19/01/2016

Trem e afins...

(Mais um post com a colaboração do Joris Morelli, que está se tornando o mais ativo colaborador deste blog e também aniversariante do último dia 08 de Janeiro)

Quase todo gearhead gosta de James Bond (ah, o Aston DB5...), então, certamente lembrará desta cena do filme "007 contra Octopussy" onde o Mercedes anda nos trilhos, lá pelos 50 segundos do filme...


...aqui vai a prova de que nada disso é marmelada;

Apesar de não ser muito popular para as pessoas em geral, o uso de carros para inspeção e manutenção de linhas férreas são relativamente comuns nas companhias ferroviárias, desde os primeiros Fords Modelo A!

No começo estes veículos eram construídos pelas próprias companhias ferroviárias...
...depois de um tempo percebeu-se que seria melhor (prático ou barato?) adaptar veículos comuns.

As adaptações envolviam trocar os eixos originais por ferroviários, mas a evolução levou a adaptações mais simples colocando rodas ferroviárias e guias escamoteáveis na dianteira e na traseira, assim seria possível levantar as rodas dianteiras e deixando as traseiras sobre os trilhos para a tração e frenagem. E o melhor, o veículo poderia ser usado fora dos trilhos também.
E vejam que não faltam exemplos de transformações deste tipo usadas no Brasil, prova que o iniciativa realmente não é tão exótica assim;



31/12/2015

Happy 2016 Season!!

Eu já postei este vídeo no Facebook a um ou dois anos atrás, eu ainda acho que para nós aficionados por motores é uma das melhores formas de dizer "FELIZ ANO NOVO", uma nova largada se aproxima e a corrida não será fácil!


O vídeo é de autoria de um jovem finlandês chamado Antii kalhola (http://anttikalhola.com/), ele tem apenas 26 anos e produz vídeos desde os 14. Muitos consideram que seus vídeos sobre corridas, em especial F1, são os melhores da Internet.
Seus vídeos são tão bons ao ponto de levarem Bernie Ecclestone, ou melhor a FOM (Formula One Management), a travar uma batalha contra ele alegando violação de diretos autorais, isso vem desde 2010. 
Bernie, na boa "Give your wings"...

20/11/2015

Playlist Route 66 - Roadhouse Blues

Já colocamos um som do The Doors em nossa playlist, mas Jim Morrison sempre merece um bis! 
A qualidade do vídeo não é das melhores, mas é original e mostra bem com era a loucura das apresentações do The Doors, este foi um show em New York, em 1970...
Sabia que 1970 foi um ano interessante? Afinal, neste ano foram lançadas algumas coisas como Chevrolet Monte Carlo, De Tomaso Pantera, Ford Maverick, Lamborghini Urraco, Plymouth Duster e o Triumph Stag. Nada mau.


Ah keep your eyes on the road, 
Your hands upon the wheel.
Keep your eyes on the road
Your hands upon the wheel.
Yeah, we're going to the roadhouse, 
Gonna have a real good-time.

Yeah, the back of the roadhouse, 
They've got some bungalows.
Yeah, the back of the roadhouse, 
They've got some bungalows.

They dance for the people
Who like to go down slow.

Let it roll, baby, roll.
Let it roll, baby, roll.
Let it roll, baby, roll.
Let it roll, all night long.

Do it, Honey, do it! 
All right! Aee Yeah! 

You gotta roll, roll, roll, 
You gotta thrill my soul, alright.
Roll, roll, roll, roll-a 
Thrill my soul.

Ashen-Lady.
Ashen-Lady.
Give up your vows.
Give up your vows.
Save our city.
Save our city.
Ah, right now.

Well, I woke up this morning
And I got myself a beer.
Well, I woke up this morning
And I got myself a beer.

The future's uncertain
And the end is always near.

Let it roll, baby, roll.
Let it roll, baby, roll.
Let it roll, baby, roll.
Let it roll, all night long.

