01/05/2015

HOG

Várias pessoas devem lembrar-se do filme “Motoqueiros Selvagens”, uma comédia estrelada por John Travolta em 2007, mas imagino que poucos devem ter reparado no título original (“Wild HOGs”) e se perguntado; Afinal, o que é um “HOG”?
HOG na verdade não é uma palavra e sim uma sigla cujo significado é “Harley Owners Group”. É um clube, ou comunidade, criado, operado e patrocinado pela própria Harley-Davidson. A ideia nasceu em 1983, como estratégia de marketing, para fortalecer os laços da empresa com seus clientes e com uma proposta muito bem definida; cultivar e multiplicar amigos, fazer passeios e eventos em grupo, realizar ações sociais e filantrópicas e, por que não, incentivar os membros a consumir mais produtos oficiais da marca!
Do ponto de vista de marketing os clientes da Harley têm algumas características distintas, eles costumam consumir muito mais em acessórios e produtos licenciados do que os clientes de outros grandes fabricantes de motocicleta. Por sua vez, os membros das comunidades HOG, normalmente, gastam 30% a mais do que os proprietários de Harley-Davidson em geral. Entre os produtos mais consumidos estão roupas (licenciadas pela marca), acessórios originais e participação em eventos patrocinados pela Harley-Davidson.
Este esforço da marca fez parte de uma estratégia maior que levou a Harley-Davidson a tornar-se um ícone americano mundial, criando uma identidade própria dos seus consumidores; Não basta gostar de moto, tem que ser dono de uma Harley, não basta ter uma Harley, tem que ser um HOG! 
Toda esta sinergia impulsiona as vendas da marca e fortalece o estilo de vida e valores dos seus entusiastas / consumidores; orgulho, autenticidade, liberdade e espirito de aventura. A própria marca entende que os HOG´s passaram a serem mais importantes na construção de uma comunidade em torno da marca, do que apenas promover um produto de consumo. 
Chega mesmo a ser um estilo de vida!
Estima-se que existam no mundo mais de um milhão de membros ativos, organizados em “chapters” por cidades ou região. Isso representa “apenas” o maior clube de consumidores patrocinado por uma fábrica no mundo. Ao comprar uma moto 0 km o proprietário torna-se parte deste clube, com direito a kit de boas vindas, carteira de associado, informações de rotas de viagens nos EUA e no mundo e um “guia de aventura”, explicando o que significa ser um HOG. Cada concessionária Harley-Davidson pode, não obrigatoriamente, patrocinar um grupo local, mas não pode existir uma comunidade HOG (oficial) sem estar associado com uma concessionária ou subsidiária patrocinadora. 
Os grupos HOGs são dirigidos por uma diretoria voluntária (Diretor, Diretor Assistente, Primeiro Capitão de Estrada, Auxiliares de Capitão de Estrada), eleitos anualmente entre seus membros locais. Entre as “obrigações” da diretoria está a produção de um boletim de notícias e organização de eventos e passeios durante todo o ano. 
Os HOGs não são os únicos grupos de motociclistas que reúnem entusiastas da Harley-Davidson, de fato não existe impedimento legal para a existência de comunidades ou grupos de proprietários e entusiastas da Harley-Davidson sem o envolvimento oficial da marca mundo afora, além do que os grupos de motoqueiros já existiam desde o final da segunda guerra mundial. A questão é que algumas vezes o comportamento de tais grupos, como os Hells Angels, até prejudicaram a imagem da marca, talvez por isso a estratégia de envolvimento direto também tenha sido uma necessidade e não apenas uma estratégia bem sucedida de marketing. 
Existe também alguma associação, indireta, entre os HOGs com a Kultura Kustom, lógico que não existe regras rígidas para determinar se isto é correto ou não, mas alguns mais puristas rejeitam esta associação porque um dos valores da Kultura Kustom está justamente em não se prender a regras rígidas para curtir o seu estilo de vida.
No final, o que vale é a diversão, viver a vida e curtir os amigos, isso os HOGs fazem muito bem... 

