08/07/2018

Don Yenko

Donald "Don" Frank Yenko nasceu no dia 27 de maio de 1927, Pensilvânia, o seu legado é cultuado pelos fãs da Chevrolet pela versões modificadas de carros da marca, para muitos são as melhores já feitas, tanto que são reconhecidas pela própria montadora. 
A relação de Don com a Chevrolet vem desde 1929 quando o seu pai, Frank Yenko, abriu uma concessionária Durant, em 1934 os Yenko abriram a sua primeira concessionária Chevrolet, em Bentleyville. Anos depois, em 1949, a família abriu a segunda concessionária Chevrolet em Canonsburg. 
Durante este período Don tirou breve de piloto, aos 16 anos, e serviu na Força Aérea, também finalizou seus estudos na “Penn State University” formando-se em Administração de Empresas. 
Aos 30 anos, em 1957, assumiu os negócios do pai e decidiu se especializar em produtos de performance para modelos Chevrolet, a sua proposta era os clientes comprarem as peças e os mecânicos da própria Yenko providenciarem a instalação. E assim foi até 1965, neste ano Yenko começou a comercializar seus próprios carros modificados. 
O primeiro modelo "Yenko" era uma versão apimentada do Chevrolet Corvair, chamados "The Stinger", os carros recebiam acessórios na carroceria, modificações na mecânica (direção, transmissões, suspensão, diferenciais) e nos motores, chegando a entregar até 240HP. 
Em 2 anos foram produzidos 187 Stingers que não foi nada mal, mas tudo de fato mudou em 1967.
Neste ano a Chevrolet lançou o Camaro e a Yenko começou a modificar a versão SS, criando o Camaro Yenko. A receita básica consistia em trocar o motor original L-78 de 396 polegadas (6.500 cm3) pelo L-72 de 427 polegadas (7.000 cm3), era o mesmo motor utilizado no Chevrolet Corvette, também eram acrescentadas modificações estéticas no interior e nas suspensões. 
Nesta época a Yenko também lançou outros modelos Chevrolet, baseados no Chevelle e no Nova, chamados “sYc" (Yenko Super Car), nestes carros os motores originais também eram trocados pelos L-72.
Com o declínio dos “muscle cars” a partir dos anos 1970, a Yenko mudou sua estratégia para o “Nova” conhecidos como “Yenko Deuce”, só que em vez de colocar o grande 427 passou a usar o potente 350 polegadas de 360 HP, mesmo motor dos novos Camaro Z28 e Corvette. 
Além do motor, o Yenko Deuce recebiam extensas modificações na suspensão, transmissão, eixo traseiro e, claro, a estética inconfundível com listras, logotipos e interiores chamativos. 
Com as novas mudanças de mercado, em 1972 foi lançado o “Yenko Stinger II”. A base do projeto era o Chevrolet Vega GT Hatchback e contava com spoilers, motor turbocompressor (155 hp) e várias modificações estéticas. 
Infelizmente a Yenko não contava com dificuldades com a certificação da
Agência de Proteção Ambiental dos EUA, assim o carro foi vendido sem o turbo compressor, embora o turbo fosse vendido separadamente na própria concessionária Yenko.
No mesmo ano a Yenko mudou novamente a estratégia dos seus negócios, decidiram parar de vender carros modificados e passaram a vender peças de desempenho por catálogo. 
A linha era extensa indo desde a estética até a modificação do motor, inclusive com uma versão do motor ZL-1 completa que Don Yenko conseguiu permissão da Chevrolet para produzir. Isso, não é para qualquer um!
O último modelo Yenko produzido foi baseado no Camaro Z Turbo, lançado em 1981, com motor 350 polegadas (5.700 cm3) com turbo compressor.
Talvez um pouco cansado ou pelas novas condições do mercado, Don Yenko decidiu vender a concessionária em 1982.
Em 5 de março de 1987 Don estava voando com seu Cessna 210 para Charleston, West Virginia, no momento do pouso ele perdeu o controle do avião e bateu em um morro, aos 59 anos Don Yenko faleceu com outros 3 ocupantes do avião.
Hoje os “Yenkos” estão entre os carros mais colecionáveis dos anos 1960, sobretudo entre os fãs da Chevrolet, os modelos originais bem conservados são vendidos por centenas de milhares de dólares.
Se Don Yenko quis tornar-se o “Carroll Shelby da Chevrolet”, com certeza ele conseguiu o que queria.
Detalhe, o Camaro azul que aparece em Velozes e Furiosos II é um Yenko, certamente não original porque ninguém é tão louco para destruir um carro desses, ou é?😕
  
MODELOS / ANO / PRODUÇÃO
Corvair Stinger / 1966 até 1969 / 115 unidades
Camaro Yenko / 1967 até 1969 / 316 unidades
Chevelle Yenko / 1969 / 99 unidades
Nova Yenko / 1969 até 1970 / 213 unidades
Vega Stinger II / 1971 a 1973 / 400 unidades
Camaro Turbo Z / 1981 / 19 unidades
  