Qual é o seu estilo? (Parte 3)

Já falamos um pouco deste estilos e conceitos, a primeira parte esta aqui e a segunda parte aqui, mas como é um assunto que nunca terá fim (ainda bem), vamos seguir no assunto mais um pouco...
Ponycar: Vamos começar falando que existe muita confusão entre o conceito de "Muscle Cars" e "Pony cars"!
Para alguns o termo Pony cars não existe como conceito propriamente dito, a diferença é apenas uma questão de marketing das montadoras. 
Polêmicas a parte, o termo começou a ser visto final dos anos 1950, com o lançamento do Ford Thunderbird, mas ficou consolidado com o lançamento do Ford Mustang em 1964
São considerados pony cars os modelos de carros compactos, de estilo esportivo e com boa performance garantida por um motor v8, de bloco pequeno.
Outro foco de confusão existe porque tivemos modelos, Mustang ou Camaro por exemplo, sendo produzidos ao mesmo tempo em versões com motores V8 de bloco pequeno e outras com bloco grande, que também eram usados em outros modelos Muscle Cars..
Dá para dizer que um Mustang Boss 351 é um pony car? Acho que não...
Outra questão que os puristas questionam é que modelos Ford Mustang, Chevrolet Camaro, Pontiac Tempest Le Mans e Chevrolet Corvair são considerados pony cars, mas o Corvette das primeiras gerações, apesar de ser compacto, nunca foi considerado um Pony Car.
Na boa, quem liga? Sendo um V8, com mais de 300 polegadas, está tudo bem!
Chopper: E as motos? Falamos pouco delas!
Esse estilo é um tipo de motocicleta customizada, bem customizada aliás, que utiliza garfos longos, modificações no quadro (chassi), rodas diferentes na frente e atrás, nenhum freio dianteiro (!!!).
A aparência é bem individualizada, ao gosto do dono, variando desde pinturas elaboradas, temáticas ou para um estilo mais parecido com “rat hod”.
Este estilo de customização surgiu nos Estados Unidos, no meio da década de 1960, e tornou-se um dos símbolos da geração hippie e da contra-cultura, acabou sendo eternizada pela famosa moto “Capitão América” usada pelo personagem Wyatt, do ator Peter Fornda, no filme Easy Rider lançado em 1969.
Bopper: As motos boppers surgiram na década de 1940, nos Estados Unidos.
Na época muitas motos britânicas chegavam no mercado Americano, eram modelos mais rápidas e leves que as americanas Harley e Indian e venciam facilmente os rachas e corridas.
Essa "humilhação" levou os donos de Harleys e Indians a modificar suas motos para deixá-las mais competitivas, isso quer dizer algumas mexidas no motor, manter rodas dianteira e traseira de mesmo diâmetro para favorecer a ciclística e, principalmente, diminuir o peso retirando partes "não essenciais" como acabamento, retirar o para-lama dianteiro e usar um banco solo.
O estilo minimalista, sem cromados ou adereços, ficou marcante, as customizações geralmente eram feitas na garagem da casa do dono.
Essa turma começou a usar o termo “bobbing” porque também era usado em corridas de cavalo, onde os treinadores cortavam (to bob) o rabo de um cavalo.
Lowrider: São os carros com o sistema de suspensão modificado para andar tão junto ao chão quanto possível, subir e descer ou dar uns pulos.
O estilo evoluiu para uma cultura, ficou muito popular entre jovens latinos nas periferias dos estados americanos mais próximos do México, iniciando durante na década de 1960.
Normalmente, este pessoal preferia usar os modelos americanos da década de 1950 ou começo dos anos 1960, por serem mais baratos e com estrutura resistente, tais como o Chevrolet Impala. 
Inicialmente, eles apenas retiravam as molas da suspensão, mas só até alguém ter a ideia de adaptar bombas hidráulicas, as mesmas que foram usadas por aviões da segunda guerra. Os carros começaram a pular e andar até em 3 rodas, por isso pneus e rodas também precisam ser especiais para aguentar o peso dos pulos. 
Pode-se dizer que o visual dos donos completa o visual do carros, com suas roupas, tatoos, cabelo, etc. Realmente não dá para imaginar um "rocker" andando num low rider...
Atualmente, as preparações também capricham no estilo e cores das pinturas e rodas, as vezes de gosto discutível...
Café racer: Sobre este assunto não vamos falar muito aqui, porque nós gostamos tanto deste estilo que já temos um outro post aqui no blog.
Nele contamos bastante sobre a sua história, dá um pulo lá...






