa de inscrição era de US$1,00.
A SCTA também organizou o seu primeiro evento organizado justamente no Lago Muroc,  realizado em 15 de maio de 1938 e reunindo mais de 300 participantes.
Embora se no começo as corridas fossem para agradar os participantes, começaram a atrair muito público e também ficaram cada vez mais perigosas, pois além da velocidade crescente e baixa segurança dos carros, os carros levantavam um pó alcalino e fino que “cegava” os pilotos que vinham atrás, causando vários acidentes.
Após a guerra, os soldados (rodders) voltaram para casa buscando novas aventuras, os fabricantes de automóveis começaram a produzir novos modelos com motores maiores e mais potentes, as corridas em lagos secos voltaram e continuam acontecendo até hoje na região do deserto de Mojave.
Porém com a "ocupação" militar de Muroc, os rodders não puderam reconquistar o lugar, por isso, atualmente, os maiores eventos deste tipo ocorrem em El Mirage e em Bonneville. Mas, mesmo com essa situação nada apaga a história ou tira a importância de Muroc, para muitos o verdadeiro local "sagrado" das corridas de arrancadas e berço do mundo Hot rod.

06/05/2021

Gymkhana II

Neste post de 2018 já falamos da Gymkhana, e dos videos insanos com o Ken Block...
...Agora vamos compartilhar o último deles, desta vez o piloto é Travis Pastrana.
9 minutos e meio de pura diversão!

16/04/2021