Karl Abarth Alberto nasceu em 15 de novembro de 1908, Viena, Áustria, começou a sua carreira aos 16 anos projetando bicicletas e chassis de motocicletas. Aos 19 anos voltou para a Áustria e começou a trabalhar para a “Motor Thun Motorcycles” preparando motos de competição e como piloto de testes.
Nesta época um dos pilotos de fábrica adoeceu e Karl teve oportunidade de pilotar em seu lugar, o resultado do teste foi ótimo (para desgosto dos outros pilotos) e Abarth conseguiu a volta mais rápida por duas vezes consecutivas. Este bom resultado não se repetiu no dia da corrida devido uma falha mecânica. Karl suspeitou de sabotagem e deixou a “Motor Thun”.
O gosto pelas corridas veio para ficar, aos 20 anos (29 de julho de 1928) em Salzburg veio a primeira vitória, Karl comprou uma motocicleta britânica usada e fez diversas melhorias e reduções de peso. Foi um resultado surpreendente, considerando que ele concorreu sem apoio de fábrica e sem assistência mecânica. No ano seguinte, 1929, nascia a primeira motocicleta a usar o nome Abarth.
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Todo este ímpeto foi freado por um segundo e mais grave acidente, em 1939, numa corrida na Iugoslávia que o deixou internado por um ano! Foi o final da carreira de Abarth como piloto de corridas.
Após a segunda guerra mundial, Abarth voltou para a Itália e mudou seu nome para o Carlo Desom, ele restabeleceu contato com amigos de uma família chamada “Porsche”, tornando-se representante italiano do estúdio de design Porsche.
Um rico industrial da época e então presidente da Juventus Football Club, Piero Dusio, financiava um piloto de grande sucesso chamado Tazio Nuvolari, que vencia quase tudo a bordo do seu Cisitalia D46.
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Cisitalia 360 |
Dusio encomendou para Abarth e Rudolf Hrushka (ex-engenheiro da Porsche) um novo e revolucionário carro monoposto; Cisitalia 360. O projeto era muito avançado para a época, tinha um sistema de tração nas quatro rodas complexo, motor twin-supercharged de 1.493 cc, 12 cilindros flat e produzia mais de 300 cv (em 1947!).
Tanta complexidade acabou com as finanças de Dusio e a Cisitalia faliu, em 1949, sem que o 360 tenha de fato competido. Carlo também estava financeiramente fragilizado, então juntou o que sobrou e fundou a “Abarth & C. SRL” em 31 de março de 1949, o logo da empresa veio do signo astrológico de Karl – Escorpião.
A Abarth criou a sua própria equipe de corrida - "Squadra Abarth", por ela passaram nomes famosos como Tazio Nuvolari, Luigi Bonetto, Cortese, e Duberti. Na Mille Miglia de 1949 ficou em segundo lugar na sua classe e quinto lugar geral, o Abarth 204 A Roadster venceu o campeonato italiano e o título Fórmula 2. No mesmo ano, a bordo de um Abarth 204 A Spider, Tazio Nuvolari conquistou a sua ultima vitória na subida de montanha de Palermo-Monte Pellegrino.
Para ajudar com os custos das corridas, a Abarth começou a desenvolver e comercializar peças e componentes especiais. Em 1950, desenvolveram uma série de escapes e através de uma campanha de marketing inovadora venderam mais de 4.500 unidades. A Abarth já empregava mais de 40 pessoas. Em 1962, as vendas globais chegaram a quase 260 mil unidades, ao longo deste período foram estabelecidas muitas parcerias com montadoras; Alfa Romeo, Maserati e Ferrari.
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O sucesso nas pistas continuava, na 24ª edição da Mille Miglia em 1957, havia 20 carros representando Abarth na classe 750 cc, 16 destes terminaram a corrida conseguindo o primeiro, segundo e terceiro lugares. Em 1958 a Abarth começava a distribuir seus carros nos Estados Unidos.
As vitórias continuaram na década de 60; primeiro na classe em sua primeira participação
oficial nas 24 Horas de Le Mans (Junho de 1961), campeão em torneiros de Carros de Turismo Europeus em 65, 66 e 67. Em 1965 foram contabilizadas quase 900 vitórias nas pistas e rallyes ao redor do mundo!
Todo este sucesso teve um custo, a empresa que era mais focada em vitórias do que no lucro foi obrigada a fundir-se com a Fiat em agosto de 1971 e a equipe foi comprada por Enzo Osella. A Abarth tornou-se o departamento de competição da Fiat, comandada pelo famoso engenheiro designer Aurelio Lampredi. O sucesso continuou com segundos lugares nos campeonatos do mundo de 1973, 74 e 75 e uma histórica vitória no Rally de Portugal de 1974.
Infelizmente em 23 de outubro de 1979, aos 71 anos, Carlo Abarth perdeu a corrida para uma grave doença, deixando como legado 10 recordes mundiais, 133 recordes internacionais e mais de 10.000 vitórias.
Por questões estratégicas e organizacionais a empresa foi perdendo espaço no grupo FIAT. Porém, em 2007, o Grupo Fiat relançou a Abarth & C SpA com instalações novas no complexo de Mirafiori, em Turim, para desenvolver projetos junto com o Abarth Racing Team. Esta nova fase já produziu joias como o Punto Abarth S2000 , Grande Punto Abarth e o 500 Abarth.
Que este sucesso continue por mais 100 anos!
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