Por enquanto é isso. Em breve traremos mais estilos...

19/10/2015

Ralph "Sonny" Barger

A história dos Hells Angels não é nenhuma novidade para nós (falamos deles aqui e aqui), agora a oportunidade é falar de uma das mais marcantes e polêmicas figuras relacionada ao grupo; Sonny Barger.
Ralph Hubert Barger nasceu em 08 de outubro de 1938 e cresceu na Califórnia até o início dos anos 1950. Sua história familiar já revela muitos dramas e nem poderíamos esperar outra coisa, a sua mãe abandou a família quando ele tinha apenas 4 meses, Barger então foi criado pela irmã mais velha e o pai, que era alcoólatra.😔
Na escola foi suspenso várias vezes por agredir professores, além do que uma das suas diversões era lutar contra outros meninos. 
O curioso é que quando Barger fala sobre esta fase ele não se vê como um delinquente, apenas sustenta que tinha perdido o "interesse" na escola...
Aos dezesseis anos ele se alistou no exército, mas sua carreira militar terminou apenas 14 meses depois quando foi descoberto que havia forjado sua certidão de nascimento. 
Após seu retorno do Exército, Barger passou um tempo fazendo trabalhos secundários e sem achar um objetivo de vida, foi quando descobriu algo que mudou a sua vida para sempre; Motos.
Barger juntou-se ao seu primeiro clube de motos em 1956, os “The Oakland Panthers”, mas logo deixou a clube porque achava que faltava fraternidade e união. Por um tempo ficou perambulando em diversos grupos de motociclistas sem se encontrar plenamente, até que decidiu ele mesmo formar um novo moto clube com alguns amigos de confiança.
Era 1957, Barger discutia a criação deste novo moto clube um amigo, Don "Boots" Reeves, quando um símbolo remendado na jaqueta de Boots chamou a sua atenção, era um pequeno crânio com um boné de aviador e um par de asas...
Dizem que Boots também sugeriu o nome do novo clube “Hells Angels”. Eles não sabiam, mas já existiam outros moto clubes nos arredores da Califórnia com o mesmo nome. 
Aos poucos estes clubes (ou gangs) foram se entendendo e formando uma fraternidade com regras em comum, o que veio a seguir é a história dos Hells Angels.
O fato é que o capítulo de Oakland dos “Hells Angels Motorcycle Club” formado por Barger e seus amigos nunca passou pela votação de outros capítulos para fazer parte dos Angels, eles simplesmente visitaram outros grupos decidiram formar o seu próprio capitulo. Será que alguém (teve coragem) foi contra?
Barger conta que os diferentes capítulos trataram de se entender rapidamente para se fortalecer e marcar território perante grupos rivais, por exemplo, não podia existir um grupo a menos de 50 milhas de outro, exceto para Oakland e Frisco. Mesmo assim houve muitos conflitos entre os capítulos dos Hells Angels e com outros moto clubes como o Gipsy Joker, mas os Angels prevaleceram e expulsaram boa parte dos "concorrentes" da Califórnia.
Sonny Barger após tornar-se presidente do capítulo de Oakland assumiu uma posição informal de autoridade dentro dos Hells Angels. Em meados dos anos 1960 novos capítulos começaram a se formar fora do estado da Califórnia e também fora dos Estados Unidos, Barger teve papel importante neste movimento ajudando a estabelecer regras, tais como; voto nacional para aceitar novos capítulos, enviar membros para avaliar os novos grupos e receber representantes destes para participarem de viagens e “festas”. 
