04/01/2021

Brat Style

A partir dos anos 1970 muitos motociclistas jovens e de baixo poder aquisitivo, de várias tribos mundo afora, começaram a customizar suas motos usadas. Essa foi a forma de muitos para contornar as dificuldades financeiras da época para adquirir motos novas e de marcas conceituadas.

Isso foi assim ao longo dos anos até o final dos anos 1990, quando um desses movimentos ganhou forma através do trabalho de Go Takamine (12 Novembro de 1948, Ishigaki, Okinawa). 
Nesta época, Go fundou uma oficina de motos em Tóquio com o nome do estilo de customização que ele estava desenvolvendo; Brat Style.
Não demorou para o seu trabalho ganhar notoriedade no Japão e entre aficcionados, os negócios cresceram e em 2014 ele inaugurou uma filial da sua oficina em Long Beach, Califórnia, assim seus projetos ganharam fama internacional e inspiraram criações em todo o mundo desde então.
Go Takamine
O estilo de customização de motos conhecido como "BRAT", em português livre "piralho", continua muito popular nos EUA e Japão, mas nem sempre é facilmente identificado, pois uma das suas principais características é justamente não ter regras de estética pré-estabelecidas.
O Brat Style mistura muitos elementos dos estilos Cafe racer e o Bobber, entre estes podemos destacar o visual (clean), com o mínimo de acessórios. 
Fazem parte da preferência, ou receita básica, dos customizadores; suspensões traseiras não rígidas, assento plano para piloto e garupa ou um assento solo abaixado, o guidão rebaixado e sem clip-ons e pneus mais "gordos" (não confundir com off-road) 

Para manter a postura, a maioria dos equipamentos não obrigatórios são removidos, tais como carenagens, enfeites cromados, para-lamas, etc.
Com o passar dos anos os customizadores começam a definir estilos / traços próprios, na escola japonesa, por exemplo, são preferidos os modelos de média cilindrada, principalmente as Yamaha XS650 e SR400. 
Com o renascimento da customização de carros e motos nos anos 2000, já vemos (principalmente nos EUA) lojas e oficinas especializadas no assunto para aqueles que querem um projeto pronto ou encontrar peças para desenvolver o seu próprio projeto mais facilmente.
Contudo, para nossa felicidade, ainda são maioria os que dizem não ter preço elaborar o seu próprio projeto do começo ao fim, muitas vezes sem saber direito onde vai chegar, mas saboreando cada etapa deste processo.
Coisa de "piralho"...

10/12/2020

Hart Racing Engines

Por aqui todos devem lembrar do começo de Ayrton Senna na F1 em 1984, foi na equipe Toleman (que depois virou Benetton) que usava os então pouco conhecidos motores Hart Turbo...
A história da Brian Hart Ltd., também conhecida como Hart Racing Engines, começou bem antes disso, em 1969, quando foi fundada pelo engenheiro inglês Brian Hart (Enfield, Middlesex, Inglaterra, 7 de setembro de 1936 - 5 de janeiro de 2014). 
A Hart fazia a preparação de motores para várias equipes britânicas independentes em várias categorias, o primeiro sucesso foi no desenvolvimento do motor Ford FVA que conquistou o título europeu de F2 de 1971 e 1972.
Isso levou a uma aproximação com a Ford, no começo da década de 1970 os motores Ford 2.0L BDA preparados Hart foram responsáveis pela maioria dos sucessos da montadora.
A Ford saiu da F2 no meio da década de 1970, então a Hart decidiu construir seus próprios projetos, o primeiro motor "Hart" foi o 420R de 4 cilindros para a F2 lançado em 1976 e que fez muito sucesso.
Em 1978 a Hart fechou um novo programa com a Toleman, que financiaria o desenvolvimento de novos projetos, essa vitoriosa parceria vitoriosa alcançou o campeonato e vice campeonato Europeu de F2 de 1980. 
No ano seguinte a Toleman foi para a F1 e a Hart tornou-se a sua fornecedora de motores, apresentando o 415T, um motor turbo de 4 cilindros de 1,5 litros.
O resultado na F1 em 1981 foi um verdadeiro desastre, a Toleman só conseguiu se classificar em 2 GPs e a pequena Hart não tinha uma estrutura adequada para a F1. Mesmo assim, Toleman e Hart persistiram e em 1984 conseguiram o melhor resultado de equipe e motor com o segundo lugar de Ayrton Senna no lendário GP de Monaco de 1984, naquele ano conseguiram o 7º lugar no Campeonato de Construtores.
Hart 415T
No ano seguinte no GP da Alemanha Teo Fabi conquistou a primeira das duas pole position de um motor Hart, o motor 415T ainda foi usado por mais 3 equipes; RAM (1984-85), Spirit (1984-85) e a Lola Haas (1985-86). Os resultados destas parcerias em geral foram fracos, mas na maioria das vezes mais por limitação dos chassis e das equipes.
Nos anos seguintes as grandes equipes (Renault, Honda, BMW, TAG-Porsche e Ferrari) evoluíram seus motores turbo e, com limitação de orçamento, a Hart não foi capaz de acompanhar este movimento; o 415T chegava a 750CV e os concorrentes entregavam mais de 800CV (até 1.200 CV em condições de treino).
Com o banimento dos motores turbo da F1 em 1989, a Hart voltou as origens ajudando algumas equipes a melhorar os V8 Cosworth DFR, entre os seus clientes desta fase tivemos; Footwork Arrows (1990 e 1991), Tyrrell (1990), Larrousse (1991) e AGS (1991).
Mas em 1993 a Hart voltou com um motor próprio, um V10 de 3,5L batizado de 1035, fechando um acordo de 2 anos com a Jordan. Essa parceira trouxe resultados respeitados em 1994, com o terceiro lugar no GP do Pacífico e a segunda, e última, pole position de um motor Hart no GP Bélgica com Rubens Barrichello.
Hart 3010
Para 1995 a regra dos motores da F1 mudou de novo para 3,0 litros aspirados, a Hart apresentou o 830 que seria usado pela equipe Arrows em 1995 e 1996, Gianni Morbidelli ficou em terceiro no GP da Austrália de 1995. 
Em 1997 a Minardi passou a utilizar os motores Hart 1030, um V10 de 3 litros, mas o orçamento limitado pesou de novo no desenvolvimento do motor e na saúde da própria empresa.
A saída foi Brian Hart vender a empresa para a Tom Walkinshaw Racing (TWR), que a fundiu com a equipe Arrows, o 1030 foi finalizado e utilizado em 1998 e 1999 no Arrows T2, com esse conjunto Mika Salo conseguiu um quarto lugar no GP de Mônaco de 1998.
Além dos resultados timidos, essa parceria ficou marcada por ações legais entre Brian Hart e Tow Walkinshaw, por causa de pagamentos não realizados. Todo esse cenário levou Brian Hart a deixar a Arrows e a F1 ainda antes do final do ano, se aposentando das pistas aos 63 anos e indo viver no interior da França.

