Apesar de ser considerado um das lendas do Hot Rod, Barney Navarro é pouco conhecido (como no Brasil) se comparado a outros pioneiros como Ed Roth, Dean Moon ou Vic Edelbrock (Sr e Jr). Talvez isso tenha acontecido porque ele nunca tenha se importado em ser famoso, teorias a parte, vamos falar um pouco da sua história que é o que realmente importa...
Barney Navarro nasceu em 1919, cursou o ensino médio e a escola profissional em Glendale na Califórnia, se envolveu com corridas até o final da década de 1930 quando começou a deixar a carreira de piloto de lado para se dedicar a construção de hot rods. Eram nos seus hot rods onde Barney experimentava suas criativas ideias para aumentar a potência dos motores V8, para se ter uma ideia em 1941 causou espanto ao atingir 107 MPH em um Ford Modelo T em Muroc Lake, na Califórnia.
Nesta façanha Barney utilizou um modelo T (emprestado!) com um motor Ford Flathead, carburadores duplos Weiand e cabeçotes modificados projetados por ele próprio.
O relacionamento estreito de Navarro com Phil Weiand o ajudou a iniciar o seu próprio negócio em 1947, a “Navarro Engineering”. Barney Navarro foi o primeiro a desenvolver projetos customizados de coletores de admissão para Weiand, ele também projetou cilindros de alumínio e outras partes customizadas, mas talvez o seu maior feito tenha sido ser o primeiro a instalar com sucesso um supercharger GM em um motor Ford V8 Flathead e atingir 147 MPH!
Rapidamente, Barney Navarro tornou-se referência na evolução dos míticos motores “flathead”, na verdade ele conseguira melhorar tudo o que se aventurava.
Mesmo com este reconhecimento os resultados dos negócios nunca estiveram à altura de sua competência técnica, muitos dizem que foi porque ele nunca deu muita importância ao marketing, na verdade a publicidade ficava limitada a alguns artigos técnicos publicados em revistas especializadas. Para Barney Navarro o que realmente era importante era o trabalho e não tornar-se famoso, o seu grande amigo Mike Herman explica; "Ele escreveu alguns artigos técnicos para revistas, mas achava que tudo aquilo desviava a sua atenção do foco real”, e completa “Ele acreditava no verdadeiro trabalho, e não em usar o Hot Rodding para ser o mais famoso possível”.
Ao longo dos anos 1950 os motores flatheads foram sendo colocados de lado e, junto com a pouca visibilidade comercial, levou a Navarro Engineering enfrentar muitas dificuldades. Esta situação obrigou Navarro a buscar outras formas para tocar o seu negócio, foi assim que acabou estreitando a ligação com corridas e começando a prestar outros serviços de engenharia. Junto com Ken Saint Oegger, Barney construiu motores para lanças de competição e se aventurou com construção civil desenvolvendo um tipo inovador de concreto (em uso até hoje).
No final dos anos 1960 Navarro se aventurou na Fórmula Indy, o motor escolhido era algo totalmente inédito: um Rambler de seis cilindros com comando de válvulas no cabeçote e 199 polegadas cúbicas. Foram desenvolvidos modelos aspirados e turbo comprimidos extraindo 600 HP, um resultado espantoso para este tipo de motor e para a época, mas diversos problemas técnicos e com pilotos atrapalharam os resultados nas pistas, por fim não conseguiram se classificar na Indy 500 em três anos de tentativas.
Com o avançar da idade Navarro escolheu Mike Herman para dirigir a Navarro Engineering cuja sede sempre esteve em Glendale, Barney continuou colocando a “mão na massa” de verdade e desenvolvendo peças customizadas até o seu falecimento, em 20 de agosto de 2007 aos 88 anos de idade. A “H & H Flatheads” assumiu a operação da Navarro Engineering e garante a continuidade do legado de Barney Navarro através da produção customizada de cabeçotes Flathead, coletores de admissão e outras partes.
