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18/06/2017
04/06/2017
Luigi Chinetti (N.A.R.T.)
Luigi Chinetti nasceu Jerago con Orago, ao norte de Milão,
em 17 de julho de 1901, iniciou sua vida profissional na Alfa Romeo trabalhando
como mecânico em 1917 aos dezesseis anos.
Fatores políticos marcaram a sua vida, mudou-se para Paris em
1925 por causa do surgimento do fascismo e lá continuou trabalhando para a Alfa
Romeo, mas como vendedor de automóveis e logo começou a se aventurar como
piloto de corridas. Fiel a Alfa Romeo, ganhou pela primeira vez as 24 horas de
Le Mans em 1932 junto com Raymond Sommer, em 1933 ao lado de Louis Chiron venceu
as 24 Horas de Spa na Bélgica.
No período que participou da equipe Alfa Romeo desenvolveu
uma forte amizade com Enzo Ferrari, o sucesso nas pistas continuou em 1934 quando
venceu pela segunda vez em Le Mans com Philippe Étancelin, mas a carreira nas
pistas foi interrompida pela guerra.
Em 1940, Chinetti migrou para os Estados Unidos onde
continuou vendendo carros, em 1946 conseguiu a cidadania americana, no mesmo
ano pagou uma viagem à Enzo Ferrari para os Estados Unidos onde este apresentou
seus planos futuros de construir carros esporte para o público (rico), Chinetti
abraçou a oportunidade e deu início a Luigi Chinetti Motors Inc.
Retornou as competições, após a guerra, e na edição de 1949
das 24 horas de Le Mans conseguiu, até então, o recorde de vencer a prova pela
terceira vez e levando a Ferrari ao seu primeiro triunfo com o modelo 166M. O
seu parceiro foi o Barão Selsdon da Escócia (Peter Mitchell-Thomson), o curioso
foi que Thomson conduziu o carro por cerca de 1 hora e Chinetti pilotou nas
outras 23 horas, muito similar a história de Pierre Levegh que já contamos aqui. Ainda em 1949, Chinetti venceu pela segunda vez as 24 Horas Spa, fazendo
dupla com Jean Lucas.
Durante a sua carreira como piloto, Chinetti participou de
todas as edições das 24 hs de Le Mans entre 1932 e 1953, até parar de correr em
1954.
A sua competência como vendedor e o sucesso nas pistas reforçaram
a grande amizade com Enzo Ferrari, tanto que Ferrari nomeou Chinetti como seu
agente oficial nos Estados Unidos. Chinetti foi dono da primeira e única
concessionária da Ferrari na América do Norte durante muito tempo, além da
Ferrari também representou a Automobili OSCA de Bolonha até 1967.
A maioria das vendas eram mantidas em segredo para proteger
a privacidade de seus clientes, normalmente ricos e famosos. Esta preocupação
de Chinetti era tanta que nem fotos eram permitidas, mas podem ser encontradas
algumas fotos com clientes como Alfred Momo (da fábrica de rodas e volantes),
Phil Hill e outros.
Em 1958 Chinetti teve a ideia de criar a N.A.R.T. (North
American Racing Team), uma equipe de corridas de provas de resistência para promover
a marca Ferrari nos Estados Unidos. Contou com o apoio financeiro de George
Arents e Jan de Vroom, dois clientes e amigos milionários, a estreita relação
com Enzo Ferrari garantiria a participação dos pilotos de ponta da equipe de
fábrica, afinal boa parte da responsabilidade por manter a marca viva vinha do
grande volume de carros vendidos para o público rico dos Estados Unidos.
A equipe passou a ser conhecida nas pistas apenas com NART,
obteve muitas vitórias e prestígio ao ponto de encomendar versões especiais e exclusivas
para a fábrica, a mais famosa foi a versão Spyder da Ferrari 275GTB / 4.
A estreia nas pistas veio nas 12 Horas de Sebring em março
de 1958, com a Ferrari 250 GT.
