22/03/2019

Colours (2/2)

Voltamos a falar de pintura, agora vamos falar um pouco das principais técnicas neste post...
ENVELOPAMENTO: Não é exatamente uma “técnica” de pintura, mas como o material utilizado vem evoluindo bastante e os custos estão mais atrativos tem se tornado uma opção interessante à pintura tradicional, mesmo que a durabilidade não seja definitiva.
A técnica consiste da aplicação de um vinil autocolante diretamente na carroceria do veículo, o envelopamento pode ser parcial, como capôs ou tetos, ou em toda a carroceria.
O resultado de uma boa aplicação será uma superfície sem bolhas ou recortes, deixando a impressão de ser uma pintura totalmente nova, por isso cuidado com recortes, fendas (portas, capôs,..), frisos e emblemas geralmente precisam ser retirados e recolocados. 
Existe diversas variações de vinil, pode ser liso ou com estampas e desenhos, representando um pouco da personalidade ou "tribo" do dono do carro. 
O mais comum é aplicação de um vinil fosco, mas existem opções brilhantes e as mais recentes cromadas.
Importante: Se a aplicação for de cor diferente do original será necessário modificar os documentos do veículo no DETRAN.
ADESIVAMENTO: Nesta técnica são aplicadas imagens sobre partes do carro, seguindo um determinado padrão ou tema. 
Quem não se lembra dos carros de "Velozes e Furiosos I"?
A intenção não é cobrir toda a área da pintura original, mas acrescentar alguns detalhes e ressaltar a personalidade do carro ou do dono do projeto de customização.
Não é necessário profissionais extremamente habilidosos para aplicação, mas paciência, cuidado e caprichoso para ter um trabalho bem feito. 
O material utilizado é semelhante ao envelopamento, normalmente vinil, e a durabilidade também não é definitiva.
PINTURA DÉGRADÉ: Também é uma técnica conhecida como pintura “camaleão”, ou em inglês "pearlescent".
Nesta técnica busca-se criar um efeito especial onde a superfície mude de cor quando avistada em diferentes ângulos ou sob variações de incidência de luz. 
É uma técnica bastante utilizada em projetos de tuning.
A aplicação envolve tintas e equipamentos especiais, muitas vezes tons feitos sob encomenda, por isso busque por profissionais experientes para fazer o serviço.
Como a cor original será modificada os documentos do veículo também devem ser regularizados, geralmente a cor do veículo precisa ser mudada para “Fantasia”.
PINSTRIPING: Esta técnica merece todo o destaque e nossa reverência, por isso não vamos falar neste post, junto com outras técnicas.
Basta acessar esta outra postagem aqui do blog, dá para ficar por dentro.
METAL FLAKE: Foi muito popular entre os customizadores da década de 1960 e 1970. Muito comum na customização de motos onde é combinada com outras técnicas como candy e dégradé.
Hoje parece que o "metal flake" caiu um pouco em desuso, talvez porque é necessário muito talento e experiência do pintor (artista) para ser bem-feita, coisas cada vez mais raras neste mundo globalizado...
Nesta técnica são aplicadas pequenas partículas metálicas, similar a purpurina, criando um intenso efeito de brilho. 
As tais partículas precisam ter origem metálica ou base de poliéster para não sofrerem com os diluentes utilizados na tinta e no verniz.
Após a aplicação da tinta base são aplicadas as partículas, que vão “grudando” na superfície, a granulação das partículas precisa ser bem maior dos pigmentos da tinta e ficam melhor com cores e tamanhos variados.
