24/02/2015

Qual é a sua receita? (Preparação Leve)


Já falamos sobre algumas receitas elaboradas (Turbo, Aspirados e Blower) para preparações de motores, sabemos que estas receitas envolvem dois fatores críticos que são a qualidade da mão de obra e uma a dose de recursos financeiros disponíveis, mas fica a pergunta; Somente quem tem "bala na agulha" vai poder se divertir com a preparação de um motor? A resposta é NÃO!
Há meios de divertir gastando pouco, evidente que o resultado final será mais modesto. mesmo assim dá para brincar!
Vale lembrar que mesmo quando a escolha for pela preparação leve, será essencial escolher um bom profissional, portanto cuidado com o "faça você mesmo". 
Já citamos também que, basicamente, existem dois caminhos para extrair mais potência de um motor. A primeira é o aumento da capacidade volumétrica do motor (aumento de cilindrada, retrabalhar cabeçote, comando de válvulas) e a segunda aumentar a capacidade de alimentação (remapeamento de injeção, nova carburação, turbos, etc), o que ainda não dissemos é podemos combinar estas receitas, lembrando que não podemos esquecer do propósito, mão de obra e recursos financeiros disponíveis.
Voltando a preparação leve é difícil definir uma receita padrão, mas normalmente o foco será o sistema de alimentação (injeção e coletor de admissão) e filtros (ar e combustível). Existem algumas oficinas e preparadores que oferecem kit prontos, isso reduz a dependência da mão de obra e consegue dar uma ideia, bem aproximada, dos custos envolvidos. Outro ponto importante é que estes kits oferecem uma boa referência do resultado final, reduzem riscos de danos ao motor devido a uma preparação mal feita. Outro fator de redução de custos é que raramente haverá a necessidade de retrabalhar outros sistemas como freios e suspensão.
Os kits e receitas envolvem, normalmente, a troca de filtros originais por modelos esportivos e a reprogramação do sistema de injeção, a popular "troca de chip". Na verdade nem sempre é necessário trocar alguma coisa, o serviço envolverá a reprogramação do módulo de gerenciamento da injeção eletrônica e, talvez, a troca do chip. Para este serviço é necessário um computador com um software capaz de modificar instruções armazenadas no sistema, o mecânico pode reprogramar o sistema para adiantar o ponto de ignição e injetar mais combustível na câmara de combustão em determinadas faixas de rotação. O resultado final para carros de 1.000 a 1.600 centímetros cúbicos será, em média, aumento de 10% de potência, pode parecer pouco, mas na prática consegue-se mudar consideravelmente o comportamento do carro. O cuidado é que se por um lado a potência aumenta progressivamente, por outro lado o consumo de combustível aumenta exponencialmente, podendo chegar até em 30%.
Se o motor for carburado a preparação "leve" não será tão barata, basta ver o preço de um quadrijet e um novo coletor de admissão!!
Os custos para carros com injeção eletrônica variam conforme a oficina e modelo do motor, mas a partir de R$250,00 já é possível encontrar algumas opções deste serviço no mercado. Outra vantagem é que no mesmo dia você pode ter seu carro de volta.
Ah, e se você se arrepender normalmente poderá reverter o serviço. Então, mãos a obra!

22/02/2015

O que passa pela sua cabeça?

