15/10/2018

Lola Cars (Round 4 - Final)

Lola B02/50
Entramos na parte final da história da Lola Cars...
Os anos 2000 ficaram marcados pelas tentativas de recuperar a empresa, financeiramente a Lola apostou na Fórmula Nippon até 2003 com o chassis B02 / 50, aproveitando que a categoria estava substituindo antigos Dallaras. 
Depois veio o contrato com a A1 Grand Prix, uma nova categoria que estava sendo criada em 2005 com o apelo de se tornar a “copa do mundo das pistas”. A Lola construiu 50 carros para a A1 Grand Prix (B05 / 52), era utilizado um motor Zytek V8 e os chassis eram alugados para os franqueados nacionais, o nível técnico era semelhante a F3000.
Paralelamente, a Lola estava com atuação mais efetiva nos campeonatos de resistência, na Europa em 2001 tivemos Lola B01 /60 no LMP2 que foi usado pela MG (com o códinome EX257) com motor AER turbo, alem de várias equipes independentes com outros motores.
A1GP
Em 2005 foi introduzido o Lola B05 / 40 (ou MG-Lola EX264 /265), vencendo na LMP2 em 2005 e 2006 em Le Mans com a equipe Ray Mallock Limited. Na ALMS nos Estados Unidos a equipe Intersport Racing conseguiu um 2º lugar geral nas 12 Horas de Sebring de 2006.
Quando a FIA promoveu uma espécie de concorrência para entrada de novas equipes de F1, a Lola anunciou em 22 de abril de 2009 que trabalhava em um grande projeto para desenvolver um novo carro para a F1, o projeto chegou a ser apresentado em 2010, mas não foi à frente. Eles não aprendiam e não se entendiam com a F1 😒😒.
MG-Lola EX264
Mas a situação financeira da empresa se deteriorava rapidamente, após algumas tentativas de buscar novos negócios, tais como uma parceria com a BAE Systems e a Drayson para desenvolver um protótipo elétrico para Le Mans, o grupo administrador, CCW Recovery Solutions, não encontrou um comprador e a empresa encerrou suas operações em 5 de outubro de 2012. 
Foram demitidos os últimos empregados e os ativos, propriedade intelectual e a licença do nome foram comprados pela Multimatic Engineering e Carl A. Haas Automotive.
Lola B12 / 80
Entre 2014 e 2016 a Multimatic forneceu dois chassis baseados no Lola B12 / 80 LMP2 para a Mazda competir no WeatherTech SportsCar Championship da IMSA, em 2017 houve a junção do regulamento base da IMSA com a FIA WEC e a Mazda parou de usar chassis Lola.
Em 28 de maio de 2017 Eric Broadley faleceu em Cambridge aos 88 anos, ele já estava totalmente afastado da Lola a alguns anos, mas deixou para sempre um grande legado de décadas de vitórias no mundo das corridas. Não foi a toa que o slogan da empresa era "World leaders in automotive technology".

Alguns resultados relevantes da Lola:

  • Mais de 500 Vitórias em diversas categorias de carros esporte, protótipos e fórmula ao redor do mundo, entre 1958 e 2012
  • 01 vitória (1967), 01 pole position e 03 pódios na F1.
  • 11 vezes campeã nas séries CART e Champcar nos Estados Unidos (1984, 1987, 1990 – 1993, 2002 – 2006)
  • 03 vitórias na Indy 500 (1966, 1978 e 1990)
  • 03 vezes campeã europeia de F5000 (1971, 1974 e 1975)
  • 04 vezes campeã americana de F5000 (1973 – 1976) 
  • 06 vezes campeã da CAN-AM (1966, 1977 – 1981)

Nomenclatura dos chassis:
Apesar de tantos carros e projetos, a Lola adotou um esquema de nomenclatura relativamente simples, vale explicar:
1958 – 1964: Os carros, esportivos ou fórmula, tinham o termo “Mark” (ou MK) e eram nomeados em ordem de construção: MK1, MK2, etc.
1964 – 1998: Os carros passaram a ser T de “Type”, com um ou dois dígitos designando que tipo de carro e o dígito final designando a variante, apenas em 1986 houve uma pequena mudança, os dois primeiros dígitos designavam o ano e os dois finais o tipo de carro.
1998 – 2017: O T foi substituído por um B, em homenagem ao novo proprietário de Lola, Martin Birrane. 

