25/07/2017

Playlist Route 66

Em janeiro de 2015 começamos a imaginar em uma trilha sonora para viajar pela rota 66, de preferência em um V8 bem musculoso. 
Já contamos a história deste ícone (parte 1 e parte 2).
Então, 16 músicas depois temos a lista completa, espero que gostem!






The Beach Boys





Red Hot Chili Peppers
 








Janis Joplin 










The Mama´s And The Papa´s










Show me how to live

(Audioslave - 2002)














Credence Clearwater Revival

(Green River - 1969)  







Grand Funk Railroad 











Lynyrd Skynyrd 









AC/DC 








Steppenwolf 















 




ZZ Top 

16/07/2017

Gene Winfield

Gene Winfield é mais um dos pioneiros da customização que é reverenciado até os dias de hoje. Robert Eugene Winfield nasceu em 16 de junho de 1927 em Springfield, Missouri, com apenas 18 meses de idade se mudou com a família para Modesto, Califórnia.
Conhecido como "Windy" pelos amigos, começou logo cedo construindo e personalizando modelos e desenhos de aviões e carros, tinha o hábito de fotografar todos os carros modificados que encontrava para tirar novas ideias. 
O primeiro carro de Gene foi um Ford Modelo A Coupe 1929 onde aplicou suas primeiras tentativas de modificações, passando o carro de preto para azul.
Depois de se formar no ensino médio entrou para a Marinha em 1945, a segunda Guerra finalizou seis meses após se alistar e assim sua carreira militar terminou após um ano. 
Ao voltar para Modesto colocou em prática o seu sonho de trabalhar com customização, começou a trabalhar sozinho em um galinheiro de terra batida atrás da sua casa criando a “Windy´s Custom Shop”.
Um dos primeiros “clientes” foi o Plymouth 1941 do seu irmão Frank, o trabalho foi bem recebido e começou a receber pedidos de amigos e também foi aumentando o leque de customizações: alterações de grades, modificações de farol, luzes traseiras e até cortar tetos. 
The Thing
Em 1946 a cena Hot Rod estava cada vez mais forte na Califórnia, junto com alguns amigos formaram o “The Modesto Century Toppers”, Gene foi o primeiro presidente eleito. 
Em 1948 Gene construiu o seu primeiro Hot Rod com base de um Ford modelo T Roadster 1927 e entrou no primeiro “National Roadster Show” em Oakland, algum tempo depois também começou a correr nos lagos secos. Em 7 de maio de 1949 em El Mirage, Gene levou o seu roadster a 112,35 mph logo em sua primeira corrida, na segunda passagem atingiu 121,45 mph. Buscando algo “diferente”, Gene construiu um outro carro a partir de um Ford Modelo T Cupê 1927, o carro ficou conhecido como “The Thing” e atingiu 135 mph em Bonneville, em 1951.
Gene resolveu fechar a sua “oficina” e retornar ao Exército em 1949, no ano seguinte foi enviado ao Japão para trabalhar com “cozinheiro”, porém trabalhou na loja de conveniência do seu batalhão e a noite ensinava um pouco de suas habilidades com couro, customizações e manipulação de metal. Lá mesmo no Japão começou a construir carros com outros 3 amigos soldados e chegaram a finalizar 4 carros, contrataram um artesão local que também ajudou a aprimorar as suas habilidades de soldagem, moldagem de chapa metálica e acabamento de metais.