Motor OHV
Porque certos carros e motos tornaram-se objetos de desejo?
As razões podem ser várias, mas muitas vezes a principal são os seus motores, estes acabam até ficando ficam mais famosos até do que o(s) modelo(s) do(s) carro(s) e moto(s) que equipam, cenário muito comum no mundo das Harley-Davidson ou dos modelos da Chrysler / Dodge / Plymouth equipados com motores HEMI.
Motor OHC
Neste contexto de motores no centro da adoração, os tipos de cabeçote se destacam porque, além das questões técnicas, os fabricantes costumam utiliza-los como ferramenta de marketing, ressaltando aspectos de tecnologia, eficiência ou desempenho. 
É evidente que motores não ficam famosos apenas pelo tipo do cabeçote, mas trocadilhos a parte mexem com a cabeça dos gearheads...
Taí os motores Wankel e Hemi para provar isso.😜
Agora, vamos um pouco falar dos tipos de cabeçotes;
OHV (Overhead valve): São motores com as válvulas instaladas no cabeçote e o comando de válvulas fica no bloco do motor. 
Motor Knucklehead
Não são exatamente motores referência para potência, mas é uma configuração ainda relativamente comum nos motores atuais. Aqui no Brasil o velho Corcel da primeira geração já utilizava motores com este conceito (que na verdade eram motores Renault e não Ford).
OHC (Overhead Camshaft) e SOHC (Single Overhead Camshaft): São a mesma coisa, onde um único comando instalado no cabeçote aciona as válvulas, tanto de admissão como de e escapamento. Detalhe importante, nesta configuração temos um comando para cada bancada de cilindros, portanto se for um motor em "V" haverá dois comandos de válvulas. 
Se o motor utilizar mais de duas válvulas por cilindro, então este não será o conceito ideal de cabeçote.
DOHC (Double Overhead Camshaft): Aqui temos dois comandos, instalados no cabeçote, para cada bancada de cilindros. Nestes casos teremos 3 ou 4 válvulas por cilindro.
Motor Flathead
Os Alfa Romeo Giulia 2000 (paixão extrema deste que escreve 💓) já utilizavam, com muito sucesso, motores com cabeçotes deste conceito desde o começo dos anos 1970.
Twin Cam: Tecnicamente é o mesmo que o DOHC, o nome deve-se aos dois comandos “gêmeos” instalados no cabeçote que acionam as válvulas. 
Vários fabricantes adotaram esta nomenclatura, mas que fez fama mesmo foi a Harley-Davidson, a HD começou a fabricar estes motores em 1999 e ainda os mantém em produção até hoje.
Flathead: São motores em "V" que marcaram época no começo do movimento Hot Rod, mas que não tem as válvulas no cabeçote. 
Esta configuração torna as tampas do cabeçote mais planas ou, em bom português, "cabeça chata".
Motor Panhead
Os mais famosos motores nesta configuração foram da Harley-Davidson, que utilizou esta configuração de motor de 1929 até 1974, e a Ford, que produziu vários modelos com estes motores entre os anos 1932 a 1953. 
Knucklehead: Mais uma vez a origem do nome está relacionada ao formato do cabeçote, neste caso lembra um punho fechado. 
A Harley-Davidson, sempre ela, utilizou esta configuração de motores entre os anos 1936 até 1947, eles eram bem mais potentes que os Flathead.
Panhead: Outra marca registrada das motos da Harley-Davidson e outro nome derivado da forma do cabeçote. 
Desta vez a semelhança é com uma panela virada para baixo, algumas versões destes motores que eram feitos de materiais mais modernos como ligas de alumínio. Foi um conceito utilizado pela HD entre os anos de 1949 até 1965.
Motor Shovelhead
Shovelhead: O nome vem da analogia da forma da tampa do cabeçote, que se parece com uma pá. Seguindo a média da Harley-Davidson trocar a família de motores mais ou menos a cada vinte anos, eles ficaram em produção de 1966 até 1985.
Depois desta fase, a Harley adotou as novas famílias de motores, como o Revolution ou o Big Twin entre 1984 até 1999. 
Vale lembrar que o Twin Cam e os motores Revolution foram desenvolvidos em parceria com a Porsche, mas usavam refrigeração líquida o que fez muitos puristas torcerem o nariz... 
Twin Spark: A tradução para o termo "Twin Spark" é dupla ignição, ou seja, são utilizadas duas velas de ignição para cada cilindro no cabeçote
É uma tecnologia ainda atual e bastante utilizada, mas apareceu inicialmente nos motores da Alfa Romeo no ano de 1914, eles foram usados pela primeira vez no modelo Alfa Romeo Grand Prix.