Barney Navarro representa, sem dúvida, uma das melhores personificações do espírito Hot Rod.
(Contribuição do nosso grande amigo KOITI, um grande "gearhead" e profundo conhecedor os mistérios de Hong Kong!)
Como deveria ser legal viver nos anos 1950, detalhe do preço do Hambúrguer e do Milkshake a US$0,20... ...E ao som desde rockabilly fica ainda mais legal!
Em 1953 a empresa britânica Lesney Products, dos fundadores LESlie e RodNEY Smith, lançou com grande sucesso uma miniatura da carruagem de coroação da Rainha Elizabeth II, que ocorreu em 1952. No mesmo ano o novo sócio da empresa chamado Jack Odell pediu uma miniatura para sua filha Ann, o motivo? Na escola dela só era permitido levar brinquedos que coubessem em uma caixa de fósforos!
O brinquedo da pequena Ann foi um pequeno rolo compressor, que também fez muito sucesso, dai também veio o nome “Matchbox”, ou caixa de fósforos em inglês.
O sucesso comercial entretanto não veio fácil, as miniaturas Matchbox eram baratas demais para conseguir a preferência dos vendedores, ávidos por lucros, mas as crianças podiam compra-las com alguns trocados e a diversidade de modelos incentivava a colecionarem cada vez mais. Em 1960 foram produzidos cerca de quatro milhões de carrinhos por mês, ou quase 50 milhões por ano.
Apesar do tamanho reduzido os produtos da Lesney esbanjavam detalhes, os carros tinham painéis e as rodas eram quase idênticas aos modelos reais, os modelos mais sofisticados tinham mais de 100 partes distintas.
O processo de criação iniciava na prancheta de desenho, a partir destes desenhos era criado um molde de madeira (até 5x vezes maior que o produto final), depois era feita a redução do molde para a escala, geralmente 1:64 ou 1:75, com um pantógrafo para metais - O pantógrafo é um aparelho para ampliar ou reduzir objetos. O passo seguinte era levar o molde para a linha de produção para fundir o metal, tirar as arestas e depois a pintura.
A partir de 1956 a marca se consolidou com o lançamento de séries de modelos icônicos como os ônibus ingleses de dois andares ou o Bentley 1929 vencedor de Le Mans, no mesmo ano também foram lançados conjuntos de acessórios como postos de gasolina e garagens, a diversidade de produtos sempre foi um dos pontos fortes da marca.
Já no começo da década de 1960 a Matchbox era considerada a maior fabricante de miniaturas do mundo, brigando no mercado com duas outras grandes marcas - Dinky e Corgi, mas a partir de 1968 a situação mudou e a Matchbox viu o seu domínio ameaçado com o lançamento da gigante americana Mattel Hot Wheels. A resposta da Matchbox contra a concorrência americana demorou um ano com a sua linha de miniaturas “Superfast Wheels”.
A Matchbox chegou a se recuperar na década de 1970 atualizando os seus modelos e lançando a linha “Rola-Matics”, que eram modelos com partes móveis que se mexiam conforme o carro se movimentava.
(eu tenho um destes!!
Apesar de seus produtos serem mais fiéis aos de modelos reais, a agressividade e maior poder financeiro da Hot Wheels fez a Matchbox ir perdendo prestigio e mercado até ir à falência em 1982. Ironicamente, após mudar de mãos outras vezes, em 1997 a empresa tornou-se de parte da Mattel. Em 2003 a Matchbox lançou uma linha especial de carros para celebrar o seu 50o. aniversário. Ao longo de sua história a Matchbox arrematou muitos colecionadores ao redor do mundo, os modelos em suas caixas originais são bem mais valorizados entre os colecionadores, os mais preferidos (e caros) são os feitos entre 1954 a 1960.
Sem dúvida, a Matchbox foi a grande concorrente da Hot Wheels no mercado de miniaturas e nos corações da molecada.