São necessárias técnicas e ferramentas especiais na aplicação, como a pistola “Flake buster”, para dispensar a mistura prévia das partículas, logo, também dispensa amadores...
CANDY: Nesta técnica são utilizadas tintas especiais para proporcionar à peça pintada o efeito de transparência mostrando a cor base utilizada. 
O objetivo é criar um efeito de brilho e profundidade, que varia bastante conforme a incidência de luz. 
Para chegar ao efeito “doce” é necessária uma combinação de tons e aplicações, normalmente é aplicado a tinta base, depois a tinta candy e então o verniz, cada uma destas fases em uma ou várias demãos.
O retoque de partes pintadas com tinta Candy é muito complicado, normalmente para se chegar no tom original é necessário pintar, pelo menos, a peça inteira. 
Enfim, muito bacana, mas outra vez não é para amadores.
PÁTINA: Aqui a ideia é dar aos carros e motos um aspecto envelhecido ou enferrujado, enfim, mostrar a “atitude” e "identidade" do veículo, muito comum nos Rat Hods (falamos disso aqui).
Por outro lado, também é bastante criticada pelos puristas, que sustentam que o aspecto "desgastado" deve ser fruto do envelhecimento natural e história do veículo.
Como os "rat rods" estão na moda entre diversas tribos de entusiastas, muitos customizadores se especializaram em recriar as pinturas desgastadas. 
Um ponto positivo é que costuma ser uma técnica bem mais barata que outras, pois não requer materiais caros ou sofisticados, apenas lixas, latas de spray e muita criatividade.
Dizem que mesmo errando o resultado final será bom, mesmo assim cuidado com excessos...
FLAMES: É outro estilo que foi muito popular na década de 1960. 
O objetivo é a reprodução de chamas, em partes ou em toda a carroceria, passando a ideia de uma máquina radical, feroz, veloz, etc.
Para reproduzir o fogo em movimento existem diversas técnicas, podem serem usadas máscaras delimitando o formato, aerógrafo ou aplicação de múltiplas cores de tinta (do branco para o vermelho).
No início as pinturas de chamas eram muito genéricas, geralmente começavam logo atrás das rodas dianteiras, desciam pelas laterais até chegar no meio ou traseira. Depois vieram cores diferentes, como verde ou azul, e os artistas foram criando seu estilo pessoal.
Os maiores nomes neste estilo foram Ed "Big Daddy" Roth e George Barris, hoje muitas artistas dão continuidade a arte como Mike Lavallee criador do estilo “fogo verdadeiro”.
DOIS TONS (SAIA-E-BLUSA): Utilizar dois ou mais tons de cores vem desde os primórdios da fabricação de carros e motos, pode ser de uma mesma cor ou de cores diferentes.
Nos Estados Unidos durante os anos 1950 este foi um estilo largamente utilizado, visando maior sofisticação e requinte ao veículo. 
No Japão e na Europa passou a ser utilizada com maior frequência em meados de 1960, mas de forma mais discreta, preferencialmente em marcas de luxo como a Rolls-Royce e Bentley.
Aqui no Brasil o estilo dois tons acabou ficando conhecido popularmente por “saia e blusa”, esteve bastante presente nos anos 1960 e depois voltou, timidamente, nos anos 1980 (lembram do Monza Classic, Opala Comodoro?), agora é visto até como mal gosto.
Na customização, porém, foi e ainda é uma técnica bastante utilizada, com maior liberdade de mistura de cores e formas, sempre visando agregar exclusividade e fluência nas linhas do veículo.
😜😜 Por hora é isso pessoal, agora é só se inspirar e começar, para não errar fica a sugestão de começar pelo carro de sua sogra...