14/02/2015

Pikes Peak

Local de beleza natural incomparável, Pikes Peak fica no estado de Colorado, EUA. Além da importância natural também é o local do segundo evento automotivo mais antigo dos Estados Unidos e que chegará ao seu centenário em 1916, perdendo apenas para as 500 milhas de Indianápolis.
A primeira estrada construída até o topo do monte foi finalizada em 1900, em 12 de agosto de 1901 foi registrada a primeira viagem de carro que conseguiu chegar até o topo, o veiculo foi um Locomobile Steamer de dois cilindros, a aventura levou pouco mais de nove horas!!
Em 1915 um visionário chamado Spencer Penrose percebeu o potencial turístico da região, para promover o lugar foi idealizada uma corrida de automóveis e motocicletas da base até o topo de Pikes Peak. A primeira edição da “The Pikes Peak International Hill Climb (PPIHC)” foi realizada entre 10 e 12 de Agosto de 1916, com o tempo o evento ficou popularmente conhecido como “The Race to the Clouds”.
A pista (estrada) mede 12,42 milhas (19,99 km), a altitude varia de 4.720 pés (1.440 m) até 14.110 pés (4.300 m), com inclinação média de 7%. Apenas em 2011 foi realizada a primeira prova com a estrada totalmente asfaltada, antes havia trechos de cascalho em cerca de 30% do trajeto. Um detalhe interessante é que o traçado atual da estrada ainda é praticamente igual ao original.
A primeira edição, em 1916, foi vencida por um jovem piloto de 22 anos chamado Rea Lentz, com o “fantástico” tempo de 20'55"s. As taxas de inscrição variavam de US$25,00 a US$50,00 e os prêmios iam de US$500,00 até US$2.000,00, valores interessantes para a época. Para popularizar o evento os carros mais sofisticados da época como Cadillacs e Stuz foram impedidos de participar, o troféu foi avaliado em US$10.000,00 e ficava em poder do vencedor por um ano.
O evento foi aberto para motocicletas desde a primeira edição, o maior vencedor desta categoria é Davey Durelle com 14 vitórias, o recordista atual nesta categoria é Carlin Dunne com o tempo de 09'52", registrado com uma Ducati na edição de 2012.
A primeira guerra mundial interrompeu a continuidade da corrida, a segunda edição aconteceu apenas em 1920 quando passou a fazer parte do calendário da AAA (American Automobile Association), o evento também fez parte do USAC IndyCar Championship entre os anos de 1946 até 1970.
Em média temos 130 participantes por edição, em 2012 foi registrado o recorde com 170 participantes. A classe mais tradicional é a “Open Wheel Division” que já teve entre seus vencedores nomes como Mario Andretti, Al Unser, Bobby Unser e Robby Unser, o recorde atual desta classe foi registrado em 1994 com 10'5.85". Glen Schultz foi o recordista da fase pioneira conseguindo sete títulos na “Open Wheels Division” em 1923, 1926, 1927, 1928, 1930, 1932, e 1933. Ele também ganhou a categoria “Stock Car division” em 1929. Bobby Unser é outro recordista com 8 vitórias em 10 edições, a ultima foi em 4 Julho de 1966.
O evento também é marcado pela participação, e vitórias, femininas. A primeira mulher campeã foi Michele Mouton que venceu as edições de 1984 e 1985 com o lendário Audi Sport Quattro. Em 2012 as mulheres voltaram a triunfar com a Texana Brianne Milho, que tornou-se a primeira mulher a vencer, na categoria Time Attack 4WD, desde Michele Mouton.
Atualmente o recordista geral é ninguém menos do que o mito Sébastien Loeb, ele atingiu o incrível tempo de 8'13 "878 em 30 de Junho de 2013, o seu carro era um protótipo Peugeot 208 T16 Pikes Peak, com motor central de 875 HP. O vídeo ai embaixo tira qualquer dúvida...
Atualmente existem diversas categorias e classes, o que torna o evento muito interessante, entre elas podemos citar;
Divisão 4 rodas;
Unlimited Class: Permite qualquer tipo de veículo, desde que aprovados na inspeção de segurança. A maioria é construída especificamente para esta corrida. Geralmente desta classe sai o recorde geral da competição, como o atual estabelecido em 2013 por Sebastien Loeb. 
Time Attack: com veículos de corrida modificados (Time Attack 1) e veículos de produção com pequenas modificações (Time Attack 2).
Pikes Peak Challenge Car: Abrange grande variedade de opções de classe. A "Open Wheels" é a mais tradicional de Pikes Peak, com carros que vão de sprinters estilo Indy até buggies. Esta classe existe desde 1916. 
Pikes Peak Open Class: Carros de série “stock” e grandes modificações de motor, transmissões e suspensão.
Divisões 2 rodas;
Pikes Peak Lightweight Division: Permite motores de dois ou quatro tempos.
Pikes Peak Middleweight Division: Representa uma variedade maior de motocicletas, são elegíveis motores de 1 a 4 cilindros e até 849 cc.
Pikes Peak Heavyweight Division: Representa as motos mais rápidas.
Quad Class: Para quadriciclos, limitados o uso de motores até 500cc.
Sidecar Class: Para veículos de três rodas, dois pilotos.
Divisão Pikes Peak Vintage;
A Car Class é composta por carros de corrida vintage ou fabricados antes de 1990, como Mustang, Cobra e outros. Na Motorcycle Vintage incluímos motos com motores de 650cc-750cc, 4 tempos e dois cilindros.
Divisão de Carros e motocicletas Elétricos;
Classes de protótipos (Modified) e veículos produzidos (Production) em massa, muitos acreditam que esta divisão representará o futuro da competição.

