15/02/2019

What´s your name? Lentoster...

Mais um post para a série de carros e os seus apelidos, neste caso nem dá para dizer que seja injustiça.😜😜
Em 2011 a Hyundai trouxe um novo carro para o Brasil, o Veloster, inicialmente o modelo causou uma boa expectativa por causa do estilo agressivo, três portas e um "suposto" desempenho esportivo.
Foi divulgado que o motor 1.6, 16V de 4 cilindros entregaria 140 CV, mas não era preciso acelerar muito para perceber que de veloz o carro não tinha nada.
Pouco depois veio a verdade. A versão disponível no Brasil, na realidade, compartilhava o mesmo motor do HB20 com apenas 128 CV!
A situação virou uma tremenda dor de cabeça para a fabricante porque, além de acabar com a imagem do carro, o caso virou briga judicial com os proprietários (um exemplo).
Nem é preciso dizer que em termos de mercado foi o fim, o desempenho tosco alimentou a imaginação popular e logo surgiram alguns "apelidos"; vagaroster, lerdoster, moloster e o principal que pegou mesmo LENTOSTER...
Em 2017 houve uma tentativa de relançamento do carro com motor mais digno, mas isso nem vem ao caso.

03/02/2019

Mickey Thompson

Mickey Thompson é celebrado como o primeiro americano a quebrar a barreira de 400 mph em 1960, isso é verdade, mas devemos celebrar muitos outros feitos deste grande construtor, promotor e piloto.
Ao longo de sua carreira, ele estabeleceu mais recordes de velocidade e resistência do que qualquer outro piloto na história do automobilismo.
Marion Lee "Mickey" Thompson nasceu em 7 de dezembro de 1928 em Alhambra, Califórnia, desde a juventude era fascinado por hot rods. 
Com cerca de 20 anos começou a trabalhar como jornalista para o Los Angeles Times, mas logo se envolveu com uma nova modalidade de corridas: as corridas de arrancada.
Mickey finalizou o seu primeiro dragster tipo “Slingshot” em 1954, o carro foi batizado de “Panorama City Special” e trazia inovações como o banco atrás do eixo traseiro para melhorar a tração dos pneus de corrida, temos que lembrar que os pneus da época tinham serias limitações perante os motores preparados, cada vez mais potentes.
O dragster estreou no primeiro NHRA Nationals em 1955, realizado no Aeroporto Municipal Great Bend, em Great Bend, Kansas, e logo atingiu a velocidade de 151,26 mph (243,43 km/h). 
Thompson também foi o produtor do primeiro “Lions Drag Strip”, evento foi realizado em Wilmington, Califórnia, de 1955 até 1972.
Em 1958, junto com Fritz Voight, Mickey construiu um dragster bimotor que alcançou a velocidade de 294,117 mph (473,335 km/h), este projeto forneceu preciosas lições que foram aplicadas ao Challenger I. 
No projeto Challenger I, em 1960, foram utilizados quatro motores, o carro atingiu mais de 406,6 mph (mais de 640 km/h) em Bonneville Salt Flats, superando o recorde de 402 mph de John Cobb e tornando-se o primeiro americano a quebrar essa barreira.
Em 1962, Mickey começou a se aventurar na Indy 500, alinhando três carros projetados por John Crosthwaite com motores V8 Buick montados na traseira, ao contrário da maioria dos oponentes que usavam carros com motores Offenhauser na dianteira. Dizem que a equipe de Thompson, liderada por Fritz Voight, projetou e construiu o carro em 120 dias, trabalhando de 12 a 14 horas por dia.
Na corrida Dan Gurney se classificou em oitavo e quando estava em nono lugar, na volta 94, um selo de óleo vazou e acabou com a caixa de câmbio. Terminaram em 20º lugar, mas ganharam o prêmio “The Mechanical Achievement Award“ pelo design e construção original.
