19/10/2015

Playlist Route 66 - Show Me How To Live

Incluindo um som de uma banda mais recente em nossa playlist para a Rota 66, mas que cai muito bem com um V8 roncando de fundo.
Não dá para desprezar um clip com um Dodge Challenger e um Jaguar de coadjuvante, porém, confesso que fico apreensivo quando estas belezuras não são tratadas com gentileza; Será que foram carros dublês?



And with the early dawn
Moving right along I
couldn't buy an eyeful of sleep
And in the aching night, under satellites
I was not recieved
Built with stolen parts
A telephone in my heart
Someone get me a priest
To put my mind to bed
This ringing in my head
Is this a cure or is this a disease?

Nail in my hand
From my Creator
You gave me life
Now show me how to live

Nail in my hand
From my Creator
You gave me life
Now show me how to live

And in the after birth
On the quiet Earth
Let the stains remind you
You thought you made a man
You better think again
Before my role defines you

Nail in my hand
From my Creator
You gave me life
Now show me how to live

Nail in my hand
From my Creator
You gave me life
Now show me how to live

And in your waiting hands
I will land
And roll out of my skin
And in your finals hours I will stand
Ready to begin

Nail in my hand
From my Creator
You gave me life
Now show me how to live

Nail in my hand
From my Creator
You gave me life
Now show me how to live

Show me how to live
Show me how to live
Show me how to live
Show me how to live

09/10/2015

Cosworth (Round 1)

Afinal, qual foi o motor de maior sucesso na história da F1?
A resposta é relativa. Alguns apontam a Ferrari por ser o motor mais vitorioso da F1 com (até agora) 223 vitórias desde 1951 (222 da própria equipe e uma vitória da Toro Roso, primeira de Sebastian Vettel em Monza, 2008), outros apontam para outro motor que ganhou “apenas” 179 GPs, porém equipou 67 equipes diferentes por 48 temporadas; COSWORTH
A empresa responsável por esta obra prima mecânica foi criada em 1958 por dois ex-funcionários da Lotus Engineering, Mike COStin e Keith
Costin e Duckworth
DuckWORTH (10/08/1933 – 19/12/2005), o acrônimo dos sobrenomes dos fundadores formou o nome da empresa. 

