Os
novos tempos dos motores elétricos e tecnologias hibridas se aproxima, por isso
nós os amantes dos carros barulhentos precisamos nos acostumar com esta nova
forma de curtir a nossa paixão. Enquanto este tempo, inevitável, não chega
vamos lembrar de um pioneiro na criação dos motores como conhecemos: Nikolaus
August Otto.
Nascido
em Holzhausen an der Haide, Alemanha, em 10 de Junho de 1832, o engenheiro,
físico e inventor alemão é considerado o pai do motor a gasolina de combustão,
também conhecido como motor de quatro tempos ou motor de ciclo de Otto.
Otto
iniciou a sua carreira profissional aos 16 anos como vendedor de alimentos na
cidade de Colônia, logo se maravilhou com as novas tecnologias que surgiam para
movimentar motores, como o vapor e os motores movidos a gás natural (carvão) de
Jean-Joseph-Étienne Lenoir (1822-1900), que em 1859 anexou o seu motor a um carro
(carroça?), mas o motor era muito
Construiu
seu primeiro protótipo de motor a gás em 1861. Passou os cinco anos seguintes
desenvolvendo o seu projeto, até que seu “motor de gás atmosférico” finalmente
ganhou a medalha de ouro na Exposição de Paris e na Feira de Hannover de 1867,
era um motor de 2 tempos feito a partir dos conceitos do motor de Lenoir e foi
construído em sociedade com Gottlieb Daimler e Eugen Langen.
Neste
intervalor, em 1864 formou a empresa “N.A. Otto & Cia“ com o industrial
alemão Eugen Langen, em 1876 eles conseguiram apresentar um motor de explosão
interna com novo conceito, de 4 tempos de funcionamento, bem mais eficiente que
o anterior. Dizem que as melhores invenções vêm ao acaso, verdade ou não, Otto
descobriu que o poderia melhorar a eficiência dos motores comprimindo a mistura
do combustível e do ar antes de iniciar a queima, nascia o conceito do ciclo de
Otto ou ciclo de quatro tempos.
A
invenção foi patenteada em 1877 e em poucos anos venderam mais de 35.000
motores, no entanto, em 1886, a patente DRP 532 foi invalidada pelos
competidores argumentando que as propostas de Otto na verdade foram copiadas de
um artigo obscuro do engenheiro francês Alphonse-Eugène Beau de Roche.
Otto
nunca chegou a ter contato com esse material, a partir da quebra da patente
dois engenheiros que trabalhavam na empresa de Otto, Wilhelm Maybach e Gottlieb
Daimler abriam uma nova empresa chamada Daimler (já ouviram falar?) e começaram
a produzir automóveis com motores de ciclo Otto a partir de 1890.
A
empresa “N.A. Otto & Cia” seguiu com suas operações em Colônia na Alemanha,
em 1893 foi aberta uma filial na Filadélfia, EUA, fabricando motores até 1915,
a empresa existe até hoje conhecida como “Deutz AG”.
Ainda
existe um único exemplar dos primeiros motores de Otto em funcionamento na
América Latina, ele pertence ao acervo da Escola de Engenharia da UFRGS. O
motor foi utilizado originalmente como gerador de energia para fins acadêmicos,
depois ficou abandonado até 1991. Quando estava prestes a virar sucata um grupo
de alunos restaurou o motor. O trabalho batizado de “Resgate de uma era” levou
quase um ano e hoje está em exposição no museu da Universidade.
Nikolaus
Otto faleceu em Colônia, 26 de Janeiro de 1891, ele foi casado com Anna Gossi e
tiveram sete filhos, um dele foi Gustav Otto que tornou-se um respeitado
construtor de aviões.
Mas,
como funciona a invenção de Otto? Neste post falamos um pouco do conceito.