04/07/2018

Nose Art

A origem da “nose Art” remonta a um tempo antigo, antes mesmo da criação dos primeiros aviões e automóveis, quando era usada para expressar a individualidade dos donos nas carruagens do séculos XVIII e XIX
No século XX virou hábito na personalização de viaturas de combate (barcos, tanques, helicópteros e principalmente aviões), o que não deixa de ser interessante, pois no meio militar a individualidade é muito restrita. 
Os primeiros a pintar seus aviões foram pilotos italianos e alemães durante a primeira guerra mundial, o primeiro registro conhecido foi um monstro marinho pintado em um hidroavião italiano em 1913. 
Depois vieram as bocas e dentes de felinos e tubarões pintados logo abaixo da hélice, a primeira “cara de tubarão” famosa foi pintada nos aviões (Sopwith Dolphin e o Roland C.II) do primeiro Grupo de Voluntários Americanos ou AVG, os Tigres Voadores.
"Cavallino rampante” do ás Francesco Baracca
A "nose art" passou a ser comum nos meios militares durante a Segunda Guerra mundial, apesar de ter sido proibida nos aviões e navios da U.S. Navy, as pinturas eram associadas a fatos importantes da vida e da personalidade dos tripulantes (no caso dos aviões), talvez por superstição ou apenas para quebrar as pressões. 
Muitas vezes os esquadrões, e não apenas um avião ou o piloto, adotavam símbolos ou faixas próprias além das insígnias oficiais, assim a identificação do avião era facilitada, imaginem a cena de centenas de B-17s iguais, identificados apenas pela diferença de números na cauda, decolando quase ao mesmo tempo para um ataque durante a WWII? 
Certamente criar traços individualizados nos aviões ajudava muito a equipe de terra e outros aliados.
Muitas vezes, a arte era concebida e produzida pelas equipes de terra e não pelos pilotos, mas também era comum a contratação de "artistas de verdade" para pintar os aviões, o pintor Don Allen foi um dos mais requisitados na WWII, ele cobrava US$35,00 por avião, o interessante era que, independente de ser um artista ou não, só usavam só os materiais que estavam disponíveis. 
Os nomes e temas usados nos aviões nem sempre eram apropriados aos padrões morais da época, mas dado todo o contexto ninguém ligava muito. A inspiração vinha de nomes e figuras de namoradas, esposas, caixa de fósforos, calendários, personagens de histórias em quadrinhos (os da Disney eram os favoritos), artistas, eventos da história da aeronave e, principalmente, pin-ups famosas (vale um post futuro só sobre isso). 
Alguns exemplos: "Swamp Angel" caiu em um pântano, “Patched Up Piece" foi reparado mais de uma vez, "Just Once More" um pedido dos tripulantes de um B-17 prestes a completar 25 missões para poder voltar para casa.
Depois da guerra da Coréia a Nose Art quase desapareceu dos aviões da USAF, mas reapareceu aos poucos durante a guerra do Vietnã, caiu em desuso novamente e agora está fazendo um retorno lento. É comum ver “nose art” nas forças militares de muitos países como Japão, Reino Unido, Canada, Alemanha e Rússia.
Fora do âmbito militar também encontramos a “nose art” em aviões civis, como no grupo Virgin ("Virgin Girls") e na companhia Alaska Airlines.
Mas, "nose art" é só para aviões? 
Não, O “cavallino rampante” símbolo do ás italiano Francesco Baracca foi uma nose art que ficou bem conhecida entre os amantes de carros, não pela origem, mas por ter sido adotada por tal de Enzo Ferrari como logotipo da sua marca.
Principalmente no final da década de 1940 dá para perceber a influência do estilo adotado nos aviões WWII nos primeiros hot rods, pode ficar meio confuso porque a aparência de um hot rods não tem muito a ver com aviões de guerra, mas notamos esta influência em diversos elementos visuais, tais como pinturas de chamas e bocas de tubarão pintadas no capô. 
Nas motos a “nose art” também esteve presente desde o pós-guerra, seja na pintura das motos ou inspirando a criação dos “patches” das centenas de clubes de motocicletas criados a partir desta época, essa influência não chega a ser uma surpresa, afinal muitos dos primeiros rodders e riders eram ex-pilotos ou veteranos de guerra.

01/07/2018

Hot Symphony - Cosworth DFV 3.0L

Eu gostei da série que começamos uns dias atrás, aqui vai o segundo post com o som do lendário Cosworth V8 da F1.
Dá para achar um monte de vídeos desta orquestra, mas escolhi um com um Fittipaldi F8C, da temporada de 1981.
Aumenta o som (dá uma saudade quando se compara com o som da F1 atual)...😖

Hot Dicas - Silodrome



Silodrome

Vai uma dica de um site interessante para quem gosta de motores, nem sei como descobri, mas como o próprio se intitula: Cultura da Gasolina!

16/06/2018

Hot symphony - Mazda 787B

Vamos começar uma nova série só com "música" da melhor qualidade, aqui só vai entrar os mais berrantes.
No final de semana de Le Mans (copa, que copa??), nada melhor do que iniciar com o primeiro e único carro japonês vencedor de Le Mans: MAZDA 787B.
O 787B tinha um motor Wankel R26B de 2.600 cm3 e 700 CV, vencedor em 1991 com o trio Volker Weidler, Johnny Herbert e Bertrand Gachot (aquele do spray de pimenta).
A proeza do 787B tem tudo para ser quebrada pela Toyota neste ano, mas estão correndo "sozinhos", diga-se de passagem...


É só sentar, colocar o volume no ultimo e curtir o som...