Inicialmente as instalações da empresa ficavam em Shaftsbury Mews, próximo a Londres, mas logo se mudaram para instalações maiores onde começaram o desenvolvimento do seu primeiro motor chamado de Mk1, um 4 cilindros baseado no motor Ford 105E do Anglia.
A Cosworth, inicialmente, manteve forte envolvimento com a equipe do ex-patrão de Mike e Keith, Colin Chapman. Na época a Lotus era o principal cliente e tinha exclusividade em algumas gerações de motores, podemos dizer que sem a Lotus a Cosworth não teria recursos financeiros para dar certo. 
Em 1960 veio a primeira vitória de um carro com motor Cosworth, quando Jim Clark com um Lotus 18 ganhou uma corrida de Fórmula Junior em Goodwood. Em 1964 houve uma nova mudança para instalações maiores em Northampton, cidade onde a empresa está até os dias de hoje.
Devido às mudanças de regulamento da F1 para a temporada de 1966 os motores seriam de três litros, a principal fornecedora Coventry Climax decidiu se retirar e muitas equipes partiram em busca de novos fornecedores, Colin Chapman estava entre eles.
Sem muitas opções confiáveis, Chapman acionou os seus velhos amigos Mike e Keith. A partir do projeto FVA, um motor Ford de quatro cilindros, 1.600 cm3 e 16 válvulas da Formula 2, foi estabelecida a base do motor de 3 litros, fundindo dois blocos em V. O nome do novo motor foi DFV (Double Four Valve). O novo motor DFV estreou na temporada de 1967 conseguindo vencer na F1 logo na sua primeira corrida, no GP da Holanda, novamente com a lenda Jim Clark.
Outra versão do projeto chamada FVC, de 1.800 cm3, foi usada com sucesso em campeonatos de carros esportes. 
O Cosworth DFV não era exatamente um motor revolucionário, mas estabeleceu novos padrões de eficiência e confiabilidade, se por um lado não tinha tanta potencia quanto os rivais de 12 cilindros, por outro era mais leve e tinha melhor relação peso x potência, ele possibilitava mais opções aos projetistas. O bloco era completamente fundido em alumínio e apresentava grande rigidez, essa característica foi determinante no projeto vencedor de Chapman para a F1, o Lotus 49. O modelo 49 foi o primeiro carro da F1 onde o motor era parte da estrutura do carro, dispensando o subchassi, o habitáculo do piloto, motor, câmbio e suspensão formavam uma estrutura única, porém mais rígida e leve. O Lotus 49 venceu 2 campeonatos de construtores da F1 (1968 e 1970) e do 2 títulos de pilotos (Graham Hill, 1968 / Jochen Rindt, 1970), o motor Cosworth DFV foi parceiro fundamental nestas conquistas.
O DFV também trazia outros diferenciais importantes como quatro válvulas por cilindro acionadas por duplo comando de válvulas e injeção direta mecânica, as versões iniciais entregavam aproximadamente 225 HP a 9.000 RPM, fez um par perfeito com caixas de câmbio Hewland de 5 velocidades. 
Lotus 49 e Jim Clark
A partir de 1968 o DFV deixou de ser exclusivo da Lotus e passou a ser oferecido para outras equipes, o resultado foram 155 vitórias em 15 temporadas dominando a F1 até 1971, naquela época era comum ver um grid composto quase que unicamente por motores Cosworth (exceção a Ferrari). 
Por tudo isso o DFV com as suas evoluções é considerado o motor de maior sucesso na F1 de todos os tempos.
O motor empurrou 12 de 15 títulos mundiais de F1 entre 1968 e 1982, vários dos maiores pilotos de todos os tempos foram campeões com o DFV; Jackie Stewart, Emerson Fittipaldi, Mario Andretti, James Hunt e Nelson Piquet.
Este período de glórias levou a Cosworth a ser reconhecida como a maior fabricante de motores de competição não apenas para a F1, mas em todo o mundo.  
Uma passagem interessante, apesar de não ter sucesso, na história da Cosworth foi a tentativa de projetar um carro completo de F1. A “aventura” ocorreu em 1969, o carro foi desenhado por Robin Herd e tinha como grande novidade tração nas quatro rodas! 
O carro utilizou uma transmissão projetada por Keith Duckworth e era alimentado por uma versão de magnésio do DFV. Entre outros desafios técnicos, o motor foi ligado em 180 graus e a embreagem instalada na frente para se conectar com um diferencial central. O eixo traseiro foi instalado na parte de trás do motor.
Cosworth 4WD
Logos nos primeiros testes o carro (além de feio!) mostrou sérios problemas de dirigibilidade e aderência, principalmente pela distribuição desigual de peso. Apesar do cenário pessimista conseguiram persuadir Jackie Stewart a fazer testes com o carro, depois de algumas voltas ele sentenciou que o carro era um fracasso. Mesmo com tudo isso contra, a Cosworth levou o carro para o GP Britânico de 1969 com Trevor Taylor, mas depois das primeiras voltas de treino ele foi discretamente retirado. Quando Herd saiu da Cosworth para formar a equipe Mach o projeto foi cancelado de vez.
Mas a história de sucesso da empresa não parou por ai... 

04/10/2015

Playlist Route 66 - L.A. Woman

Porque, afinal, não dá para falar de músicas para uma viagem (no bom sentido) sem falar do "The Doors". 
Dizem que James Dean é a síntese do ditado "live fast, die young", mas acho que perto do Jim Morrison ele seria um cara comportado, quase um coroinha.



Well, I just got into town about an hour ago.
Took a look around see which way the wind blow,
Where the little girls in their Hollywood bungalows.
Are you a lucky little lady in the City of Light
Or just another lost angel?
City of Night.
City of Night.
City of Night.
City of Night.
Whoo! C'mon!

L.A. Woman.
L.A. Woman.
L.A. Woman. Sunday afternoon.
L.A. Woman. Sunday afternoon.
L.A. Woman. Sunday afternoon.
Drive thru your suburbs
Into your blues.
Into your blues.
Yeah, yeah.
Into your blues.
Into your blues.
Oh!

I see your hair is burnin'.
Hills are filled with fire.
If they say I never loved you,
You know they are a liar.

Drivin' down your freeways.
Midnight alleys roam .
Cops in cars. The topless bars.
Never saw a woman
So alone.
So alone.
So alone.
So alone.

Motel. Money. Murder. Madness.
Let's change the mood from glad to sadness.

Mr. Mojo Risin'.
Mr. Mojo Risin'.
Mr. Mojo Risin'.
Mr. Mojo Risin'.
Gotta keep on risin'.
Mr. Mojo Risin'.
Mr. Mojo Risin'.
Mr. Mojo Risin'.
Mr. Mojo Risin'.
Mr. Mojo Risin'.
Gotta keep on risin'.
Risin', risin'.
Risin', risin'.
Risin', risin'.
Risin', risin'.
Risin', risin'.
Risin', risin'.