Ao final de 1951, Gene retornou do Japão e voltou a trabalhar na antiga oficina, diga-se galinheiro, e também voltou a participar das corridas. Aos poucos o negócio começou a recuperar vitalidade até que ele decidiu tirar o foco das corridas e ampliar a sua oficina, mudou o nome para “Winfield´s Custom Shop”.
Novamente, Gene percebeu que precisava de uma nova criação para personificar o seu novo negócio, comprou um Mercury 1950 e customizou os faróis e grade, marcando a sua primeira “customização” ao novo estilo dos rodders dos anos 1950. Em 1953 Gene Winfield abandonou definitivamente as corridas após casar-se.
Em 1957, Gene Winfield apresentou uma inovadora técnica de pintura que combinava duas cores cuidadosamente combinadas e desbotadas em conjunto, a técnica foi desenvolvida após ele tentar combinar duas cores “candy” diferentes. Esta técnica de pintura desbotada acabou virando a marca registrada de Gene Winfield, ele viajou por todo o mundo divulgando os seus trabalhos.
Em 1958, Gene Winfield construiu “The Jade Idol”, projeto baseado em um Mercury 1956 que levou 2 anos para ser finalizado e trouxe um reconhecimento nacional ao seu trabalho.
The Jade Idol
Em 1962 Gene foi contratado pela AMT (Aluminum Model Toys) para ser designer para kits de modelos de carros, ficou como responsável da nova divisão “Speed ​​and Custom Division Shop” onde construiu modelos de escala 1/1 para serem usados em promoções, foi lá que Gene começou a se relacionar com a indústria do cinema de Hollywood criando veículos para filmes e séries de televisão, podemos citar entre suas criações e começou a fazer carros para filmes e séries de televisão. Entre a longa lista de criações estão o carro d Maxwell Smart "Get Smart", “The Reactor” para a série de TV "Bewitched"e o "Galileo 7" da série Jornada na Estrelas.
Em 1970 Winfield decidiu abrir sua própria empresa em North Hollywood e se aproximar mais da indústria do cinema e suas criações aparecerem em mais de 20 filmes, sucessos como "Bladerunner" (construiu 25 veículos), "Robocop" e "The Last Starfighter", talvez a sua criação mais emblemática tenha sido o Delorean para "Back to the Future".
Em 1974 fechou a empresa em North Hollywood, passou pela Coach Works em Chatsworth e atualmente mantem seus negócios em Mojave, Califórnia. Entre outros prêmios, ele foi induzido no "Custom Car" e "Hot Rod Hall of Fame" e também recebeu o prêmio de "Construtor do Ano" no Detroit Autorama de 2008.
Em 2011 foi lançado o documentário “Kings of Kustoms” sobre a vida de Gene Winfield, ele continua na ativa até os dias hoje. Longa vida ao “The King of Kustoms”.
Filmografia e Séries de TV:
Carro do filme Blade Runner