VENCEDORES (No geral, de 1981 a 2014)
ANO
PAÍS
PILOTO
CARRO
TEMPO
1981
EUA
Bud Hoffpauir
Wells Coyote Special Roadster
13:10.100
1982
EUA
John Buffum
Audi Quattro
12:20.520
1983
EUA
John Buffum
Audi Quattro
12:27.910
1984
França
Michele Mouton
Audi Sport Quattro
12:10.380
1985
França
Michele Mouton
Audi Sport Quattro
11:25.390
1986
EUA
Bobby Unser
Audi Sport Quattro S1 E2
11:09.220
1987
Alemanha
Walter Röhrl
Audi Sport Quattro S1 E2
10:47.850
1988
Finlândia
Ari Vatanen
Peugeot 405 Turbo 16
10:47.220
1989
EUA
Robby Unser
Peugeot 405 Turbo 16
10:48.340
1992
Japão
Nobuhiro Tajima
Suzuki Swift
12:51.630
1993
Japão
Nobuhiro Tajima
Suzuki Swift
10:44.220
1994
Nova Zelândia
Rod Millen
Toyota Celica AWD Turbo
10:04.060
1995
Japão
Nobuhiro Tajima
Suzuki Escudo
07:53.000 *
1996
Nova Zelândia
Rod Millen
Toyota Celica
10:13.640
1997
Nova Zelândia
Rod Millen
Toyota Celica
10:04.540
1998
Nova Zelândia
Rod Millen
Toyota Tacoma
10:07.700
1999
Nova Zelândia
Rod Millen
Toyota Tacoma
10:11.150
2000
Suécia
Per Eklund
Saab 9-3
11:21.580
2001
Japão
Yutaka Awazuhara
Suzuki Vitara
11:01.770
2002
Suécia
Per Eklund
Saab 9-3
11:13.200
2004
Suécia
Stig Blomqvist
Ford RS200E
05:16.800 *
2005
Japão
Koichi Horiuchi
Mitsubishi FTO
11:34.570
2006
Japão
Nobuhiro Tajima
Suzuki Sport
07:38.900 *
2007
Japão
Nobuhiro Tajima
Suzuki XL7
10:01.408
2008
Japão
Nobuhiro Tajima
Suzuki Sport Co. Ltd. XL7
10:18.250
2009
Japão
Nobuhiro Tajima
Suzuki SX4
10:15.368
2010
Japão
Nobuhiro Tajima
Suzuki SX4
10:11.490
2011
Japão
Nobuhiro Tajima
Suzuki SX4
09:51.278
2012
EUA
David Donner
Palatov D4PPS
10:04.652
2013
França
Sebatien Loeb
Peugeot 208 T16
08:13.878
2014
França
Romain Dumas
Norma M20 RD
09:05.801





09/02/2015

Primeiro aninho...

Após 44 posts publicados e com 1.531 acessos ao blog, completamos 1 ano no ar...
Ainda não são números dignos de uma pole-position, mas obrigado a todos os amigos e seguidores apoio. Vamos em frente!


03/02/2015

BRM (British American Racing)