Tabela de tipos de carros:
00 – Cart e Champcar
10 - Grupo C e IMSA GTP, Le Mans Prototype SR1, LMP900 e LMP1
20 - Indy Lights
30 - Fórmula 1, depois usado para Fórmula 3
40 - Le Mans Prototype SR2 e LMP2 classes
50 - Fórmula 3000 e Fórmula Nippon
60 - Le Mans Prototype LMP675 classe, depois LMP1 Coupes
70 - Fórmula 3000 mexicana, carros esporte e protótipos de Daytona
80 - Le Mans Prototype LMP2 Coupes
90 - Esportes 2000

10/10/2018

Desordem

Caminhando junto com a campanha eleitoral, mas uma parte da nossa playlist política de rocks nacionais (dos bons)...
Agora vamos com uma música de 1987 do disco "Jesus não Tem Dentes no País dos Banguelas", sem dúvida a melhor fase da carreira dos Titãs.
Reparem bem na letra, tão atual que parece que foi escrita ontem.😓😓
Composição de Charles Gavin, Marcelo Fromer e Sergio Britto 

Os presos fogem do presídio
Imagens na televisão
Mais uma briga de torcidas
Acaba tudo em confusão
A multidão enfurecida
Queimou os carros da polícia
Os presos fogem do controle
Mas que loucura esta nação!
Não é tentar o suicídio
Querer andar na contramão?

Quem quer manter a ordem?
Quem quer criar desordem?

Não sei se existe mais justiça
Nem quando é pelas próprias mãos
População enlouquecida
Começa então o linchamento
Não sei se tudo vai arder
Como algum líquido inflamável
O que mais pode acontecer
Num país pobre e miserável?
E ainda pode se encontrar
Quem acredite no futuro

Quem quer manter a ordem?
Quem quer criar desordem?

É seu dever manter a ordem?
É seu dever de cidadão?
Mas o que é criar desordem,
Quem é que diz o que é ou não?
São sempre os mesmos governantes
Os mesmos que lucraram antes
Os sindicatos fazem greve
Porque ninguém é consultado
Pois tudo tem que virar óleo
Pra por na máquina do estado

Quem quer manter a ordem?
Quem quer criar desordem?

08/10/2018

Brasília

Dando continuidade a nossa playlist política... Para mim simplesmente uma das melhores bandas de rock nacional de todos os tempos!
A música é de 1986 do disco "O concreto já rachou", sensacional, formação original: Phillipe Seabra (voz e guitarra-solo), Jander Bilaphra (voz e guitarra-base), André X (baixo) e Gutje Woortman (bateria).


Capital da esperança
(Brasília tem luz, Brasília tem carros)
Asas e eixos do Brasil
(Brasília tem mortes, tem até baratas)
Longe do mar, da poluição
(Brasília tem prédios, Brasília tem máquinas)
mas um fim que ninguém previu
(Árvores nos eixos a polícia montada)
(Brasília), Brasília

Brasília tem centros comerciais
Muitos porteiros e pessoas normais
(Muitos porteiros e pessoas normais)

As luzes iluminam os carros só passam
A morte traz vida e as baratas se arrastam
(Utopia na mente de alguns...)
Os prédios se habitam as máquinas param
As árvores enfeitam e a polícia controla
(Utopia na mente de alguns...)

Oh.. O concreto já rachou!
Brasília....

Brasília tem luz, Brasília tem carros
(Carros pretos nos colégios)
Brasília tem mortes, tem até baratas
(em tráfego linear)
Brasília tem prédios, Brasília tem máquinas
(Servidores Públicos ali)
Árvores nos eixos a polícia montada
(polindo chapas oficiais)
Brasília, (Brasília)

Brasília tem centros comerciais
Muitos porteiros e pessoas normais
(Muitos porteiros e pessoas normais)

As luzes iluminam os carros só passam
A morte traz vida e as baratas se arrastam
(Utopia na mente de alguns...)
Os prédios se habitam as máquinas param
As árvores enfeitam e a polícia controla
(Utopia na mente de alguns...)

Oh... O concreto já rachou! rachou! rachou! rachou!
Rachou! O concreto já rachou!
Brasília....
Brasília.... Brasilia!

As luzes iluminam os carros só passam
A morte traz vida e as baratas se arrastam
(Utopia na mente de alguns...)

Os prédios se habitam as máquinas param
As árvores enfeitam e a polícia controla
(Utopia na mente de alguns...)

Os comércios só vendem
e os porteiros só olham
E essas pessoas elas não fazem nada
mas essas pessoas elas não fazem nada
Nada! (Brasília...) Nada! (Brasília...)
Nada! (Brasília...) Nada! (Brasília...)

