20/06/2017

Holley Brothers

A Holley não é apenas das maiores e mais antigas empresas de peças “aftermarket” dos Estados Unidos, devemos toda a reverência a quem já produziu mais de 250.000.000 de carburadores ao longo de sua história. A partir da década de 1960, até as categorias mudarem para injeção eletrônica de combustível, todas as equipes da NASCAR e os campeões da NHRA Pro Stock utilizaram carburadores Holley.
Se atualmente você tem um quadrijet no seu V8 (eu conheço bem isso) é difícil imaginar que todo este legado vem desde o Ford modelo T, passando por mais de metade dos carburadores utilizados pelos veículos militares na Segunda Guerra Mundial (carros, barcos e aviões), depois pelos muscle cars da década de 1970 e segue até hoje.
Em 1896 dois irmãos chamados George (1878-1963) e Earl Holley (1881 – 1958) eram adolescentes quando produziram o seu primeiro motor, um pequeno motor monocilíndrico que foi instalado em um carro de três rodas chamado "Runabout" que atingiu espantosos 30 MP/H. Depois vieram algumas bicicletas motorizadas e um modelo de quatro rodas chamado Holley Motorette que teve cerca de 600 unidades produzidas e vendidas a US$550,00 cada, nascia a “Holley Motor Company” em Bradford, Pennsylvania.
Em 1903, o próprio Henry Ford encorajou os irmãos Holley a concentraram-se na fabricação de carburadores e sistemas de ignição, ele encomendou um carburador para o modelo T. Com o sucesso os irmãos decidiram fundar a “Holley Carburetor Co” e logo tornaram-se um dos maiores fornecedores Ford e líderes do mercado, em
Holley Motorette
abril de 1905 mudaram a empresa para Detroit, Michigan.
Veio a Primeira e Segunda Guerras Mundiais e a Holley teve participação importante em projetos militares, oferecendo carburadores variáveis venturii para DC-3, barcos Packard e nos bombardeiros B-25. Ao final da guerra a demanda por automóveis cresceu bastante e rápido, foi então que a Holley passou a oferecer peças para o mercado de reposição, não demorou muito para se envolverem com os rodders que quebravam recordes nos desertos de sal como Bonneville e El Mirage utilizando o famoso Holley 94, começava o grande envolvimento da empresa com as competições.
Em 1952 a fábrica mudou-se para Bowling Green, Kentucky, em 1957 foi lançado o carburador modelo Holley 4150 no Ford Thunderbird, este foi o
primeiro dos modelos “4-barrel” que acabou tornando-se quase como um “padrão” para os carros de alto desempenho.
Até a década seguinte o 4150 foi usado nos Camaro Z28, Chevelle com motores big block, Mustang Boss e Shelby Cobra, em seguida foram lançados os “3 deuce multi carb” para os Corvettes 427 e motores Mopar 440 (Six Pack), em 1968 foi lançada a linha “dominator” desenvolvida especificamente para a NASCAR.
Em 1967 a companhia atingiu o patamar de negócios de US $ 40 milhões em 1967, logo depois a controle da empresa saiu da família Holley para outros investidores do mercado.
Na década de 1970 a Holley lançou a bombas elétricas “blue”, que também se tornaram uma “referência” no assunto, depois vieram os coletores de admissão de alumínio da popular Z-Series, desenvolvimento conjunto com o incrível ZoraArkus-Duntov.
A partir da década de 1980 a empresa se posicionou como o único fabricante a oferecer sistemas de combustível completos, desde a bomba de combustível até os sistemas de exaustão, também não ficaram parados em termos de tecnologia lançando produtos de injeção de combustível através da linha “Pro-Jection”.
Mais recentemente novas linhas de produto e atualizações foram lançadas como
os carburadores “HP Pro-Series” e os kits de motores “SysteMax” que oferecem cilindros, cabeçotes, válvulas e coletores especiais.
A partir do final da década de 1990 a Holley adquiriu outras marcas para agregar ao seu portfólio, atualmente a “Holley Performance Products” continua sediada em Bowling Green empregando cerca de 3.000, com outras quatro instalações em três estados.
As linhas de produtos vão dos tradicionais sistemas de injeção de combustível aos coletores de admissão, super-chargers, injeção
de óxido nitroso, sistemas de exaustão e embreagens, tanto para utilização nas ruas como em diversos níveis de competição. Fazem parte do grupo marcas como MSD Performance, Nitrous Oxide Systems (NOS), Weiand, Flowtech, Earl's Performance Plumbing, Hooker Headers, Demon Carburetion, Racepak, Superchips, Diablosport, Edge Products, Accel Ignition, Quick Time, Hays Clutches, Mr. Gasket, Lakewood e Mallory Ignition.
2013 marcou o 110o. aniversário do grupo, vida longa e próspera para a Holley.