27/04/2015

Robert Williams - Mr. Bitchin

Robert Wandell Williams, ou simplesmente Mr. Bitchin, nasceu em 2 de março de 1943, em Albuquerque no estado de Novo México. Desde cedo interessou-se por arte, desenho e pintura, adorava o “German Pickelhauben” que eram aquelas pontas colocadas no topo dos capacetes dos militares alemães, provavelmente esta influência veio no colégio militar “Stark Military Academy” onde cursou o primeiro grau. 
Seu pai era dono de um drive-in chamado "The Parkmore," o local era muito frequentado por Hot Rodders e isso, definitivamente, marcou a influência da cultura automotiva na vida de Williams. 
Em 1955, com apenas 12 anos de idade ganhou do seu pai o seu primeiro carro, um Ford Coupe 1934. No ano seguinte, após a separação dos pais, foi morar com a sua mãe em Alburquerque e a sua juventude passou por momentos difíceis. Se envolveu com delinquentes e gangues que naquela época eram presentes no movimento rebelde dos Hot Rods. Chegou a ser expulso da escola e quase foi para a cadeia.
Esta situação o obrigou a mudar de vida, em 1963 aos 20 anos mudou-se para Los Angeles que então era o grande centro da Kultura Kustom e dos Hot Rods. Voltou estudar arte no "Los Angeles City College" e foi lá que conheceu sua futura esposa, Suzanne Chorna.
Mega Cycle
Em 1965, após o seu casamento com Suzanne, largou os estudos e começou a trabalhar como ilustrador e desenhista até conseguir o seu emprego dos sonhos no estúdio de ninguém menos que Ed "Big Daddy" Roth. Kenny "Von Dutch" Howard também tinha grande proximidade com Roth, assim os dois foram responsáveis por grande influência artística no trabalho de Robert Williams.
Williams começou o trabalho para Roth produzindo gráficos e anúncios, no final dos anos 1960 também começou a criar os seus surreais desenhos "Super cartoon", como "Appetite For Destruction" e "In The Land Of Retinal Delights", as obras foram bem recebidas pelo público e vendiam bem, apesar da produção ser muito cara e demorada, em torno de um ano.
Robert também trabalhou com Ed Roth na criação de alguns dos seus lendários carros. No “Mega Cycle” de 1967 ele teve a ideia de um nome bem original para o projeto: "Captain Pepi's Motorcycle & Zeppelin Repair". Mas, decidiram mudar o nome para “Mega Cycle” após algumas fortes sugestões dos promotores dos Shows onde o carro seria apresentado...
Robert também trabalhou na construção do “Globe Hopper” de 1987, o nome também foi ideia sua.
Após o fechamento do estúdio de Roth, Williams reforçou a suas influências psicodélicas, juntou-se ao grupo de artistas “underground” que criou o ZAP Comix, participaram deste movimento artistas importantes da época como Robert Crumb, S. Clay Wilson, Gilbert Shelton e Victor Moscoso. Em 1969 ele criou o anti-herói underground, Coochy Cooty. 
Após o movimento Hot Rod perder um pouco de energia, ele acabou se envolvendo menos com os carros levando-o a experimentar novas influências. 
Na década de 1980, Williams aderiu ao movimento Punk Rock e cativou o um grande público, criou livros, imagens e personagens vibrantes, sexys e ultra-violentos. A sua notoriedade como artista aumentou muito após  a obra "Appetite for Destruction" ser usada na capa do álbum homônimo do Guns n’ Roses em 1987. 
Durante a década de 1990 a popularidade e notoriedade do seu trabalho também cresceu entre críticos e as galerias de vanguarda como Billy Shire's La Luz de Jesus Gallery, Zero One Gallery e Tamara Bane Gallery. Hoje famosos colecionadores de arte contemporânea como Nicolas Cage, Leonardo DiCaprio, Artie Shaw, Debbie Harry, Anthony Kiedis, Ed Ruscha e Timothy Leary são grandes admiradores da arte de Robert Williams. 
Atualmente, Robert Williams vive em San Fernando Valley, na Califórnia com sua a esposa Suzanne que também é artista plástica.





21/04/2015

Playlist Route 66 - Sweet Home Alabama

Essa não poderia ficar de fora da nossa playlist para a rota 66, de jeito nenhum.
Muita gente deve lembrar desta música apenas pelo filme "Con Air" (1997, com Nicolas Cage e direção de Jerry Bruckheimer), mas este clássico do Lynyrd Skynyrd é muito mais do que isso.

Agora é só escolher entre uma Harley ou um V8 barulhento, colocar para rolar e sair por ai!