Em 1963, Thompson fundou a "Mickey Thompson Performance Tires" para desenvolver pneus especiais para corridas, inclusive para as 500 Milhas de Indianápolis. Na indy 500 daquele ano Crosthwaite projetou o inovador “Harvey Aluminium Special", introduzindo o conceito de perfil bem estreito (12 pol. na dianteira) e pneus de corrida largos (frente com 7 pol. de largura e 9 pol. na traseira). Thompson se animou e inscreveu 5 carros, 3 chassis novos e 2 chassis de 1962 com motores Chevrolet, um dos carros novos usava um chassi de titânio, bem leve. Al Miller levou um dos modificados de 1962 ao nono lugar, partindo da 31ª posição, Duane Carter classificou um dos novos chassis em 15º, mas finalizou em 23º por uma falha de motor.
O projeto inovador causou muitas reclamações dos concorrentes, por causa disso os carros passaram a ter restrições para tamanhos dos pneus e pesos mínimos. 
O campeão mundial de F1 de 1962, Graham Hill, testou um dos novos carros com os novos pneus, mas se recusou a competir por causa do “mau comportamento”, Thompson justificou que as novas regras exigiram rodas de 15 polegadas, mas o chassi havia sido projetado para outras rodas.
Para a Indy 500 de 1964 Thompson trouxe três carros modificados e patrocínio com a Allstate, por isso passaram a usar pneus Allstate e motores Ford. Os chassis foram modificados para acomodar os motores Ford (maiores), entretanto só dois deles se classificaram para a corrida. Eddie Johnson (nº 84) partiu da 24º posição e terminou em 26º e Dave MacDonald (nº 83) se classificou em 14º, mas morreu tragicamente num acidente seguindo de um incêndio logo na segunda volta.
Thompson voltou a Indy em 1965, mas não conseguiu se classificar, retornou em 1967 com um carro com tração nas 4 rodas e também em 1968, mas novamente não classificou nenhum carro.
Os fracassos na Indy 500 levaram Thompson a outros desafios, em 1968 ele reprojetou um funny car e conquistou o “NHRA Spring Nationals” e o “NHRA U.S. Nationals” em 1969 com o piloto Danny Ongais. 
Ao longo de sua extensa carreira, Thompson desenvolveu veículos de stock cars, off-road e inúmeros motores de competição, em 1973 fundou a SCORE International, um órgão responsável em supervisionar corridas off-road em toda a América do Norte. 
Junto com a esposa Trudy formaram a MTEG (Mickey Thompson Entertainment Group), para organizar competições de motocross e veículos fora de estrada, inovaram novamente ao levar estas competições para o interior de grandes estádios e arenas multiuso.
Infelizmente, a carreira e vida deste ícone do esporte a motor teve um final muito triste. Em 16 de março de 1988, Thompson e sua esposa Trudy foram misteriosamente mortos por 2 pistoleiros encapuzados em frente à sua casa em Bradbury, Califórnia. 
Foi realizada uma grande investigação policial, mas não descobriram a motivação e a identidade dos criminosos. 
Apenas em 2001, um ex-sócio de Thompson chamado Michael Frank Goodwin foi acusado como mandante dos assassinatos, mas não houve julgamento por motivos jurisdicionais. 
Toda a investigação teve grande repercussão nacional e acabou virando tema de um episódio da série da NBC “Unsolved Mysteries and Investigation Discovery”, o assunto também foi tema do episódio de abril de 2007 do programa da CBS “48 Hours Mystery” e inspirou o episódio de 2004 do CSI "Early Rollout".
O crime seguiu sem solução até 4 de janeiro de 2007 quando finalmente Michael Frank foi julgado, os dois atiradores nunca foram localizados, mas Michael Frank foi condenado a prisão perpetua. 
Perpetuo também é o reconhecimento à carreira e contribuições de Mickey Thompson com o mundo das corridas e do Hot Rod;
  • Introduzido postumamente ao “The Motorsports Hall of Fame of America” (1990).
  • Introduzido postumamente ao “International Motorsports Hall of Fame” (1990).
  • 11º lugar na lista dos “NHRA Top 50 Drivers” (1951-2000).
  • Introduzido postumamente ao “Off-Road Motorsports Hall of Fame” (2007)
  • Introduzido postumamente ao “The Automotive Hall of Fame” (2009).