07/10/2018

Que país é esse?

Hoje, dia de eleições gerais, é propício para lembrar desta música, não?!
Faixa título do terceiro álbum da Legião Urbana, lançado em 1987, apesar de ter 31 anos continua espelhando muito bem a (triste) realidade da nossa sociedade...

Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação

Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

No Amazonas, no Araguaia iá, iá
Na Baixada Fluminense
Mato Grosso, Minas Gerais
E no Nordeste tudo em paz
Na morte eu descanso
Mas o sangue anda solto
Manchando os papéis, documentos fiéis
Ao descanso do patrão

Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

Terceiro mundo, se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos índios num leilão

Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

05/10/2018

Bonneville Salt Flats (Parte 3)

Green Monster
Continuando a história do santo deserto de sal deBonneville...
A partir de 1962 os carros a jato começaram a tomar a cena em Bonneville, com eles chegaram ambições (velocidades) até então impossíveis de se pensar. 
A coisa virou um negócio sério!
Os principais protagonistas desta “loucura” foram Art Arfons, com seu famoso "Green Monster” que era impulsionado por um motor de jato General Electric J79, extraído de um F-104 Starfighter, o seu irmão mais velho Walt Arfons com o “Wingfoot Express” movido por uma turbina Westinghouse J49, e por último o piloto de caça Craig Breedlove. 
Breedlove e o Dr. Nathan Ostich construíram um elegante carro com três rodas chamado “Spirit of America”, a máquina era empurrada por um motor General Electric J47, os mesmos utilizados nos caças F-86 Sabre.
Wingfoot Express
A guerra pelos recordes na era jato iniciou em agosto de 1963. 
Craig Breedlove foi o primeiro a superar o antigo recorde de Mickey Thompson com 407,45 mph, o recorde durou pouco mais de um ano, em outubro de 1964 Walt Arfons e seu piloto Tom Green estabeleceram 413,20 mph com o “Wingfoot express”. 
Art Arfons queria tomar o recorde do irmão mais velho, então apenas três dias após o recorde do “Wingfoot Express” o “Green Monster” atingiu a velocidade recorde de 434,02 mph.😱
A ironia é que apenas 8 dias depois, Craig Breedlove trouxe um renovado Spirit Of America e alcançou insanos 468,72 mph. Breedlove ainda não estava satisfeito, após alguns ajustes ele alcançou a velocidade de 539 mph, entretanto ele não conseguiu repetir a passagem para homologar a média. 
Spirit Of America
O problema foi que Breedlove perdeu o controle após o paraquedas rasgar, derrubou um poste e acabou mergulhado no lago de sal. Por muita sorte ele não sofreu nada, mas o Spirit of America ficou completamente destruído.
Art Arfons renovou o “Green Monster” disposto a recuperar o recorde e acabou conseguindo no final com 536,71 MPH.
Para 1965 a perspectiva era enorme e preocupante, aonde eles iriam chegar?
Para esta temporada Breedlove construiu um novo carro batizado de “América Sonic 1”, desta vez com 4 rodas e com um motor J79 mais potente. Após superar um acidente e alguns problemas do projeto, em 02 de novembro de 1965, Breedlove estabeleceu um novo recorde de 555,483 mph. 
Spirit Of America - Sonic I
Art Arfons ainda recuperou o recorde com 576,553 mph, mas a festa durou apenas oito dias porque Breedlove quebrou a barreira de 600 mph estabelecendo 600,601 mph! 😱😱😱
Em 1966 Art Arfons retornou com uma nova versão do “Green Monster”, na sua primeira tentativa um dos rolamentos da roda dianteira quebrou e Art perdeu o controle a cerca de 610 mph destruindo o carro. Art teve sorte, sofreu apenas pequenos arranhões e algumas queimaduras de sal nos olhos, mas o acidente foi o suficiente para ele decidir se retirar, pois as coisas pareciam estar saindo de controle...
O recorde de Craig Breedlove durou até 1970, neste ano um piloto chamado Gary Gabelich trouxe um carro chamado “Blue Fame”, a novidade era que o Blue Fame usava um motor de foguete alimentado por peróxido oxidante de hidrogênio, combinado com gás natural liquefeito. Loucura total!
Em 28 de outubro de 1970, Gary levou o Blue Fame a uma velocidade média de simplesmente 630,478 mph!!
E teve mais... com a ultima parte da história de Bonneville!