Problemas para visualizar, clique aqui

Big wheels keep on turning
Carry me home to see my kin
Singing songs about the south-land
I miss 'ole' 'bamy once again
And I think it's a sin

Well I heard Mister Young sing about her
Well I heard ole Neil put her down
Well, I hope Neil Young will remember
A southern man don't need him around any how

Sweet home Alabama
Where the skies are so blue
Sweet home Alabama
Lord, I'm coming home to you

In Birmingham they love the Gov'nor
Now we all did what we could do
Now Watergate does not bother me
Does your conscience bother you?
Tell the truth

Sweet home Alabama
Where the skies are so blue
Sweet home Alabama
Lord, I'm coming home to you

Now Muscle Shoals has got the Swampers
And they've been known to pick a song or two
Lord they get me off so much
They pick me up when I'm feeling blue
Now how bout you?

Sweet home Alabama
Where the skies are so blue
Sweet home Alabama
Lord, I'm coming home to you

Bertone

Este blog gosta do bom gosto e estilo Italiano para os carros, já falamos sobre isso contando a história do Studio Pininfarina, agora é o momento de falar de outro grande expoente desta arte que é o Gruppo Bertone.
Giovanni e Nuccio
A empresa foi fundada em 1912 por Giovanni Bertone como “Carrozzeria Bertone”, em Grugliasco, norte da Itália. Nas primeiras décadas do século passado eram comum os carros não terem carrocerias únicas, havia muito espaço para os estúdios de design desenvolver carrocerias exclusivas sobre a mesma plataforma, a Bertone era um destes estúdios, na verdade a empresa já era conhecida pela qualidade e estilo dos seus produtos: carroças puxadas a cavalo.
A empresa chegou a ser fechada por causa da Primeira Guerra Mundial, após o final da guerra Bertone voltou aos negócios, mas focado apenas no setor automotivo. Em 1921 foi fechado o primeiro contrato importante com a FIAT para projetar um modelo de alto desempenho "501 Desporto Siluro Corsa". A cidade de Turim era o centro automotivo mundial na época, Bertone já tinha parcerias com as duas maiores empresas, a FIAT e a Lancia, além de Itala, Diatto e SPA. 
 Alfa Romeo Giulietta Sprint
A depressão de 1929 afetou profundamente as montadoras, mas a Bertone seguiu firme e em 1932 projetou o imponente elegante Lancia Artena. Em 1934  o nome da empresa já começava a ser conhecido fora da Itália, foi neste ano que o filho de Giovani, Giuseppe “Nuccio” Bertone, então com dezenove anos começou a trabalhar com o pai.
Veio a segunda guerra mundial e a empresa, como quase todas, acabou focando no desenvolvimento de veículos militares, após a guerra Nuccio Bertone assumiu o comando da empresa e comandou a sua divisão; a “Carrozzeria” ficou responsável pela fabricação e a “Stile Bertone” responsável pelos projetos. Vieram as primeiras encomendas de países fora da Itália, com a MG e a Bristol Cars Limited. No salão de Paris em 1952 foi apresentado o cupê Abarth com linhas aerodinâmicas. No seguinte, em Turim, a Bertone mostrou o famoso "BAT" (Berlinetta aerodinâmica Tecnica), um Sprint montado sobre a plataforma do Alfa Romeo 1900.
Em 1954 foi apresentado o Alfa Romeo Giulietta Sprint, novamente em Turim, havia um plano de produzir 1000 unidades, mas o sucesso levou a uma produção de cerca de 40.000 unidades entre 1954 e 1965. 
1963 Chevrolet Corvair Testudo
A empresa investia pesado em tecnologia, em especial na área aerodinâmica, em 1956 produziram o Abarth 75 sobre um chassis Fiat 600, com ele conseguiram quebrar 10 recordes mundiais de velocidade e distância em Monza. Em 1957 a empresa começou a trabalhar com a NSU e lançou o modelo Prinz, o aumento da demanda levou a construção de uma nova fábrica em 1959, nesta época Bertone fazia história com carros como o Alfa Romeo Giulietta Sprint Especial, Aston Martin DB2 e DB4 e a Maserati 3500 GT.