Além disso, eles costumavam ser bem “severos” quanto a não permitir capítulos não autorizados. 
Para Barger, os membros dos Hells Angels podiam se transferir de um capítulo para outro, mas motoqueiros de outros grupos não eram bem-vindos (principalmente dos outros grupos que formavam o "Big Four": The Hells Angels, The Pagans, The Outlaws e Bandidos MC).
Show dos Stones - Altamont 1969
A medida que a (má) fama dos Angels crescia e Barger se tornava mais influente no grupo, a biografia de ambos passou a se confundir, tanto que em 1966 ele foi um dos principais citados no livro best-seller de Hunter S. Thompson “Hell's Angels: The Strange and Terrible Saga of the Outlaw Motorcycle Gangs”, ou “Hell Angels: A estranha e terrível saga das gangues de motociclistas fora da lei”. 
Barger e os Hells Angels também são retratados em outro best-seller de 1968 de Tom Wolfe “The Electric Kool-Aid Acid Test”. 
Barger também esteve presente no incidente que ocorreu durante a fatídica apresentação dos Rolling Stones em Altamont, 1969, ele foi retratado no documentário sobre o show, Gimme Shelter em 1970.
É difícil saber quais regras seguidas pelos HAMC são mesmo ideias de Barger, mas ele costuma repetir algumas delas com frequência;
1) Um membro nunca deve brigar com outros membros (do seu MC).
2) Nunca mexer com a mulher de outro membro (do seu MC).
3) (talvez a favorita de Barger) Apoiar os colegas em todas as circunstâncias.
Tal qual seus problemas durante a juventude, Barger não aceita a definição que os Hells Angels são uma organização criminosa, tudo bem que muitos tenham uma ficha criminal substancial e farto uso de drogas... 
O próprio Barger teve sérios problemas com a Heroína a partir do final dos anos 1960, em 1973 ele foi condenado a dez anos de prisão em Folsom por posse para venda de 37 gramas de heroína, conseguiu ser libertado em 1977 após uma grande batalha judicial.
Em 1979, o governo federal levou a julgamento vários associados do capítulo de Oakland sob acusações de tráfico de armas e drogas ilegais, Barger, naturalmente, era um dos principais acusados, mas foi absolvido. 
Seus excessos na vida cobraram o preço, em 1982 ele foi diagnosticado com câncer na garganta após anos de tabagismo extremo. As suas cordas vocais tiverem que ser removidas e depois do tratamento sua voz ficou muito parecida com Marlon Brandon no filme “O poderoso chefão”, nada mais irônico. 
Mesmo com a grave doença o seu ímpeto não amoleceu, em 1988 ele foi novamente condenado e passou quatro anos na prisão federal no Arizona, a acusação desta vez foi conspiração para explodir a sede dos The Outlaws, em Louisville, Kentucky. Ele saiu da prisão em 1992.
Em 1998, Sonny Barger retornou ao Arizona com sua terceira esposa e filha onde finalizou a sua autobiografia, muitos esperavam que a autobiografia de Barger mostrasse mais do lado secreto dos Hells Angels, mas o livro não faz nenhuma revelação sensacional, na verdade o esforço parece voltado a dar uma segunda opinião sobre famosos e polêmicos episódios do grupo que envolveram violência física, abuso de drogas e álcool.
Em 2015, aos 77 anos, Sony Barger continua ativo como membro do capítulo Cave Creek dos Hells Angels, ele ainda possuiu 10 das 12 motocicletas que teve durante toda a sua vida, nos últimos anos ele tem promovido a segurança dos motociclistas, sendo inclusive co-autor de um livro sobre o assunto com Darwin Holmstrom...