Desde o século 20 as montadoras consideram fortemente 2 fatores para projetar um modelo; as influências do momento econômico e os costumes sociais da época.
Já do lado do consumidor é forte a crença de que o modelo do carro ajuda a definir a personalidade do dono, pelo menos para os olhos do vizinho que ele quer impressionar...
Logo, ao longo do tempo, a relação entre o estilo da carroceria e a faixa do mercado alvo ficaram bem estabelecidos, considerando, evidentemente, as exceções de sempre...
Podemos citar alguns exemplos no mercado dos EUA; Primeiro, a farta oferta de station Wagon (peruas) na década de 1950 quando as famílias voltaram a "viver" no pós guerra, fazendo grandes viagens através das novas estradas, depois, a época de prosperidade e quebra de costumes sociais no final dos anos 1960 que impulsionou o lançamento de modelos esportivos e beberrões (muscle cars), que durou até o começo dos 1970 quando estes modelos foram literalmente "exterminados" pela crise do petróleo...
Então, vamos falar dos conceitos que define um um tipo de carroceria e sua relação com a faixa do mercado alvo:
Também chamados de "saloon" são os modelos com compartimentos, ou volumes, bem definidos: área do motor, área dos passageiros e área de bagagem. Por isso são chamados de 3 volumes.
Tecnicamente, é um carro com duas fileiras de bancos, espaço no banco de trás para até três adultos e compartimento traseiro de bagagem (porta malas) externo ao habitáculo dos passageiros, a tampa do porta malas é separada do vidro traseiro.
Na prática são os típicos modelos de "carro de família", aqueles que oferecem bom espaço interno, conforto e um maior capacidade de bagagem. Um dos grandes apelos de vendas destes modelos é serem excelentes para longas viagens com 4 ou até 5 pessoas.
A area do motor, normalmente, fica na dianteira, mas já tivemos modelos onde isso era o contrário como no Chevrolet Convair.
Obviamente, as montadoras criaram variações deste tipo de carroceria, como versões com 2 ou 4 portas, coupê (*), versões dois volumes e meio ou os fastback (*).
Alguns exemplos: Honda Civic, Fiat Cronos, Toyota Corola, Citroen C4 Lounge, VW Voyage.
(*) Veremos adiante o que são as variações destes conceitos.
Também conhecidos como "liftback", conceitualmente, nesses modelos existe a junção do compartimento entre o banco traseiro e o porta malas, eliminando um "volume" do carroceira. Por isso, é comum as montadoras utilizarem o termo "2 volumes".
Podem ter versões de 2 portas, 4 portas, 3 portas ou 5 portas. Nos dois últimos a tampa do porta malas é substituída por uma porta traseira (com vidro) que permite acesso ao interior pela area de bagagem, substituindo a tampa simples no porta malas.
Ter versões do mesmo modelo com diferente numero de portas, como o nosso Gol, aumenta a versatilidade para atender diferentes nichos do mercado.
Esses modelos costumam oferecer o essencial para uso diário nas cidades ou pequenas viagens, ou seja, praticidade para deslocamentos curtos, facilidade de estacionar, menor consumo e um porta malas reduzido.
Até por questões de mercado (preço), são os modelos mais baratos ou "de entrada", logo não espere muito conforto, acessórios ou acabamento luxuoso.
Exemplos conhecidos: VW Gol, Nissan March, Chevrolet Celta, Fiat Uno, Citroen C3, Fiat Argo.
Externamente são modelos bem parecidos com os hatchback, mas com dimensões menores, por isso quase sempre são oferecidos apenas com 2 ou 3 portas.
Suas características são quase que exclusivas para uso na cidade; porta malas minúsculo e os bancos traseiros comportando no máximo 2 pessoas, muitas vezes apenas de média estatura.
Do ponto de vista de mercado, as montadoras os oferecem como alternativas "cult" visando um público bem restrito, por isso a despeito do tamanho, esses modelos costumam ser caros e bem equipados.
Logo essa dualidade, tamanho pequeno e preço alto, limitam sua produção e geram discussões quanto ao "custo x benefício".
Alguns exemplos: Fiat 500, Smart For Two, Mini Cooper, Renault Twingo.
Os "Sport Utility Vehicle", ou veículo utilitário esportivo, também conhecidos como "Crossover" são o grande sucesso (ou praga) no mundo automotivo mundial.
O conceito é utilizar uma mistura de vários tipos de carroceria num único carro, a robustez de um utilitário (4x4), capacidade de carga das pick ups, muito espaço interno dos sedans e a potência de carros esportivos, mas ainda sendo relativamente prático para uso diário nas cidades.
O resultado é um combinado, ou salada, de conceitos de vários tipos de carrocerias.
Eh, não se engane, quem diria que a velha Veraneio iria fazer história...
Obviamente isso tem um preço, que não costuma ser barato, porque as SUVs geralmente estão no topo da lista de preços das montadoras, mesmo assim é a grande aposta das montadoras para o futuro do design.
Um trunfo é que este tipo de veículo facilita a instalação de pacotes de baterias nas versões elétricas, geralmente entre o assoalho do carro e a cabine de passageiros, evitando sacrificar a distribuição de peso, espaço interno ou de carga.
Entre as dezenas de modelos existentes, citando alguns: Land Rover Discovery, BMW série X, Audi série Q, Honda série RV, Toyota Hilux SW4, VW T-Cross, Hyundai Creta, Nissan Kicks, Jeep Compass e por ai vai...
A lista é longa e não para de crescer!
Paramos por aqui, em breve a conclusão deste assunto!