Os anos 1960 marcaram o auge do estilo italiano no mercado mundial, vieram modelos como o Alfa Romeo 2600 Sprint, Ferrari 250 GT e o Maserati 5000 GT, além de duas novas parcerias com a SIMCA e a BMW. Em 1965, a Carrozzeria Bertone lançou o Fiat 850 Spider com grande sucesso comercial, este modelo levou Nuccio Bertone a aumentar a produção da empresa para 120 unidades por dia, chegando a 30.000 carros produzidos em 1968.
Lamborghini Miura
O mundo assistiu em 1966 no salão de Genebra o primeiro modelo de uma grande parceria com Ferruccio Lamborghini, o Lamborghini Miura. O Miura é considerado o carro que reinventou o conceito de alto desempenho. Desta parceria vieram o Marzal (1967) e o Espada (1968). As características da Bertone estavam mundialmente consolidadas: carros inovadores, estilo surpreendente e linhas que definiam o futuro do design automotivo.
A parceria com a Lamborghini se fortaleceu em 1970, vieram os modelos Jarama e Urraco e aquele que tornou-se um dos carros mais icônicos do mundo, o Lancia Stratos Zero. Este foi o modelo gerou o Lancia Stratos Stradale, que fez história nos campeonatos mundiais de rallye.
Lancia Stratos
Aos 88 anos, Giovanni Bertone morreu em 1972. Mesmo com a sua ausência, a empresa não parava de lançar super carros de sonhos como o Lamborghini Countach e a Ferrari 308 GT4 (1973), ou modelos de sucesso como o Audi 50 (1973), Mini 90 (1974), Fiat 131 Abarth Rally (1975) e o protótipo Alfa Romeo Navajo (1976). No mesmo ano, a empresa começou a trabalhar para a Volvo, a Bertone também passava além de projetar e produzir carros em nome das grandes montadoras, a ser responsável pela rede de vendas e assistência pós-venda.
Em 1982, Nuccio Bertone assinou outro projeto importante, o Citroën BX. Foi fechado um novo acordo comercial com a General Motors Europa, em 1986, para a produção do Kadett Cabrio e o design do Pontiac Fiero GT, além de muitos outros projetos de sucesso com outras montadoras.
Alfa Romeo Carabo
Na década de 1990 a empresa começou as pesquisas de veículos de baixo impacto ambiental, foi apresentado a releitura futurista do Abarth 750 Record elétrico, com baixo coeficiente aerodinâmico quebrou o recorde mundial de distância em uma hora de duração (199,822 km), também estabeleceu o novo recorde mundial de velocidade para carros elétricos com 303,977 km/h. Em 1994 foi o primeiro fabricante na Itália a receber o certificado ISO 9001.
Bertone Nuccio
Em 26 de fevereiro de 1997, durante o Salão Automóvel de Genebra, Nuccio Bertone morreu. A sua viúva Lilli Bertone assumiu a gestão da empresa, mas a empresa sentiu muito o desaparecimento de Nuccio. O mercado automobilístico mundial estava mudando com a entrada de montadoras asiáticas e veio a crise mundial de 2008, este cenário complicado levou a Bertone a vender a fábrica de Grugliasco para FIAT. Foi feita uma grande reestruturação e o foco passou para serviços integrados nos setores de design industrial automotivo e de transporte. 
As condições financeiras só pioraram, chegando ao ponto da empresa vender parte de seu acervo precioso de carros-conceito em 2011, como tentativa desesperada de reverter o quadro financeiro. A situação continuou se deteriorando, no dia 18 de março de 2014 foi anunciado que a empresa seria fechada se não fosse definido um novo comprador até o final do mês seguinte. Infelizmente, isso não ocorreu e o Gruppo Bertone, oficialmente, teve a sua falência decretada.
A família Bertone, tal qual a família Pininfarina, definiu e revolucionou os conceitos de estilo e design dos automóveis. Em 2006, Nuccio Bertone foi introduzido no Hall da Fama do Automóvel em Detroit, ao lado de outros ícones como Henry Ford, Giovanni Agnelli, Louis Renault e os irmãos Michelin.