A equipe de F1 BRM (British Racing Motors) foi uma das equipes “garagistas” de maior sucesso na F1. 
Criada em 1945, a sede ficava em Bourne, Lincolnshire, e mantendo-se ativa nos campeonatos de F1 entre 1950 e 1977, disputou 197 GPs com 17 vitórias e o título de construtores e de pilotos de 1962 com Graham Hill. Também foi vice-campeã por mais quatro vezes (1963, 1964, 1965 e 1971).
Raymond Mays tinha muita experiência em corridas de subida de montanha trabalhando para a ERA antes da WWII, em 1948 associou-se com Peter Berthon para construir um carro para “grand prix” para representar o orgulho Britânico, a iniciativa acabou virando uma espécie de projeto nacionalista com apoio financeiro e técnico da indústria e fornecedores automobilísticos da Grã-Bretanha, algo comum na época pós-guerra.
Inicialmente a organização não se mostrou muito eficiente, atrasos e incertezas no projeto levaram vários apoiadores a desistirem, esse clima de desconfiança levou o grupo fabricante de peças Rubey Owen de Sir Alfred Jean Owen a assumir o controle da equipe. 
Apesar da mudança de controle, Berthon e Mays continuaram a comandar a equipe até 1960, quando assumiu Louis Stanley, o marido da irmã de Sir Owen.
A F1 estava nascendo para reorganizar as corridas de “grande prêmio”, o regulamento permitia motores 1,5 litros sobrealimentado ou 4,5 litros aspirados, então a BRM decidiu por um caminho ousado construindo um motor V16 com supercharged da Rolls-Royce. 
O projeto de Peter Berthon foi chamado de “Tipo 15”, as cores seguiam a tradição de equipes inglesas pintadas de verde pálido, mas não agradou e logo foi substituído por um tom escuro metálico. Durante a década de 1960 a equipe adotou uma faixa laranja ao redor da frente (nariz) dos carros, que era a cor da Organização Owen.
BRM P15
O novo carro começou a ser testado em 1949, mas o motor mostrou-se problemático, a estreia ocorreu apenas em agosto de 1950 no Troféu Internacional em Silverstone, dois carros foram pilotados por Raymond Mays e Raymond Sommer, Mays nem chegou a correr e Sommer quebrou por problemas de superaquecimento.
Uma nova tentativa foi feita um mês depois e Reg Parnell venceu o Goodwood Trophy, no mês de outubro dois carros foram inscritos no Penya Rhin GP de Barcelona com Parnell e Peter Walker, mas ambos não chegaram ao final devido problemas mecânicos. 
Apenas em julho de 1951 houve uma nova tentativa com Parnell e Walker no GP da Inglaterra, os carros chegaram ao final conseguindo um quinto (Parnell) e sétimo lugares, mas cinco voltas atrás da Alfa Romeo. A equipe voltou para o GP da Itália em Setembro, mas nem sequer conseguiu largar...
Em 1953 só apareceram em algumas corridas de GP, Jose Froilan Gonzalez terminou em segundo em Albi, e alguns eventos esporádicos.
BRM P25
Toda onda nacionalista envolta do projeto atraiu muita publicidade, mas os fracassos levaram a equipe a tornar-se alvo de piadas por um bom tempo. 
A tentativa de recuperar-se veio com o modelo P25 estreando no Daily Telegraph Trophy em Aintree, em setembro de 1955. 
Com o novo regulamento da F1, a BRM passou para um motor de 4 cilindros e 2,5 litros desenhado por Stuart Tresilian, as suspensões ficaram a cargo de um jovem engenheiro chamado Colin Chapman. A estreia com Peter Collins ao volante não foi boa e nem chegaram a se classificar para o evento principal.
Em 1956 a equipe contava com os grandes pilotos britânicos Mike Hawthorn e Tony Brooks, Brooks terminou em segundo no BARC 200 em Aintree, mas não se classificaram em Mônaco. No GP da Inglaterra foram inscritos três carros com Ron Flockhart se juntando ao time, mas nenhum terminou e a equipe não voltou a correr naquele ano. 
Uma tentativa de juntar os cacos veio em 1957, vários pilotos de destaque como Roy Salvadori, Flockhart, Jean Behra e Harry Schell representaram o time sem sucesso, até que Behra venceu o GP Caen e o International Throphy, com Schell e Flockhart em segundo e terceiro.
Para 1958 a BRM decidiu continuar o desenvolvimento do P25 tornando-se uma equipe regular no Campeonato do Mundo, apesar de não conseguirem vitórias terminaram em um razoável quarto lugar no primeiro Campeonato de Construtores F1, vencido pela Vanwall (já falamos des história por aqui).
A temporada de 1959 foi a ultima do P25, vitórias vieram no GP da Holanda com Jo Bonnier e no Troféu Cidade de Prata com Flockhart, em Snetterton ficaram em segundo lugar no GP da Inglaterra com Stirling Moss.
BRM P57
