09/06/2018

Rat Rods

Os primeiros hot rods apareceram na década de 1940 e muita coisa mudou até hoje, desde os métodos de fabricação até nos estilos das customizações.
Alguns customizadores praticamente criam obras de arte sobre rodas, as vezes até pouco funcionais, outros torcem o nariz para estas “frescuras” e procuram customizar no estilo “old school” dos anos 1940 e 1950. 
Um destes estilos ligado ao pessoal “old school” tem atraído muita atenção e adeptos, para alguns já virou até uma subcultura: RAT ROD 😎
A origem dos Rats Rods não é muito claro, para alguns a definição veio em 1952, quando Gray Baskerville publicou na revista "Hot Rod Magazine" uma matéria sobre um Ford Roadster 32 de Robert Williams, outros já entendem que é um termo usado desde o princípio, mas antes no sentido depreciativo ou pejorativo.
Essa discussão não faz diferença, é fato que Rats Rods são uma resposta a customização cada vez mais sofisticada que só utiliza peças novas, métodos modernos e pinturas caras e personalizadas. 
Os críticos alegam que são carros feitos para serem vistos em vez de andar pelas ruas, portanto, sem personalidade, já o Rat Rod é o resgate da alma dos pioneiros da cultura hot rod, quando os carros eram feitos com baixo orçamento e conforme as habilidades do dono, usando apenas as ferramentas e peças disponíveis. Seria a customização "raiz" a versus customização "nutella" 😀!
A edição de dezembro de 1972 da “Rod & Custom Magazine” foi quase toda dedicada ao tema.
Os Rat Rods são adorados pelas tribos greaser, rockabilly, psychobilly e punks, mas se você pedir para definirem o que é um “rat rod” vai ouvir muitas respostas diferentes, para eles é mais uma questão de atitude e estilo de vida do que somente estilo automotivo. Tudo para sair do “mainstream”.
Identificar um “rat rod” é muito fácil, mesmo para os leigos, os carros frequentemente são confundidos com projetos inacabados pela sua aparência e pintura “tosca” (isso se for pintado) e muita coisa aparentemente inacabada.
São preferidos os carros das décadas de 1920 e 1930, cupê ou roadster, mas não é raro encontrar customizações de sedans dos anos 1950, pick-ups e até caminhões. 
Em termos de motores existe muita variedade, o mais comuns são os V8 (Ford Flathead, Chevrolet ou Chrysler Hemi das primeiras gerações), além motores em linha de 8, 6 ou até 4 cilindros e até V6, alguns utilizam motores diesel, embora esse combustível não fazia parte da escola antiga de construção de hot rods.
Completa a receita o teto (bem) mais baixo, suspensão rebaixada e a dianteira montada mais à frente do radiador, pneus com banda branca, rodas de ferro, para-lamas, para-choques e estribos retirados, utilização de muitas peças recuperadas da época (atenção, isso é diferente de usar sucata).
No interior nada de luxo como sistema de som potente, ar condicionado ou forração de couro, porque não forrar o banco apenas com um cobertor mexicano? 
Também não cabem certos “purismos”, por isso não é difícil achar um chassi / carroceria Ford com motor Chevrolet (para alguns isso seria motivo de um ataque cardíaco) ou misturar elementos de vários estilos como “leadsleds” e “lowriders”. 
Nada de pinturas caprichadas com cores customizadas, flakes ou candys, talvez o carro nem seja pintado (!) e tenha apenas uma cobertura de primer, mas abusar do “pinstriping”, de preferência feito por artistas reconhecidos na Kustom Kulture, é altamente desejável.
No final, o que carro precisa mesmo é ter muito da personalidade do dono / construtor, o toque pessoal como manoplas e adornos (Cruzes de Malta, crânios e outros acessórios) são frequentemente adicionados, mas por favor, esqueça peças cromadas ou metais polidos.
Os críticos do movimento sustentam que não existe consideração pela segurança, o projeto de engenharia é ruim e a aparência horrível, os mais radicais dizem até ser falta de talento. 
No entanto, poucos adeptos do estilo se importam com críticas, o grande barato do Rat Hod é o próprio proprietário do carro fazer a customização, “home-built”, bem no estilo Californiano do pós-guerra recriando as formas e métodos dos pioneiros na arte da customização. 
Hoje os “Rat Rods” estão em evidência e influenciando outros movimentos, a tendência atual é manter ao máximo as condições originais do carro, por exemplo, a pintura ou “patina natural” com todas as marcas feitas pelo tempo como ferrugem e manchas.
Será customizado apenas o necessário com o cuidado de manter intacta a “alma” do carro, é como se o carro pudesse contar pela sua aparência tudo o que se passou nos seus 50, 60 ou 70 anos de vida...
Por outro lado, muitos “Rat Rods” atuais são considerados “fake” pelos entusiastas, porque são customizações que buscam só o estilo e imagem, não considerando o verdadeiro legado dos “rodders” dos anos 1940 e 1950.
Talvez não exista certo ou errado, neste universo tem espaço, e gasolina, para todos os gostos...

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