Uma "parte" da lista das maravilhosas criações de Giovanni e Nuccio Bertone;

1921

SPA 9000 Sport
1923
Fiat 501
1934
Bertone Superaerodinamica
1936
Bertone Fiat 508
1952
Abarth 1500 
1953
Arnolt-MG Convertible Coupe, Alfa Romeo BAT-5, Fiat 1100 TV e Fiat 8V Spider
1954
Alfa Romeo: 1900 Sport Spider, 2000 Sportiva, BAT-7 e Giulietta Sprint, Aston Martin DB2 / DB4 Spider
1955
Alfa Romeo BAT-9, Arnolt-Bristol Spider e Coupé
1958
Abarth 1000 GT Coupé
1959
NSU Prinz Sport, Ferrari 250 GT SWB "Competição" Berlinetta Speciale
1960
Alfa Romeo Giulietta Sprint Speciale, Gordon-Keeble, NSU Wankel Spider
1961
Aston Martin DB4 GT Jet
1962
Alfa Romeo: 2600 Sprint, Giulia Sprint, GTA, ASA 1200 G.T. Coupé Bertone, BMW 3200 CS, Iso Rivolta, Simca 1000
1964
Alfa Romeo Canguro
1965
Abarth OT 1000 Spider, Fiat 850 Spider, Iso Grifo, Mazda Luce
1967
Alfa Romeo: GT 1300 júnior, Montreal, Fiat Dino Coupé, Jaguar Pirana, Lamborghini Marzal e Miura, Simca 1200S Coupé
1968
Alfa Romeo Carabo, Fiat 850 Sport Spider, Lamborghini Espada, Lambretta Luna Gama: Lui / Vega / Cometa
1969
BMW 2800 Spicup, Lambretta GP / DL Scooter 
1970
Lancia Stratos Zero, Lamborghini Urraco, BMW Garmisch 2200Ti
1971
Lamborghini Countach
1972
Lancia Stratos , Fiat X1 / 9, Citroen Camargue, Maserati Khamsin
1973
NSU Trapeze
1974
Lamborghini Bravo, Ferrari 208/308 GT4, Maserati Quattroporte II
1976
Alfa Romeo Navajo
1977
Volvo 262C, Jaguar Ascot
1978
Fiat Ritmo, Alfa Romeo Alfetta, Lancia Sibilo
1979
Volvo Tundra
1980
Alfa Romeo Alfetta 2000, Lamborghini Athon
1981
Mazda MX-81, Mercedes-Benz W126 Limousine
1982
Citroën BX
1983
Alfa Romeo Delfino
1984
Chevrolet Camaro, Alfa Romeo 90
1985
Volvo 780
1986
Citroen Zabrus, Pontiac Fiero GT
1987
Škoda Favorit, Opel Kadett e Cabrio
1988
Lamborghini Genesis
1989
Citroën XM, Bertone Freeclimber
1990
Lamborghini Diablo, Chevrolet Nivola, Daewoo Espero
1991
Citroën ZX, Cizeta-Moroder V16T
1992
Bertone Blitz
1993
Citroën Xantia
1994
Opel Astra Cabrio
1995
Fiat Punto Cabriolet
1998
BMW Pickster
2001
Opel Astra Coupe / Cabrio
2003
Alfa Romeo GT, Bertone Birusa, Changhe Ideal
2004
Aston Martin Vanquish Jet 2
2005
Bertone Villa
2006
Bertone Suagnà, Mini Cooper GP
2007
Bertone Fiat Barchetta
2008
Chery Kimo, Alfa Romeo BAT-11
2009
Bertone Mantide, Chevrolet Niva, Riich G5
2010
Alfa Romeo Pandion
2011
Jaguar B99
2012
Bertone Nuccio