08/07/2017

Voar é para avião!

#soquenao...
E o que fica comprovado nestas fotos do GP de F1 da Alemanha de 1966, em Nürburgring (na pista de verdade, vulgo inferno verde).
Fale a verdade, isso que era desafio! 
Fica engraçado pensar que hoje o que causa mais burburinho na F1 é a "batida de trânsito" entre o Vettel e o Hamilton (GP do Azerbaijão de 1988).
BRMs de Jackie Stewart e Graham Hill
Dan Gurney e o seu maravilhoso Eagle


22/06/2017

Tasman Series

Os campeonatos da “Tasman Cup” ou “Tasman Series” ocorreram entre 1964 a 1976, o período de maior sucesso da categoria foi entre entre os anos de 1964 a 1969.
A "Tasman Series" não teve a mesma repercussão em todos os cantos do mundo, uma grande injustiça pois basta olhar o “nível” dos pilotos que participaram, em especial durante os anos iniciais da categoria, para ver o nível da competição. 
O nome do campeonato foi inspirado no Mar de Tasmânia que fica entre os dois países onde ocorriam as corridas; Nova Zelândia e Austrália, os autódromos principais foram Levin, Pukekohe, Wigram, Teretonga Park, Sandown Park, Warwick Farm, Lakeside, Longford e outros.
Eram utilizados monopostos semelhantes aos F1 da época, geralmente modelos do ano anterior, e motores de 2.500 cm3 “obsoletos” da F1 utilizados até 1960,  como o Climax FPF, Cosworth DFW (variante do lendário DFV) e BRM com uma versão de capacidade reduzida do motor V12 da F1.
Dois fatores ajudavam a atrair muitos pilotos da F1, as corridas da Tasman ocorriam de janeiro até início de março que era o período sem corridas de F1 no inverno do hemisfério norte, e o regulamento técnico muito próximo da F1. 
De fato, os principais pilotos da época disputavam a Tasman Series, os locais como Jack Brabham, Bruce McLaren, Chris Amon e Denny Hulme e estrangeiros como Jim Clark, Graham Hill, Phil Hill, John Surtees, Jochen Rindt, Pedro Rodríguez e Jackie Stewart. 
UAU! Não é a toa que os organizadores da F1 deram um jeito de cortar o barato da Tasman Series...
Tecnicamente, as melhores temporadas da categoria foram de 1968 e 1969, a Lotus disputou o campeonato com os pilotos Jochen Rindt e Graham Hill e o modelo 49BT, a Ferrari tinha Chris Amon e Derek Bell em modelos Dino derivados dos chassis F2 e motores V6 2.400 cm3, já a equipe de Frank Williams utilizou chassis Brabham BT24 com motores Cosworth 2.500 cm3.
O irônico foi que motivos do sucesso da "Tasman" também influenciaram o seu declínio, a concorrência pelo poder com a F1 e uma escalada de custos levou equipes tradicionais a reverem suas estratégias; valeria a pena participar de um campeonato "menor e menos importante" do que a já estabelecida F1?
Nos campeonatos seguintes, 1970 e 1971, apenas uma equipe inscreveu um carro com motores Cosworth DFW.
A organização da Tasman tentou recuperar a importância da categoria com mudanças no regulamento para redução de custos, foi permitido a participação de monopostos de Fórmula 5000 para atrair novos construtores como McLaren, Lola, Chevron e Surtees, mas com motores reduzidos para 2.500 cm3.
Em 1972 os motores foram reduzidos novamente para 2.000 cm3, ainda assim os custos continuaram aumentando e novas mudanças de regulamento foram introduzidas em 1975. As quatro etapas que ocorriam na Austrália se tornaram a “Rothmans International Series”, mantendo o regulamento da Fórmula 5000, e as outras quatro corridas da Nova Zelândia se tornaram a "Peter Stuyvesant Series". 
A partir de 1976 o campeonato passou a utilizar os carros da Fórmula Pacific, mas sem atrair patrocinadores e equipes fortes o campeonato perdeu apelo e foi extinto.
Em 1999 chegaram a ser realizados, por dois anos, um campeonato com o nome de Tasman Series com corridas realizadas na Nova Zelândia, mas foi apenas uma iniciativa que reviveu o nome original, sem relação original com o campeonato original.
Ficou o legado de um grande campeonato, mas que como outros não resistiu por dividir espaço com a badalada F1.
Relação dos Campeões