18/06/2017

Hot Poster - 24 Heures Du Mans

Neste final de semana aconteceu a 85a edição do dia mais longo de todos, nossa singela reverência à maior corrida de automóveis de todas e em todos os tempos.... E teve vitória brasileira!

04/06/2017

Luigi Chinetti (N.A.R.T.)

Luigi Chinetti nasceu Jerago con Orago, ao norte de Milão, em 17 de julho de 1901, iniciou sua vida profissional na Alfa Romeo trabalhando como mecânico em 1917 aos dezesseis anos.
Fatores políticos marcaram a sua vida, mudou-se para Paris em 1925 por causa do surgimento do fascismo e lá continuou trabalhando para a Alfa Romeo, mas como vendedor de automóveis e logo começou a se aventurar como piloto de corridas. Fiel a Alfa Romeo, ganhou pela primeira vez as 24 horas de Le Mans em 1932 junto com Raymond Sommer, em 1933 ao lado de Louis Chiron venceu as 24 Horas de Spa na Bélgica.
No período que participou da equipe Alfa Romeo desenvolveu uma forte amizade com Enzo Ferrari, o sucesso nas pistas continuou em 1934 quando venceu pela segunda vez em Le Mans com Philippe Étancelin, mas a carreira nas pistas foi interrompida pela guerra.
Em 1940, Chinetti migrou para os Estados Unidos onde continuou vendendo carros, em 1946 conseguiu a cidadania americana, no mesmo ano pagou uma viagem à Enzo Ferrari para os Estados Unidos onde este apresentou seus planos futuros de construir carros esporte para o público (rico), Chinetti abraçou a oportunidade e deu início a Luigi Chinetti Motors Inc.
Retornou as competições, após a guerra, e na edição de 1949 das 24 horas de Le Mans conseguiu, até então, o recorde de vencer a prova pela terceira vez e levando a Ferrari ao seu primeiro triunfo com o modelo 166M. O seu parceiro foi o Barão Selsdon da Escócia (Peter Mitchell-Thomson), o curioso foi que Thomson conduziu o carro por cerca de 1 hora e Chinetti pilotou nas outras 23 horas, muito similar a história de Pierre Levegh que já contamos aqui. Ainda em 1949, Chinetti venceu pela segunda vez as 24 Horas Spa, fazendo dupla com Jean Lucas.
Durante a sua carreira como piloto, Chinetti participou de todas as edições das 24 hs de Le Mans entre 1932 e 1953, até parar de correr em 1954.
A sua competência como vendedor e o sucesso nas pistas reforçaram a grande amizade com Enzo Ferrari, tanto que Ferrari nomeou Chinetti como seu agente oficial nos Estados Unidos. Chinetti foi dono da primeira e única concessionária da Ferrari na América do Norte durante muito tempo, além da Ferrari também representou a Automobili OSCA de Bolonha até 1967.
A maioria das vendas eram mantidas em segredo para proteger a privacidade de seus clientes, normalmente ricos e famosos. Esta preocupação de Chinetti era tanta que nem fotos eram permitidas, mas podem ser encontradas algumas fotos com clientes como Alfred Momo (da fábrica de rodas e volantes), Phil Hill e outros.
Em 1958 Chinetti teve a ideia de criar a N.A.R.T. (North American Racing Team), uma equipe de corridas de provas de resistência para promover a marca Ferrari nos Estados Unidos. Contou com o apoio financeiro de George Arents e Jan de Vroom, dois clientes e amigos milionários, a estreita relação com Enzo Ferrari garantiria a participação dos pilotos de ponta da equipe de fábrica, afinal boa parte da responsabilidade por manter a marca viva vinha do grande volume de carros vendidos para o público rico dos Estados Unidos.
A equipe passou a ser conhecida nas pistas apenas com NART, obteve muitas vitórias e prestígio ao ponto de encomendar versões especiais e exclusivas para a fábrica, a mais famosa foi a versão Spyder da Ferrari 275GTB / 4.
A estreia nas pistas veio nas 12 Horas de Sebring em março de 1958, com a Ferrari 250 GT.
Pedro Rodríguez com uma Ferrari 250 GTO da equipe NART venceu em Daytona a corrida de 3 horas, em 1964 repetiu a vitória na Daytona 2000 que tinha 2.000 quilômetros, a corrida de 24 horas começaria em 1966.
Em 1964 a Ferrari teve uma série de problemas com autoridades esportivas Italianas para homologar os novos motores para a F1, como forma de protesto nas duas últimas corridas do mundial de F1 foi inscrito oficialmente um modelo Ferrari 158 para John Surtees, que foi pintada nas cores da NART (azul e branco) ao invés do vermelho roso da equipe.
O ápice do sucesso da NART veio em 1965, quando um modelo 250 LM da NART se tornou a última Ferrari a vencer o Le Mans, os pilotos foram Jochen Rindt e Masten Gregory. Também conseguiram outros resultados importantes com o 3º lugar nas 24 horas de Daytona de 1967 com Pedro Rodríguez e Jean Guichet com o modelo 330P4, com o 365 GTB4 "Daytona" a NART marcou 2º na Daytona 24h de 1973, atrás de uma Porsche 911.
Em Le Mans em 1975 Chinetti protagonizou um embate forte com o ACO sobre irregularidades nos seus carros Ferrari 308 GT4, ele ameaçou a retirar todos os carros da NART se a decisão fosse confirmada. Por fim, os oficiais não levaram o blefe em consideração, Chinetti visivelmente constrangido teve que ceder.
A NART chegou a correr com outras marcas como Subean Alpine em outras categorias, com as Ferraris correu até 1982 e em 1983 as atividades de equipe foram encerradas, na sua história a NART participou de mais de 200 corridas com mais de 100 pilotos diferentes, entre eles os ases Mario Andretti, Stirling Moss, Pedro Rodrigues, Jochen Rindt, Masten Gregory e Phil Hill entre outros.
Muito se diz que parte dos motivos que levaram ao final da equipe vem da dificuldade de se trabalhar com Luigi Chinetti, muitos o traçavam como uma pessoa arrogante e geniosa, mas outros diziam que tudo isso vinha da sua imensurável paixão pelas corridas.
Luigi Chinetti permaneceu em Greenwich, Connecticut após sua aposentadoria até a sua morte em 17 de agosto de 1994, aos 93 anos. Hoje o showroom da concessionária de Greenwich, Connecticut continua aberto, mas pertence a Miller Motorcars uma concessionária que vende Ferraris e Maseratis.