Com o domínio dos carros com motor traseiros introduzidos pela Cooper, o P48 foi uma reação rápida para enfrentar a nova tendência, usou os principais componentes do P25 e motor traseiro de 1,5 litros. Estrearam em Mônaco em 1960 com os pilotos Dan Gurney, Graham Hill e Jo Bonnier, mas os problemas mecânicos continuavam e a falta de resultados consistentes colocou novamente a equipe sobre pressão de Sir Owen, que ameaçava encerrar as atividades.
Em 1961 a equipe conseguiu uma única vitória com Tony Marsh no Troféu Lewis-Evans em Brands Hatch, a pressão por resultados chegou ao limite e a equipe lançou suas fichas no modelo P57 para a temporada de 1962.
O novo carro era projeto de Tony Rudd, o motor V8 desenhado por Peter Berthon e desenvolvido por Aubrey Woods, Rudd foi o primeiro engenheiro profissional a trabalhar na equipe com total controle técnico, conseguiu resolver os crônicos problemas de engenharia e confiabilidade que prejudicavam a equipe por anos. Raymond Mays e Peter Berthon foram postos de lado, os pilotos eram Graham Hill, que continuava na equipe, e Richie Ginther. 
Os resultados não tardaram a aparecer, Hill venceu o Glover Trophy em Goodwood e o Troféu Internacional. 
O campeonato de F1 começou em maio com a vitória na Holanda, depois vitórias nos GPs da Alemanha, Itália e África do Sul e no final de um ano fantástico os títulos mundiais de pilotos e de construtores da F1. Foi o melhor ano da história da equipe!
Para 1963 quase nada mudou, mas o sucesso levou a BRM a tornar-se fornecedora de motores para outras equipes, Graham Hill venceu em Mônaco e em Watkins Glen, mas a BRM sucumbiu ao domínio do lendário Jim Clark e da equipe Lotus. 
BRM P160
Para o campeonato de 1964 mantiveram-se os mesmos pilotos e a BRM continuou fornecendo motores para várias equipes, foi apresentado o competitivo P61/2 assinado por Tony Rudd, vencendo em Mônaco e Watkins Glen terminaram o ano novamente com o vice-campeonato.
Em 1965 estreava pela equipe um novo e promissor piloto escocês, Jackie Stewart, fazendo uma dupla excepcional com Graham Hill. Stewart ganhou o Troféu Internacional e o GP da Itália e Hill venceu, novamente, em Mônaco e Watkins Glen, mas mais uma vez a equipe e Hill terminaram em segundo lugar no Campeonato da F1, perdendo de novo para Jim Clark e a Lotus. 
O regulamento da F1 mudou para 1966 adotando motores de 3 litros, a BRM projetou um H16 e o um novo chassi foi denominado P83. Além do atraso o carro mostrou-se pesado e pouco competitivo, a única vitória do motor neste ano veio justamente com a maior rival, a Lotus, com Jim Clark no GP dos Estados Unidos.
O motor H16 ganhou um concorrente de peso para 1968, os motores Cosworth DFVs. Como resposta veio um novo motor V12 para o chassi P126, a equipe também foi usou o modelo P133 com resultados modestos, apenas Pedro Rodriguez venceu o GP da Espanha e fez um segundo lugar na Bélgica em 1970.
Mesmo contando com grandes pilotos como John Surtees, Jackie Oliver e Pedro Rodriguez, os resultados foram piorando aos poucos. 
Em 1971 foi lançado o P160 para os pilotos Jo Siffert e Peter Gethin, mas foi um ano trágico para a equipe com o acidente fatal de  Siffert, o único piloto a morrer em um BRM. Apesar de todo o drama a equipe ainda terminou em segundo lugar no Campeonato de Construtores. 
Em 1972 foram lançadas versões atualizadas do P160 e a última vitória da equipe veio com Jean-Pierre Beltoise, ganhando em uma chuvosa Mônaco.
O declínio continuou até 1974 quando a equipe faliu, aconteceram algumas mudanças de mãos e tentativas de revitalização até 1976. Em 1977 tentaram um último relançamento com os pilotos Larry Perkins e Teddy Pilette, mas o modelo P207 foi mais um fiasco e a equipe desapareceu definitivamente. 
Uma nova tentativa foi feita em 1979, com novos donos e o P230, outro fracasso e o de
saparecimento das pistas. 
Um final triste para uma das grandes equipes garagistas da F1.
Os números do Time na F1;
1959; 1 vitória (Jo Bonnier - GP Holanda)          
1962; 4 vitórias (Graham Hill – Holanda, Alemanha, Itália, África do Sul) Campeã de Pilotos e Construtores
1963; 2 vitórias (Graham Hill – Mônaco, EUA). Vice Campeã de Pilotos e Construtores
1964; 2 vitórias (Graham Hill - Mônaco, EUA). Vice Campeã de Pilotos e Construtores
1965; 3 vitórias (Graham Hill - Mônaco, EUA, Jackie Stewart – Itália) Vice Campeã de Pilotos e Construtores
1966; 1 vitória (Jackie Stewart – Mônaco)
1970; 1 vitória (Pedro Rodríguez – Bélgica)
1971; 2 vitórias (Jo Siffert – Áustria, Peter Gethin – Itália) Vice Campeã de construtores
1972; 1 vitória (Jean-Pierre Beltoise – Mônaco)