20/06/2017

Holley Brothers

A Holley não é apenas das maiores e mais antigas empresas de peças “aftermarket” dos Estados Unidos, devemos toda a reverência a quem já produziu mais de 250.000.000 de carburadores ao longo de sua história. A partir da década de 1960, até as categorias mudarem para injeção eletrônica de combustível, todas as equipes da NASCAR e os campeões da NHRA Pro Stock utilizaram carburadores Holley.
Se atualmente você tem um quadrijet no seu V8 (eu conheço bem isso) é difícil imaginar que todo este legado vem desde o Ford modelo T, passando por mais de metade dos carburadores utilizados pelos veículos militares na Segunda Guerra Mundial (carros, barcos e aviões), depois pelos muscle cars da década de 1970 e segue até hoje.
Em 1896 dois irmãos chamados George (1878-1963) e Earl Holley (1881 – 1958) eram adolescentes quando produziram o seu primeiro motor, um pequeno motor monocilíndrico que foi instalado em um carro de três rodas chamado "Runabout" que atingiu espantosos 30 MP/H. Depois vieram algumas bicicletas motorizadas e um modelo de quatro rodas chamado Holley Motorette que teve cerca de 600 unidades produzidas e vendidas a US$550,00 cada, nascia a “Holley Motor Company” em Bradford, Pennsylvania.
Em 1903, o próprio Henry Ford encorajou os irmãos Holley a concentraram-se na fabricação de carburadores e sistemas de ignição, ele encomendou um carburador para o modelo T. Com o sucesso os irmãos decidiram fundar a “Holley Carburetor Co” e logo tornaram-se um dos maiores fornecedores Ford e líderes do mercado, em
Holley Motorette
abril de 1905 mudaram a empresa para Detroit, Michigan.
Veio a Primeira e Segunda Guerras Mundiais e a Holley teve participação importante em projetos militares, oferecendo carburadores variáveis venturii para DC-3, barcos Packard e nos bombardeiros B-25. Ao final da guerra a demanda por automóveis cresceu bastante e rápido, foi então que a Holley passou a oferecer peças para o mercado de reposição, não demorou muito para se envolverem com os rodders que quebravam recordes nos desertos de sal como Bonneville e El Mirage utilizando o famoso Holley 94, começava o grande envolvimento da empresa com as competições.
Em 1952 a fábrica mudou-se para Bowling Green, Kentucky, em 1957 foi lançado o carburador modelo Holley 4150 no Ford Thunderbird, este foi o
primeiro dos modelos “4-barrel” que acabou tornando-se quase como um “padrão” para os carros de alto desempenho.
Até a década seguinte o 4150 foi usado nos Camaro Z28, Chevelle com motores big block, Mustang Boss e Shelby Cobra, em seguida foram lançados os “3 deuce multi carb” para os Corvettes 427 e motores Mopar 440 (Six Pack), em 1968 foi lançada a linha “dominator” desenvolvida especificamente para a NASCAR.
Em 1967 a companhia atingiu o patamar de negócios de US $ 40 milhões em 1967, logo depois a controle da empresa saiu da família Holley para outros investidores do mercado.
Na década de 1970 a Holley lançou a bombas elétricas “blue”, que também se tornaram uma “referência” no assunto, depois vieram os coletores de admissão de alumínio da popular Z-Series, desenvolvimento conjunto com o incrível ZoraArkus-Duntov.
A partir da década de 1980 a empresa se posicionou como o único fabricante a oferecer sistemas de combustível completos, desde a bomba de combustível até os sistemas de exaustão, também não ficaram parados em termos de tecnologia lançando produtos de injeção de combustível através da linha “Pro-Jection”.
Mais recentemente novas linhas de produto e atualizações foram lançadas como
os carburadores “HP Pro-Series” e os kits de motores “SysteMax” que oferecem cilindros, cabeçotes, válvulas e coletores especiais.
A partir do final da década de 1990 a Holley adquiriu outras marcas para agregar ao seu portfólio, atualmente a “Holley Performance Products” continua sediada em Bowling Green empregando cerca de 3.000, com outras quatro instalações em três estados.
As linhas de produtos vão dos tradicionais sistemas de injeção de combustível aos coletores de admissão, super-chargers, injeção
de óxido nitroso, sistemas de exaustão e embreagens, tanto para utilização nas ruas como em diversos níveis de competição. Fazem parte do grupo marcas como MSD Performance, Nitrous Oxide Systems (NOS), Weiand, Flowtech, Earl's Performance Plumbing, Hooker Headers, Demon Carburetion, Racepak, Superchips, Diablosport, Edge Products, Accel Ignition, Quick Time, Hays Clutches, Mr. Gasket, Lakewood e Mallory Ignition.
2013 marcou o 110o. aniversário do grupo, vida longa e próspera para a Holley.