11/05/2017

Power Laps

Todo ano o dia primeiro de maio é diferente para os gearheads por conta da lembrança da data do acidente fatal de Ayrton Senna, muitos fatos são lembrados e quase sempre a fantástica primeira volta do GP da Europa de 1993 é o mais comentado.
Aqui no Blog preferimos lembrar de modo diferente, com uma pequena seleção de grandes voltas das corridas. Qual é a sua preferida?

V8 Supercars - Gold Coast 600, Surfers Paradise (2010)
Esta categoria é uma das mais incríveis que existe, poucas tem tantas batalhas em nível tão elevado. Aqui, como o Vettel costuma dizer, não é esporte de uma bola só...

F1 - GP da Europa, Donington (1993)
Essa não é novidade, para alguns esta é a melhor volta (ou power lap) de todos os tempos.
Só um detalhe durante a transmissão; "manobra esquisita de Schumacher", sei...

F1 - GP da França, Dijon (1979)
Na modesta opinião deste blog, estas são as voltas mais loucas e fantásticas de todos os tempos em todas as corridas de todas as categorias de todos os planetas!

MotoGP - GP dos Estados Unidos, Laguna Seca (2008)
Não dá para deixar de colocar alguma travessura do "doutore" e com um rival a altura. A molecada metida da MotoGP atual precisa assistir muitas vezes para aprender a diferença entre pilotos e as lendas..

Nascar - Daytona 500, Daytona (1979)
Fantástica batalha entre Cale Yarborough e Donnie Alison, no fim que levou foi o rei. Sempre assim.
Melhor ainda porque naquela época a NASCAR usava carros de verdade.

18/04/2017

Hot Poster - Mille Miglia

Ainda não escrevemos nada sobre esta grande corrida Italiana, um evento sem igual realizada nos anos 1927 até 1954 entre as cidades de Bréscia e Roma.  
Estamos em débito, mas em breve vamos pagar a dívida com a nossa audiência.