Well, I just got into town about an hour ago.
Took a look around see which way the wind blow,
Where the little girls in their Hollywood bungalows.
Are you a lucky little lady in the City of Light
Or just another lost angel?
City of Night.
City of Night.
City of Night.
City of Night.
Oh! Oh!

L.A. Woman.
L.A. Woman.
L.A. Woman.
L.A. Woman.
L.A. Woman.
L.A. Woman.
L.A. Woman..

22/09/2015

Clay Smith - Mr. Horsepower

A história da empresa do Pica-pau fumando charuto e com cara de mau é cheia de reviravoltas 😜, tudo começa com um cara chamado Pierre “Pete” Louis Bertrand nascido no México, em 1902. Pete cresceu na fazenda dos seus pais em Nebraska e era um arrojado piloto de corridas na Costa Oeste, terminou em oitavo lugar na liga “AAA Pacific Coast Sprint Car” em 1934, porém um grave acidente em 1935 mudou todo o seu destino. 
No período em que esteve no hospital conheceu Esther, uma enfermeira que cuidou de Pete e com quem se casou, ela teve forte influência na decisão de Pete abandonar (ah, estas nossas mulheres) as corridas. 
Pete decidiu parar de correr, mas não abandonou o mundo dos “hot rods” e corridas. Ele decidiu abrir uma empresa em Long Beach, Califórnia, afinal era lá onde o movimento hot rod dava os seus primeiros passos e os recordes começavam a ser quebrados nos desertos de sal. 
Logo os produtos de Pete começaram a fazer sucesso entre os rodder locais rivalizando com os produtos de Ed Winfield, mas infelizmente com apenas 40 anos Pete faleceu de pneumonia em 1942.
Poderia ser o fim da história e da empresa, mas um dos seus empregados decidiu comprar o negócio. Este cara era Clayton Sherman Smith e renomeou a empresa para “Clay Smith Cams”.
Clay Smith começou a sua carreira com Pete Bertrand vários anos antes, era jovem, muito inteligente e logo aprendeu tudo rapidamente. Smokey Yunick chegou a chama-lo do "mais inteligente mecânico do mundo", também tinha o título informal de "Gênio mecânico da América". No final dos anos 1940, Smith estabeleceu a sua empresa em Los Angeles e começou a construir motores que estabeleceram recordes mundiais. 
Em 1947, Smith se juntou com Bill Stroppe para preparar um hidroavião que bateu diversos recordes com um motor Ford de seis cilindros em linha, mesmo com os engenheiros da fábrica dizendo ser impossível atingir os resultados esperados. Isso fez Clay Smith ganhar reconhecimento nacional, tanto que ele e Stroppe foram contratados pela Ford para diversos projetos especiais, seus motores tinham grande potência e também conseguiam ser muito eficientes no consumo de combustível. Em 1950 os dois uniram-se e ganharam o “The Mobil Gas Economy Run”. 
Clay Smith
Smith esteve envolvido com diversas equipes nas 500 milhas de Indianápolis, em 1952 ele foi o mecânico-chefe do carro vencedor com Troy Ruttman, a parceria entre Smith e Stroppe também produziu os Lincolns da corrida “La Carrera Panamericana” que dominaram toda a prova de 1954.
Todo este sucesso chegou tão rápido quanto terminou, tragicamente. Em 1954 um carro de corrida pilotado por Rodger Ward bateu na reta em Du Quoin, Illinois, o carro desgovernado entrou nos boxes e acertou Clay matando-o. Clay era amigo, mentor e ex-chefe de equipe de Ward, este ficou tão abalado que quase desistiu da carreira após o acidente.
Após a morte de Smith, "Red" Wilson se casou com a sua viúva, Ruthelyn, e assumiu o controle da empresa. Mas, novamente o destino fez a empresa mudar de mãos quando Wilson morreu em um acidente de barco. Ruthelyn vendeu o negócio para o seu parceiro Howard Jerome na década de 1960. Foi então que George "Honker" Striegel assumiu a empresa em 1969 e desde então até hoje está no controle da “Clay Smith Engineering”. Striegel frequentava a loja de Clay no final dos anos 1950, então com 18 anos, mal sabia ele que o destino iria leva-lo a ser o dono da empresa.
A “Clay Smith Cams” é um negócio em operação há mais de 70 anos, a empresa é cheia de histórias de sucesso no mundo das corridas e a sua marca registrada, o pica-pau vermelho fumando um charuto, é um ícone mundialmente famoso entre os pilotos de carros e barcos. 
Na verdade essa imagem é uma caricatura do próprio Clay Smith, que tinha a cabeça cheia de cabelo vermelho e sempre mantinha um charuto na boca. Ele ficou conhecido com o apelido do próprio Clay Smith, Mr. Horsepower, sendo praticamente o mesmo nestes anos.
É uma empresa que entrega produtos de qualidade e ainda mantém fortes traços com suas origens, por exemplo, ainda usa máquinas manuais em vez de CNC para fabricar seus eixos de comando. A produção é pequena, entre 5.000 e 10.000 unidades de comandos de válvula por ano, fazem pouca publicidade e contam com a fidelidade de seus clientes para divulgar e vender seus produtos. Além dos comandos de válvula, produzem motores, bombas de combustível, distribuidores entre outras peças e componentes de alto desempenho 😀.