20/01/2019

Hot Symphony - Offenhauser

Já contamos a história dos motores Offenhauser aqui neste post de 2016, mas faltou uma parte importante: o maravilhoso som destes motores.
Erro corrigido, agora é subir o som e curtir!

11/01/2019

Colours (1/2)

Para muitos entusiastas, um carro não é "customizado" de verdade sem uma pintura exclusiva...
Aqui não somos tão radicais assim, mas para estes "extremistas" isso quer dizer que não basta a cor ser diferente da original, a pintura terá que ter efeitos ou cores customizadas, o que normalmente só é conseguido através de técnicas especiais!!
Atualmente, temos varias opções para criar uma pintura customizada, mas ainda (ufa!) demanda muito talento e técnica, então dependendo de qual for a escolha haverá considerável aumento do custo da restauração ou personalização.
Mas, nem sempre foi assim...😕 
Sabemos que a indústria automobilística surgiu na virada do século XIX para o século XX, na época os automóveis eram pintados à mão com um pincel, exatamente como as carruagens e carroças. 
Nos anos 1900 as tintas usadas eram chamadas de "esmalte índia", muito rudimentares pelo tempo necessário para secagem, dificuldade de aplicação e baixa durabilidade. 
Além disso tudo, basicamente, as opções de cores disponíveis eram; preto, marrom escuro e verde escuro.
Por volta dos anos 1920 ocorreu uma pequena revolução com o aparecimento dos esmaltes de nitrocelulose, estes secavam muito mais rápido e podiam ser pulverizadas em vez de aplicadas por pinceis (escovação), as variações de cores também aumentou bastante.
Na década seguinte vieram os acabamentos brilhantes e tintas mais duráveis, o gosto do público também mudou e o "pretinho básico" e cores escuras foram perdendo espaço para tons mais claros, alegres e efeitos como as pinturas em "2 tons".

A evolução continua até hoje com as tintas ecologicamente corretas a base de água, que estão rapidamente substituindo os produtos a base de petróleo muito mais poluentes e tóxicos...
Mas chega de história, o  foco neste post são as técnicas (e artistas) de pintura personalizadas. 
Esta forma de "arte" nos carros se desenvolveu junto com os movimentos de customização, kultura kustom e hot rods, que ocorreu a partir do final dos anos 1930, principalmente nos EUA.
Aqui no blog já falamos de alguns destes artistas em outros posts; Ed Roth, Von Dutch, Dean Jeffries, entre outros. 
Antes de falar de técnicas, vale lembrar de 3 regrinhas importantes quando se fala de pintura customizada:
1) Faça testes antes de começar a pintar para valer;
Não existe uma receita pronta, então como prever qual será o verdadeiro resultado? 
Simples, testando!
Aqui vale esclarecer que os pintores experientes não confiam apenas em amostras de catálogo, sempre haverá uma diferença de tons. Isso ocorre porque a tonalidade real da tinta aplicada sofre variação conforme o ângulo de visão e, principalmente, da incidência de luz natural.
Mas atenção; não faça os testes direto no seu carro, comece fazendo testes em objetos para prova, óbvio!

2) Não esqueça de prever como será fazer retoques ou pequenos reparos;
Em um carro com pintura especial é complicado fazer um retoque ou uma repintura parcial, isso se for possível...
Muitas vezes para reparar um risco ou uma pequena batida será necessário pintar a peça toda, quando não o veículo inteiro, do contrário a área repintada ficará com manchas ou diferenças gritantes dos tons.
Combine a técnica de pintura escolhida com o uso final do carro, se for um carro de uso constante existirá muito mais probabilidade de pequenos riscos ou batidas.
Outra boa prática é guardar um pouco da tinta original, mesmo sendo difícil manter a tinta por muito tempo sem estragar.
3) Gosto não se discute! 
Dizem que no máximo se lamenta 😄😄... 
O fato é que mesmo que o orçamento disponível for ilimitado, não haverá certeza de sucesso. Então, é melhor ir com calma na imaginação!
As principais técnicas de pinturas estão citadas na segunda parte deste post...

02/01/2019

Feliz 2019!!!

Nossos sinceros votos deste blog aos seus leitores / amigos / cúmplices...
(Colaboração do amigo Chico Belasque, direto de CWB)