Pedro Rodríguez com uma Ferrari 250 GTO da equipe NART venceu
em Daytona a corrida de 3 horas, em 1964 repetiu a vitória na Daytona 2000 que
tinha 2.000 quilômetros, a corrida de 24 horas começaria em 1966.
Em 1964 a Ferrari teve uma série de problemas com autoridades
esportivas Italianas para homologar os novos motores para a F1, como forma de
protesto nas duas últimas corridas do mundial de F1 foi inscrito oficialmente um
modelo Ferrari 158 para John Surtees, que foi pintada nas cores da NART (azul e
branco) ao invés do vermelho roso da equipe.
O ápice do sucesso da NART veio em 1965, quando um modelo
250 LM da NART se tornou a última Ferrari a vencer o Le Mans, os pilotos foram Jochen
Rindt e Masten Gregory. Também conseguiram outros resultados importantes com o 3º
lugar nas 24 horas de Daytona de 1967 com Pedro Rodríguez e Jean Guichet com o modelo
330P4, com o 365 GTB4 "Daytona" a NART marcou 2º na Daytona 24h de
1973, atrás de uma Porsche 911.
Em Le Mans em 1975 Chinetti protagonizou um embate forte com
o ACO sobre irregularidades nos seus carros Ferrari 308 GT4, ele ameaçou a retirar
todos os carros da NART se a decisão fosse confirmada. Por fim, os oficiais não
levaram o blefe em consideração, Chinetti visivelmente constrangido teve que
ceder.
A NART chegou a correr com outras marcas como Subean Alpine em
outras categorias, com as Ferraris correu até 1982 e em 1983 as atividades de equipe
foram encerradas, na sua história a NART participou de mais de 200 corridas com
mais de 100 pilotos diferentes, entre eles os ases Mario Andretti, Stirling
Moss, Pedro Rodrigues, Jochen Rindt, Masten Gregory e Phil Hill entre outros.
Muito se diz que parte dos motivos que levaram ao final da
equipe vem da dificuldade de se trabalhar com Luigi Chinetti, muitos o traçavam
como uma pessoa arrogante e geniosa, mas outros diziam que tudo isso vinha da
sua imensurável paixão pelas corridas.
Luigi Chinetti permaneceu em Greenwich, Connecticut após sua
aposentadoria até a sua morte em 17 de agosto de 1994, aos 93 anos. Hoje o
showroom da concessionária de Greenwich, Connecticut continua aberto, mas
pertence a Miller Motorcars uma concessionária que vende Ferraris e Maseratis.
11/05/2017
Power Laps
Todo ano o dia primeiro de maio é diferente para os gearheads por conta da lembrança da data do acidente fatal de Ayrton Senna, muitos fatos são lembrados e quase sempre a fantástica primeira volta do GP da Europa de 1993 é o mais comentado.
Aqui no Blog preferimos lembrar de modo diferente, com uma pequena seleção de grandes voltas das corridas. Qual é a sua preferida?
Esta categoria é uma das mais incríveis que existe, poucas tem tantas batalhas em nível tão elevado. Aqui, como o Vettel costuma dizer, não é esporte de uma bola só...
F1 - GP da Europa, Donington (1993)
Essa não é novidade, para alguns esta é a melhor volta (ou power lap) de todos os tempos.
Só um detalhe durante a transmissão; "manobra esquisita de Schumacher", sei...
F1 - GP da França, Dijon (1979)
Na modesta opinião deste blog, estas são as voltas mais loucas e fantásticas de todos os tempos em todas as corridas de todas as categorias de todos os planetas!
MotoGP - GP dos Estados Unidos, Laguna Seca (2008)
Não dá para deixar de colocar alguma travessura do "doutore" e com um rival a altura. A molecada metida da MotoGP atual precisa assistir muitas vezes para aprender a diferença entre pilotos e as lendas..
Nascar - Daytona 500, Daytona (1979)
Fantástica batalha entre Cale Yarborough e Donnie Alison, no fim que levou foi o rei. Sempre assim.
Melhor ainda porque naquela época a NASCAR usava carros de verdade.
Fantástica batalha entre Cale Yarborough e Donnie Alison, no fim que levou foi o rei. Sempre assim.
