02/11/2017

Qual é a sua receita? (Aerodinâmica - Round 1)

Já falamos de algumas receitas diferentes (aspirados, nitro, blower, preparação leve) para melhorar os motores, mas como dizem os “especialistas” a potência não é tudo na arte de fazer um carro andar mais rápido. Uia!
O equilíbrio do carro ou moto é tão importante quanto um motor nervoso, em particular no mundo das corridas. No entanto, para se conseguir esse tal equilíbrio vamos depender de muitos fatores; aerodinâmica, distribuição de peso, pneus e engenharia de suspensões, e por aí vai...
Agora vamos focar na aerodinâmica.
A medida que as velocidades nas pistas aumentaram com o tempo (em especial a partir dos anos 1960), os regulamentos técnicos começaram o impor limites e restrições visando aumentar a segurança, principalmente nas categorias de fórmulas e protótipos. As restrições mais comuns eram limitações (redução) da capacidade volumétrica dos motores, redução forçada da potência, aumento de peso, dimensão dos pneus, entre outros.
Neste universo cada vez mais restritivo, a aerodinâmica passou a ser o foco dos projetistas para se fazer um carro ou moto andar mais rápido, pois era uma das poucas áreas que ainda permitia liberdade de criação. 
A aerodinâmica nos automóveis e motos tem estreita relação com os conceitos da aerodinâmica dos aviões, com uma sútil diferença! 
No mundo aeronáutico o objetivo é aumentar a sustentação, diminuir o arrasto e aumentar a resistência ao fenômeno de perda da sustentação (Estol ou Stall em inglês), ou seja, tudo para ajudar a empurrar o avião “para cima”.
Nos carros e motos a necessidade é o contrário, a aerodinâmica precisa ajudar a puxar o veículo “para baixo”. A medida que o veículo se movimenta o ar tende a passar em velocidades diferentes entre a superfície superior (carroceria) e inferior (assoalho), a diferença de pressão entre as duas superfícies gera a força de sustentação.
A pressão aerodinâmica nos carros, naturalmente, provoca a tendência de abaixar a frente perdendo aderência nas rodas traseiras, além de abaixar a altura do carro como um todo. Maior proximidade com o chão por um lado ajuda a aumentar a pressão aerodinâmica, mas deixa o veículo muito mais suscetível as imperfeiçoes do solo comprometendo as frenagens e estabilidade nas curvas.
Como podemos ver, encontrar o equilíbrio aerodinâmico é uma verdadeira arte; velocidade em curva, estabilidade nas frenagens, velocidade nas retas, preservar os pneus e boa tração nas saídas de curva.
Por tudo isso dá para entender porque não é por acaso que grandes projetistas,
como Adrian Newey, Rory Byrne, Gordon Murray e Colin Chapman, também são grandes especialistas em aerodinâmica.
Além do perfil da carroceria, os projetistas trabalham com um vasto arsenal de artefatos para gerar ou atenuar os efeitos aerodinâmicos do veículo, é necessário salientar que a maioria deste apêndices aerodinâmicos só funciona bem após muitos testes e condições favoráveis, ou seja, alta velocidade e ar limpo pela frente, por isso aqui comentamos um pouco o "outro lado" da aerodinâmica.
Por tudo isso vale ter cuidado nas intervenções no seu possante para desfilar pelas ruas, saiba que o efeito será praticamente só na aparência, portanto; Cuidado com “exageros”!
Quais são os principais artefatos, apetrechos, componentes aerodinâmicos e afins?

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