18/04/2015

Burt Munro

Eu não conhecia a história de Burt Munro antes de assistir o filme “Desafiando os limites” (“The World Fastest Indian” de 2005, direção de Roger Donaldson), de fato só assisti ao filme por causa do ator principal, Anthony Hopkins. O enredo do filme e a atuação de Hopkins são muito bons, então fiquei curioso por saber se a história do personagem principal, exemplo de persistência e dedicação, era verdadeira ou não.  
Pesquisei  um pouco e me encantei ainda mais com a história de Burt Munro!
Herbert James "Bert" Munro nasceu em 25 de março de 1899, em Invercargill, Nova Zelândia, cresceu em uma fazenda em Edendale. Após um erro de ortografia do seu nome em uma revista de americana de motociclismo, decidiu mudar seu apelido para “Burt” em 1957.
Sua irmã gêmea morreu no parto e os médicos deram a Burt uma expectativa de dois anos de vida. Parece incrível, mas desde cedo já desafiava todos os seus limites. No final da Primeira Guerra Mundial o seu pai vendeu a fazenda, com a depressão econômica mundial do início do século XX passou a trabalhar como vendedor de motos e mecânico.
Ele começou a correr de motocicletas e até conseguiu um relativo sucesso na Nova Zelândia e Austrália, o primeiro dos seus sete recordes de velocidade da Nova Zelândia foi obtido em 1938, já com 39 anos.
Sua grande companheira era uma motocicleta Indian Scout, com motor V-twin de 606 cc de 1920 (a velocidade original era de 55 mph ou 89 km/h), que vinha sendo modificada por ele mesmo desde 1926, Munro se referia a moto como “Munro Special”.
Após a Segunda Guerra Mundial ele se divorciou, em 1947, e foi morar em uma garagem onde continuou modificando suas motos (ele também tinha um Velocette MSS de 1936). Enfrentava dois grandes desafios; falta de peças (alguém já tinha ouvido falar de Invercargill?) e, adivinhem, falta de dinheiro. 
Burt não se curvava perante as dificuldades, para se ter uma ideia ele sofria de angina desde os anos 1950. 
Todos os seus ganhos eram utilizados nas modificações de suas motocicletas, trabalhava durante quase todas as noites nas motos e de manhã ia trabalhar, sem ter dormido na noite anterior. Para driblar a falta de recursos ele passou a fabricar suas próprias peças e improvisar as ferramentas, para isso abusava da criatividade e não se importava muito com segurança, chegava até a utilizar partes de latas velhas para fazer pistões, bielas e outras peças de motor. Entre outras modificações, o motor original da Indian chegou a incríveis 950 cc e desenvolveu um sistema de transmissão por corrente tripla.
Como começou a sua fascinação por Bonneville não é relevante, mas Munro decidiu transformar a sua "Munro Special" na Indian mais rápida do planeta e participou dez vezes do “Bonneville Speedweek” e estabeleceu três recordes mundiais (1962, 1966 e 1967). Na primeira vez que foi a Bonneville, Burt já tinha 63 anos de idade e a sua moto 42 anos de uso!
No recorde de 1962 a “Munro Special” tinha um motor de 883 cc e atingiu 288 km/h (178,95 mph), a mais rápida na sua classe. 
Em 1966 estabeleceu o segundo recorde com 270,476 km/h (168,066 mph) e o motor chegando a 920 cc. No ultimo recorde, em 1967, o motor chegou ao seu limite de 950 cc e registrou 295,453 km/h (183,586 mph) na sua classe. 
Na qualificação (one-way) chegou a 305,89 km/h (190,07 mph), a velocidade mais rápida registrada oficialmente por uma Indian.
Burt Munro morreu em seis de Janeiro de 1978, aos 78 anos de causas naturais. Ele teve quatro filhos do seu único casamento. Em 2006, Munro foi introduzido no “AMA Motorcycle Hall of Fame”, a eterna "Munro Special" original atualmente pertence a um entusiasta na Nova Zelândia, sendo exposta regularmente no E Hayes & Sons na sua cidade natal, Invercargill.
Em março de 2013 a Indian Motorcycles anunciou o lançamento de um modelo “streamliner custom-built” chamado “Spirit of Munro”, a moto foi construída para ser usada em shows como uma homenagem às sua s realizações.
Outro fato surpreendente aconteceu em agosto de 2014, quando o seu recorde de 1967 foi quebrado.
Sabem o nome do novo recordista; Burt Munro, isso mesmo. 36 anos após a sua morte!!!! 
O que ocorreu foi que o filho de Burt, John Munro, notou um erro de cálculo nos registros oficiais da AMA (American Motorcyclist Association). Pelos registros de 26 de agosto de 1967, Burt Munro atingiu uma média de 183,586 mph (295,453 km/h) em duas medições, na primeira 184,710 mph (297,261 km/h) e na segunda 183,463 mph (295,255 km/h), refazendo as contas John Munro chegou à média de 184,087 mph (296,259 km/h). 
A AMA, que não utilizava calculadoras na época, revisou os números e oficializou o novo recorde. 
Burt, onde quer que esteja, deve ter ficado muito feliz!
Para entender melhor o que Munro representa como ser humano, exemplo de dedicação, resiliência e persistência fica a nossa dica, assistam ao filme “Desafiando os limites”.