Melhor ainda porque naquela época a NASCAR usava carros de verdade.
18/04/2017
09/04/2017
Googie
(Antes de começar o post, dois esclarecimentos:
1 - O título não está escrito errado, nada haver com Google
2 – Um blog de motores falando de arquitetura? Até o final do post acho que vocês vão concordar que faz todo o sentido)
1 - O título não está escrito errado, nada haver com Google
2 – Um blog de motores falando de arquitetura? Até o final do post acho que vocês vão concordar que faz todo o sentido)
Se você era fã dos desenhos da Família Jetson pode não saber, mas conhece muito bem este ramo da arquitetura moderna que surgiu no Sul da Califórnia no final da década de 1940.
A história da origem do nome começa em 1949, foi quando um arquiteto chamado John Lautner projetou em West Hollywood um café com um estilo arquitetônico incomum chamado “Googies”, o nome do café veio do apelido da família de Lillian K. Burton, a esposa do proprietário original, Mortimer C. Burton.
Em 1952, foi publicado um artigo sobre a arquitetura do café na revista “House and Home”, o artigo chamava o "estilo Googie" e assim o nome ficou popularizado.
A sociedade americana se reerguia nos anos pós WWII e o estilo “Googie” acabou sendo sendo um dos ícones do novo "American Way of Life”, com uma nova filosofia e visão futurista.
A evolução do estilo “Googie”, também conhecido como “populuxe” ou “Doo-Wop”, foi fortemente influenciado pela cultura automobilística (viu como tem haver com carros!), pelas pesquisas em energia atômica e a corrida espacial, afinal eram temas em ascensão na década de 1950.
O auge "Googie" aconteceu na metade da década de 1960, principalmente nos Estados Unidos, os tipos de construções mais projetadas neste estilo eram motéis, cafeterias, lanchonetes, postos de gasolina, shoppings centers e até pistas de boliche. O estilo também foi utilizado no design de móveis, eletrodomésticos e letreiros, qualquer semelhança com o que se vê em “Radiator Springs” não é mera coincidência...
Os elementos que marcavam este estilo eram tetos elevados e curvilíneos, figuras geométricas, muito uso de vidro, aço e neon. As linhas lembravam naves espaciais, foguetes, satélites, formas angulares, átomos, amebas, bumerangues e estrelas.
As pessoas mais moderninhas e das classes sociais mais elevadas (chamados na época de “Cosmopolitans”) adoravam adotar estes elementos em suas casas, entre as cidades podemos dizer que Las Vegas nasceu em cima desse estilo, aqui no Brasil a nossa capital, Brasília, também tem muitas destas características.
O “Googie” foi o estilo predominante nas décadas de 1950 e 1960 e aos poucos foi se desvalorizando, como o que aconteceu com o “Art Deco” ou “Art Nouveau”, já na década de 1970 era considerado um estilo “cafona” e fora de moda.
O irônico foi que as transformações sociais que incentivaram o “Googie” também podem ter apressado o seu fim, afinal no começo da década de 1970 o mundo vivia a crise do petróleo e a guerra fria e as expectativas da sociedade mudaram rapidamente, um outro ponto importante era o custo mais caro e complexo de construção.
O irônico foi que as transformações sociais que incentivaram o “Googie” também podem ter apressado o seu fim, afinal no começo da década de 1970 o mundo vivia a crise do petróleo e a guerra fria e as expectativas da sociedade mudaram rapidamente, um outro ponto importante era o custo mais caro e complexo de construção.
Com o passar do tempo muitas construções feitas neste estilo foram demolidas, mas alguns prédios estão preservados, como o mais antigo posto do McDonald's (Downey, Califórnia) incluído no Registro Nacional de Lugares Históricos em 1983.
O café “Googies”, que era localizado na esquina da Sunset Boulevard e Crescent Heights em Los Angeles, infelizmente foi demolido em 1989.
Terminal do Washington Dulles International Airport |
Capitol Records, Hollywood, Los Angeles, |
Los Angeles International Airport (LAX), projeto James Langenheim (1961). |
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