19/09/2015

Route 66 (Parte 2 - Final)

Continuando (e finalizando) a história sobre a "mãe de todas as estradas"...
Com o passar dos anos a rota 66 passou a simbolizar o "caminho para a oportunidade", isso começou a partir da década de 1930 quando milhares de jovens desempregados foram recrutados para trabalhar na sua construção, curiosamente o progresso que a Rota 66 trouxe para a região também motivou o começo do seu declínio. 
Em 1956 “Interstate Highway Act” era assinado pelo presidente Dwight Eisenhower, assim era criado um novo programa para o desenvolvimento do sistema viário americano. O novo programa foi fortemente influenciado pelas Autobahns alemãs e previa a construção de estradas mais modernas e capazes de suportar o aumento da demanda, tudo para não torna-las um gargalo para o desenvolvimento da economia (igual ao que acontece em terra tupiniquins, entende?!?!). 

As novas estradas ofereciam trechos mais rápidos e seguros, assim naturalmente o tráfego da Rota 66 começou a ser gradualmente desviado para as novas interestaduais, já no final dos anos 1960 a I-40 tinha substituído boa parte do trecho rural da US-66. 
Nos anos 1970 outros trechos da Rota 66 foram sendo incorporados pelas novas estradas interestaduais e esvaziando definitivamente a mãe de todas as estradas. Oficialmente a US-66 foi retirada do sistema rodoviário dos Estados Unidos em 27 de Junho de 1985. 
Após a “aposentadoria oficial” da estrada a maior parte dos trechos remanescentes que ainda tinham condições de tráfego foram sendo eliminados de várias maneiras; algumas cidades passaram a utilizar os trechos urbanos da US-66 como estradas locais, outros trechos passaram a ser parte de outras
estradas, algumas partes se tornaram privadas e o restante simplesmente foi abandonado. 
Atualmente não é possível refazer o trecho entre Chicago a Los Angeles pelo traçado original, mas uma boa parte está em estado minimamente trafegável e pode ser percorrida, principalmente entre Springfield, Missouri e Tulsa, Oklahoma. 
A fama e magia da estrada sobrevivem porque estas partes do traçado original passaram a ser abertas ao tráfego como atração turística, mantendo características de época como a pista única pavimentada, guias de concreto para marcar a borda da pista e o acostamento de cascalho.
Estes trechos são mantidos como “National Scenic 
Byway” e fazem parte da "Historic Route 66", com construções estilo googie e art-deco e atrações como o Veterans Parkway, Arroyo Seco Parkway ou o Cadillac Ranch. 
Embora seja difícil encontrar alguma sinalização, os visitantes mais entusiasmados costumam furtar tudo, alguns estados mantem programas oficiais para preservação do restante da memória e do significado da mãe de todas as estradas. Para se ter uma ideia da sua importância em 1999 o presidente Bill Clinton assinou um decreto nomeando a Rota 66 como patrimônio nacional, foi direcionado um orçamento de US$ 10 milhões em financiamentos para preservação e restauro das características históricas ao longo da rota, foram recuperados postos de gasolina, motéis, cafés, pontos comerciais e cinemas drive-in.
Alguns estados da região têm mantido a designação “66” nas novas estradas estaduais, isso seria coincidência? Claro que não! No estado do Missouri, por exemplo, as estradas estaduais 66, 266 e 366 na verdade são trechos modernizados de parte do traçado original da US-66.
Mesmo com tudo isso, podemos afirmar com toda certeza que o verdadeiro legado da US-66 não é uma obra da engenharia ou o que representou para o transporte, a estrada tornou-se um símbolo da nova perspectiva de desenvolvimento econômico do pós-guerra nos Estados Unidos. Milhares de soldados e suas famílias, após o término da segunda guerra, começaram ou recomeçaram suas vidas nas obras de melhoria na estrada ou nos inúmeros negócios que nasceram nas suas margens. A “Route 66” foi muito mais do que uma estrada importante, foi o verdadeiro ícone do sonho americano. 

Get your kicks on route 66 and enjoy the ride!!!