Getting Started

Recebi a dica deste vídeo do Hélber, nosso querido "Creta", vale a pena ver (ou ouvir) umas 200 vezes...

Ah, quando a sua namorada ou esposa te criticar pela sua paixão por carros, não diga nada, só mostre o vídeo (#ficaadica)!

Qual a sua receita? (Blower)

Voltamos ao interessante tema de preparação de motores. Já falamos algumas coisas sobre a preparação de ASPIRADOS, agora vamos falar de algo que nos leva a lembrar do Interceptor do Mad Max ou do Challenger de Velozes e Furiosos; O BLOWER!!

O blower, supercharger ou kompressor (em alemão), é um compressor volumétrico cujos rotores são acionados por correias e/ou polias, é instalado na parte superior do motor sobre os carburadores ou coletores de admissão, normalmente devido ao seu tamanho demandam cortar o capô. O que causa um impacto visual inegável ao carro. 
Podem ser utilizados com motores carburados ou com injeção, o seu principio de funcionamento é relativamente simples, nada mais é que uma bomba de ar ligada por uma correia ao virabrequim do motor, a sua própria força "empurra" mais mistura ar/combustível ao motor aumentando a aceleração e o torque do motor. 
Para saber qual modelo é mais eficiente precisamos analisar a sua Eficiência Volumétrica (volume de ar comprimido, descontando as perdas) e a Eficiência Adiabática (quantidade de energia perdida pelo compressor em forma de calor). Portanto, a melhor escolha permite utilizar modelos menores e mais leves e é fundamental para o sucesso da preparação. 
As primeiras gerações de compressores eram chamadas de tipo Lysholm ou parafuso, os modelos mais recentes são os do tipo Roots. 
A grande diferença entre os compressores volumétricos dos turbo comprimidos é que nos primeiros a geração de potência é mais uniforme e sentida em baixas e médias rotações, já os últimos geram maior "pico" de potência, sentidas em rotações mais altas (excelente para arrancar feito um louco, com o turbo chiando de um semáforo para o outro!!!). Desta forma, um compressor volumétrico demanda menor troca de marchas e tende a forçar um pouco menos outras partes do motor, como câmbio e embreagem.

Claro que voltamos ao ponto que a finalidade da preparação é importante para determinar qual é o melhor, outro fator é que este tipo de preparação vai muito bem em locais de grandes altitudes, onde a baixa pressão atmosférica reduz o rendimento do motor. Coisas imutáveis da física. 

Falar de Blower é falar de muscle-car, isso porque motores maiores e naturalmente com maior nível de torque e curva mais progressiva se adaptam bem a este tipo de preparação. Além dos fatores "culturais" que já estão gravados no imaginário dos fanáticos.

Vantagens: Aumento da aceleração e torque em rotações baixas e médias. Curva de aumento médio. Risco menor para a durabilidade do motor, se for bem instalado. 

Desvantagens: Não cabe muito bem em motores de menor cilindrada, principalmente aqui no nosso pais temos pouca oferta de kits e peças.
Preço elevado, nos EUA um kit novo sai em torno de Us$ 2.000,00. 

Ah, uma ultima e chocante revelação: O Blower do carro no Mad Max não era funcional, era só enfeite. Não dá para um compressor funcionar apenas após ser acionado através de um botão na alavanca de câmbio (sentimos por revelar esta verdade tão chocante!).

El Mirage Dry Lake

Um dos lugares sagrados dos recordes de velocidade, afinal o "El Mirage Dry Lake" tem sido a sede do LSR (Land Speed Racing) por mais de cinquenta anos. Localizado em pleno deserto de Mojave, no estado da Califórnia, também pode ser considerado um dos berços do nascimento do movimento Hot Rod e da Kultura Kustom. 