Resultados de motores HART na F1;
Corridas: 158 (144 largadas) 1981 GP de San Marino até 1997 no GP da Europa
Equipes: Toleman, RAM, Spirit, Lola, Jordan, Footwork, Minardi
Podiums: 5
Pontos: 63
Pole positions: 2
Voltas mais rápidas: 2
Vitórias: 0

02/12/2020

Hot Logo - Alpha Romeo

Fundada em junho de 1910 por Alexandre Darracq e Ugo Stella, a famosa marca de Turim hoje é parte da FCA (Fiat Chrysler Automobiles), produziu alguns dos carros mais íconicos de todos os tempos como as várias gerações do Giulia e do Giulietta, além de muito sucesso nas pistas sendo a primeira campeã da F1.
Não tivemos tanta sorte de ter seus melhores modelos fabricados por aqui, mesmo assim A Alpha Romeo tem muitos fãs. 
Eu tenho que confessar que o sonho de ter um GTA ainda está forte! 😍😍😍

08/11/2020

What´s your name? KOMBI

Faz um bom tempo que não falamos de apelidos de carros, carinhosos ou não, então vamos a uma "revelação".
Muitos não imaginam ou desconhecem, mas KOMBI é um apelido e não o nome oficial que a montadora deu ao veículo VW Type 2 que começou a ser produzido em 1950.
Esse apelido, por sinal bem brasileiro, teve como origem a redução da expressão alemã "Kombinationsfahrzeug" para designar o veículo. Entendeu? Consegue reproduzir?
O significado do, digamos, palavrão em tradução literal para o português é "veículo combinado", mas por aqui virou a nossa Kombi e convenhamos, ficou bem mais legal.
O fato é que a Kombi conquistou consumidores, corações e marcou uma geração inteira culturalmente, mas os apelidos não param por ai e temos registros de muitos outros, alguns deles; Velha Senhora (Brasil), Corujinha (Brasil, modelos de 1950 a 1975), Vee Dub e Hippie Van (EUA) e Pão de Forma (Portugal), etc.
A Kombi chegou a milhões de unidades produzidas em todo o mundo, vida longa a nossa Corujinha!!! ☮☮☮☮☮

29/10/2020

Cooper Car Company (Parte 3 - Final)

Chegamos ao capítulo final da história da Cooper, agora falando um pouco da vida desta empresa fora da F1.
Em 1961, um pouco antes de vender a equipe de F1, John Cooper junto com a British Motor Corporation desenvolveram uma nova versão do Mini chamado "Mini Cooper", o Mini tinha sido lançado na Inglaterra em 1959 como um carro popular e acessível.
O Mini Cooper mudou tudo isso, o projeto foi assinado por Alec Issigonis e trazia motor mais potente, novos freios e uma pintura especial. 
O Mini Cooper fez história nas pistas e rallies nos anos 1960 e início dos anos 1970, muitas vezes derrotando carros maiores e mais potentes, o Mini Cooper venceu o Rally de Monte Carlo em 1964, 1965 e 1967.
Este trabalho derivou para várias novas 
versões e kits de conversão, que fazem sucesso até hoje, mesmo com após a absorção do Rover Group (dono da marca) pela BMW em 1994.
John Cooper se aposentou em 1971 e foi morar na costa de Sussex, lá fundou um negócio de garagem de Ferring, perto de Worthing, focado em vender kits para motor e peças de desempenho do Mini Cooper.
Em outubro de 2009, Mike Cooper, filho de John Cooper, lançou a Cooper Bikes, a divisão de bicicletas da Cooper Car Company.
O modelo atual 
BMW MINI, em produção na Inglaterra desde 2001, e ainda se orgulha em carregar o nome Cooper nas versões esportivas, "Cooper" e "Cooper S", além de edições especiais e limitadas "John Cooper Works". Nas pistas a BMW usa o nome "Cooper" até no Paris-Dakar, aproveitando da sua herança (nome) esportiva. 
Não é a toa que, em 1999, foi eleito o segundo carro mais influente do século XX pela prestigiada Global Automotive Elections Foundation, ficando atrás apenas do Ford T. 
John Cooper faleceu em 2000, no mesmo ano em que o modelo original do MINI parava de ser fabricado.