15/03/2019

Edelbrock (Parte 2)

Continuamos com a saga da Edelbrock...
Logo após o término da segunda guerra foi formada uma associação chamada CRA “California Roadster Association”, o objetivo desta entidade era organizar as corridas de roadsters e midgets em pistas ovais e as tentativas de recordes de velocidade nos lagos secos. 
Iniciativas como essa ajudavam o aumento da demanda por peças de performance e a Edelbrock, por sua vez, começava a levar vantagem sob os concorrentes, pois, além da sua qualidade, era uma das poucas as empresas que tinham peças disponíveis para atender rapidamente as encomendas.
Em 1946 eles lançaram o primeiro catálogo da empresa chamado de “Edelbrock Power and Speed Equipment”, para isso contaram com a ajuda do editor Pete Petersen (fundador do "Petersen Automotive Museum" em 1994).
Já nessa época muitos pilotos famosos, incluindo dois vencedores da Indy 500, eram membros da equipe Edelbrock, entre eles; Walt Faulkner, Perry Grimm, Cal Niday, Danny Oakes, Harry Stockman, Bill Vukovich, Rodger Ward e Bill Zaring.
A Edelbrock foi pioneira em muitas coisas, em 1948 foram os primeiros a usar o dinamômetro de motores, no ano seguinte se mudaram para um prédio de 460 m2 para conseguir aumentar a produção e lançar novos produtos. Carros com peças Edelbrock dominaram os lagos secos da California até chegarem ao Bonneville Speedway, no início do anos 1950.
Em Bonneville a rotina de quebra de (muitos) recordes continuou e Vic estabeleceu novas parcerias, como Alex Xydias da So-Cal e Don Waite (que virou vice-presidente de engenharia da Edelbrock de 1990 a 1995). 
Foi lançado um novo catálogo da Edelbrock que oferecia uma nova linha de linha de cabeçotes, coletores de admissão, volantes, pistões e comando de válvulas para Fords, Mercurys e Lincolns. Também trazia uma inovação oferecendo peças de terceiros como Paul Scheifer, Ed Iskenderian, Harmon & Collins e Ed Winfield.
Até 1955 Edelbrock fazia peças apenas para linha Ford (Ford, Mercury e Lincoln), mas teve que se render a Chevrolet com a chegada e sucesso do seu novo motor Small-Block (conhecido como Gen I). 
Vic Edelbrock Jr.
Após alguma experimentação e alguns recordes, para variar, em 1958 foi lançada uma linha de coletores para motores Pontiac e também para Chrysler. 
Neste ano Vic Edelbrock Jr. se formou em Administração pela USC, Jr. estava cada vez mais atuante no controle da empresa.
Infelizmente, em 1962, Victor Edelbrock Sr. faleceu em decorrência de um câncer com apenas 49 anos de idade, ele deixou a controle da empresa com dez leais funcionários e, na época, as vendas anuais giravam em torno de US$450.000,00, que eram valores bem "interessantes" para a época. 
Rapidamente o controle da empresa passou de vez para o filho de Vic Sr., Vic Edelbrock Jr. que tinha apenas 26 anos de idade na época.
Mas tem mais, aqui finalizamos esta bela história...

01/03/2019

Hot Symphony - Alfa Romeo T33/3

Já que estamos no período de Carnaval e a Alfa está "retornando" para a F1 (vamos fingir que é de verdade), vamos ouvir um pouco de música de primeira qualidade...
... essa som é nota 10 e o carro é lindo também!

19/02/2019

Cascos - Lap 2 (França)

Falamos aqui um pouco sobre a história dos capacetes, voltamos ao tema até como uma forma de homenagem aos grande ídolos das pistas.
Tempos bons aqueles que a molecada competia para saber quem reconhecia mais pilotos pela pintura do capacete...😔😔
Como vivemos o tempo das superficialidades isso está mais difícil, afinal hoje em dia tem piloto que troca a pintura do capacete mais vezes do que troca de cueca.
Neste post vamos lembrar dos capacetes de alguns dos grandes pilotos Franceses, principalmente das décadas de 1970 e 1980 (Depois seguimos com os Italianos)...
Jacques Lafitte
Jean-Pierre Jarier
Jean-Pierre Jabouille
Henri Pescarolo  
François Cevert
  
Didier Pironi
Olivier Panis
Patrick Depailler
Rene Arnoux
Jean Alesi
Patrick Tambay

15/02/2019

What´s your name? Lentoster...

Mais um post para a série de carros e os seus apelidos, neste caso nem dá para dizer que seja injustiça.😜😜
Em 2011 a Hyundai trouxe um novo carro para o Brasil, o Veloster, inicialmente o modelo causou uma boa expectativa por causa do estilo agressivo, três portas e um "suposto" desempenho esportivo.
Foi divulgado que o motor 1.6, 16V de 4 cilindros entregaria 140 CV, mas não era preciso acelerar muito para perceber que de veloz o carro não tinha nada.
Pouco depois veio a verdade. A versão disponível no Brasil, na realidade, compartilhava o mesmo motor do HB20 com apenas 128 CV!
A situação virou uma tremenda dor de cabeça para a fabricante porque, além de acabar com a imagem do carro, o caso virou briga judicial com os proprietários (um exemplo).
Nem é preciso dizer que em termos de mercado foi o fim, o desempenho tosco alimentou a imaginação popular e logo surgiram alguns "apelidos"; vagaroster, lerdoster, moloster e o principal que pegou mesmo LENTOSTER...
Em 2017 houve uma tentativa de relançamento do carro com motor mais digno, mas isso nem vem ao caso.