Tudo isso começou em 1937 e só foi interrompido durante a WWII, nos primeiros anos um grupo de malucos por velocidade decidiu que era a hora de se organizarem e criarem uma nova entidade para cuidar das corridas, aumentar a segurança e promover o esporte: a S.C.T.A. (já falamos disso aqui). 
Apesar de Bonneville sediar atualmente os eventos de recordes de velocidade mais significativos organizados pela S.C.T.A, começaram a se estabelecer para valer apenas em 1949, ou seja, quase 12 anos depois do primeiro evento em El Mirage. 
Uma característica importante que a "LSR” manteve foi nunca perder a essência de voluntariado, ainda hoje são os membros de diversos clubes de velocidade e da própria S.C.T.A que se unem, usando espontaneamente seu tempo e energia para fazer algo em benefício do esporte e da diversão comum. Exatamente como vemos aqui no Brasil...#sqn 😟 

O formato das corridas em El Mirage, basicamente, é acelerar o veículo na velocidade mais alta possível antes da faixa de cronometragem de apenas 1,3 quilômetros de comprimento. O registro é feito em uma única passagem, ao contrário de outras disputas de recordes, como em Bonneville, que consideram como base uma média das passagens em sentidos opostos. 
Isso ocorre porque El Mirage oferece uma espécie de campeonato ao longo da temporada, computando pontos conquistados conforme as velocidades atingidas. Normalmente, o calendário anual consiste de quatro corridas de um dia, ocorrendo nos meses de junho, julho, setembro e outubro, além de dois outros eventos de dois dias nos meses de Maio e Novembro, mas a duração destas corridas sempre depende das condições do tempo. 

Outra grande diferença só encontrada nos eventos de El Mirage é a própria superfície, em Bonneville temos um deserto de sal e em El Mirage uma superfície chamada "silte", uma espécie de fragmento de mineral ou rocha, menor do que areia fina. 
A área cronometrada também é relativamente curta, tornando crítico para o piloto conseguir parar o veículo após ter acelerado ao máximo. Estas particularidades, certamente, fazem as corridas de El Mirage trazerem mais desafios técnicos do que o normal.
Outra tradição, que é um grande barato, é a possibilidade do público acampar durante a noite, próximo ao trecho das corridas. É uma experiência sem igual para os fans, porque assim conseguem sentir toda a atmosfera de velocidade e desafio, exatamente como nos anos 1940. Para isso, porém, eles precisam observar algumas regras simples: Não fazer fogueiras e não descartar lixo (leve-o de volta com você). 
Por tudo isso, muitos puristas consideram os eventos e recordes atingidos em El Mirage mais significativos do que Bonneville, o registro mais rápido na terra é 312,100 mph e até hoje existem apenas seis registros superiores a 300 quilômetros por hora, por aí já dá para ter uma ideia do tamanho do desafio! 
De fato, para os rodders mais fieis, a preocupação com o que é "mais" ou "melhor" é muito menos importante, o que vale mesmo é manter viva toda a mítica e espírito dos primeiros rodders até os dias de hoje.

Câmbio Automático precisa de carinho...

Os câmbios automáticos e suas derivações (CVT, Tiptronik, etc), além do maior conforto, ajudam a vida dos motoristas, digamos, com menor habilidade.  Estão cada vez mais presentes em nossos carros e deixaram de ser exclusividade dos modelos mais caros e luxuosos.

Nestes dias de trânsito cada vez mais caótico isso é uma boa notícia, porém, nem com toda a tecnologia vai garantir 100% de imunidade a barbeiragens ou mal uso.

Estes equipamentos também precisam de cuidados, vejam algumas dicas para aumentar a vida útil do seu...

Respeite as regras de manutenção;

- Troque o óleo de câmbio respeitando a quilometragem descrita no manual do proprietário.

- NUNCA utilize um óleo de câmbio de características diferentes do manual, dê preferência para comprar em concessionárias ou lojas confiáveis.

Hábitos ruins ao dirigir;

- Ao parar o veículo coloque a alavanca na posição neutra, puxe o freio de estacionamento e só então coloque a alavanca na posição "P", assim você evita aquele "tranquinho" que causa desgastes nos componentes internos do câmbio. 

- Não e engate a ré "R" com o carro ainda em movimento, isso gera um alto desgaste dos componentes internos. Sempre pare totalmente o carro antes.

- Da mesma forma não engatar o “P” com o carro em movimento, isso vai provocar um tranco danoso ao sistema.

- Para subir uma ladeira com o carro muito pesado use as marchas menores ("2" ou "3"), isso evita que o sistema alterne entre as marchas menores sem necessidade.

- Da mesma forma ao atingir um local plano, coloque na posição "D".

- Alguns sistemas mais inteligentes detectam quando o carro não está mais em movimento e faz uma transição automática para o ponto morto. Caso seu carro não for assim e for ficar parado muito tempo no farol, mova a alavanca para a posição "N".
Utilização inadequada;

- Não exceda o peso de carga do seu veículo descrito no manual do proprietário, isso evita sobrecarregar o câmbio e diminuir a vida útil do equipamento.
- Em subida só saia com o carro na posição "1"posição, sair em posição "D" só se estiver em um lugar plano, isso evita um desgaste desnecessário.

- Em descida não use a posição "D" ou "N", na primeira situação o carro pode ganhar muita velocidade e obrigar a frear desnecessariamente, na segunda situação o câmbio fica sem lubrificação. Se o equipamento tiver a opção, use a posição "2" ou "3" e o freio-motor.

Importante; Se ocorrer algum problema mecânico que impeça o carro de se mover, leve-o para a oficina em um guincho de plataforma e não utilize um reboque. Senão as rodas da tração vão rodar com o carro desligado e este estará sem lubrificação, com alto risco de danificar componentes internos da transmissão.

Viu só? Não são apenas os motoristas que "arranham" marchas ou "queimam" embreagem que pode ser chamados de "barbeiros"...

Qual a sua receita? (Aspirados)

As dúvidas sobre qual a melhor forma de preparação de um motor não tem respostas prontas. Entre as variáveis envolvidas pode ser citado; A paixão de quem faz (hoje em dia os "boyzinhos" adoram um "turbo" chiando pelas ruas), características técnicas do motor (alguém imagina colocar um turbo em um motor V8 318 pol. de Dodge?), qualidade da mão de obra, peças disponíveis, qual o objetivo final (competição, aumento de desempenho ou só impressionar as “minas”) e, principalmente, dos recursos financeiros disponíveis. 

Como é um assunto extenso, e excitante, vamos começar falando sobre a preparação de motores aspirados.

Motores aspirados são aqueles que não são alimentados por turbinas ou compressores mecânicos, desta forma o próprio motor (através dos coletores, carburadores ou injeção) tem o trabalho de "puxar" a mistura ar-combustível para as câmaras de combustão. A receita mais lógica para aumentar a potência nestes casos seria aumentar a cilindrada, ou seja, um motor maior tende a utilizar mais mistura e gerar mais potência. 

Como isso nem sempre é possível existem outros caminhos. Podemos trocar o comando de válvulas por um modelo mais "bravo", um sistema de escapamento maior (e mais barulhento) e filtros de ar esportivos. 

O comando de válvulas “bravo”, ou esportivo, permite aumentar o número de rotações, as válvulas permanecem abertas por mais tempo aumentando o enchimento dos cilindros com a mistura ar-combustível. Porém, esta troca sempre demanda alterações no sistema de alimentação, senão faltará “comida” para o motor. Se for um motor carburado será necessário recalibração do carburador original (ou substituição do mesmo), se for injetado podemos trocar a injeção eletrônica original por um sistema programável ou aumentar a vazão dos bicos injetores, tudo isso fará parte da afinação do motor. 

Se a grana permitir é possível buscar mais potência retrabalhando o cabeçote e substituindo o coletor de escape original, para o excesso de “comida” não causar má digestão, além da possibilidade de troca das velas de ignição,

bobinas e filtros de ar originais por modelos esportivos.

Um cuidado importante é pensar e planejar na preparação como um todo, pois muitas vezes não dá para aplicar a receita em partes – conforme a disponibilidade de grana.

Normalmente com uma preparação pesada e bem feita consegue-se aumentar a potência em torno de 30%, mas lembre-se que o investimento para se preparar um motor aspirado chega a ser maior do que optar por turbos, este é um fator muito importante que não se deve perder de vista;Custo x Benefício destas preparações. 

Vantagens: Mão de obra qualificada disponível, peças importadas podem ser compradas via internet (não esqueça custo e prazo), risco menor para a durabilidade do motor. 

Desvantagens: Preço final elevado (custo x benefício), maior consumo de combustível, perda de torque em baixa rotação. 

Para muitos, inclusive eu, é um grande barato ouvir um motor embaralhado com a marcha lenta irregular. Veja (ouça) o vídeo por você mesmo...