10/02/2020

Mille Miglia (Parte 1)

Mille Miglia 1927
Aqui no blog já falamos sobre famosas (e perigosas) corridas de rua, Targa Florio, Vanderbuilt Cup e a Carrera Panamericana, faltava contar um pouco daquela que, talvez, tenha sido a mais icônica prova de estradas: Mille Miglia.
Essa história, na verdade, começa como uma boa "vendetta" bem a italiana...
No começo do século 20 a cidade de Brescia se considerava o berço do automobilismo italiano, motivo de orgulho para seus cidadãos, mas em 1922 eles ficaram chocados quando o GP da Itália foi transferido para Milão, por conta de uma nova pista chamada "Autodromo Nazionale Monza" 😏😏 que seria administrada pelo "Automobile Club de Milano" clube rival de Brescia e, para piorar, o GP começou a ser dominado por marcas estrangeiras.
Nuvolari e o Alfa Romeo 6C
Decididos a recuperar o orgulho ferido da cidade, o Conde Aymo Maggi, Giovanni Canestrini (reporter automobilístico), Conde Franco Mazzotti e Renzo Castagneto decidiram criar um novo evento automobilístico...
Para eles construir um novo autódromo seria copiar os rivais de Milão, então idealizaram uma nova e grandiosa corrida de estrada. A corrida começava em Brescia, passava por Roma e terminaria em Brescia (Brescia-Roma-Brescia), a distância seria de aproximadamente 1.600 quilômetros, ou mil milhas romanas, assim nasceu a Mille Miglia.
Inicialmente a prova foi restrita aos carros de produção não modificados, a taxa de inscrição era 1 lira, a primeira edição da prova ocorreu em 26 de março de 1927 com 77 carros (todos Italianos) e o vencedor foi Giuseppe Morandi com um OM de 2 litros, ele completou o percurso em 21 horas e 5 minutos, com a média de quase 78 km/h (48 mph).
Caracciola e o SSKL
O "Ás" Tazio Nuvolari venceu a edição de 1930 ao volante de um Alfa Romeo 6C, mas conta-se uma história inusitada, Nuvolari venceu seu companheiro de equipe Achille Varzi se aproximando a noite com os faróis apagados. 
A edição seguinte de 1931 marcou a vitória do primeiro piloto estrangeiro na prova, quando o alemão Rudolf Caracciola com um Mercedes-Benz SSKL venceu, também foi a primeira vez que a média ficou acima de 100 km/h (63 mph).
Porém, infelizmente, nem tudo era uma festa do esporte a motor. Como em outras corridas de estradas a Mille Miglia teve muitos e graves acidentes, a velocidade crescia e também a repercussão negativa junto a imprensa e o público em geral, tanto que o líder italiano Benito Mussolini decidiu proibir a prova em 1938. 
Após algum lobby e promessas de melhorar a organização, a corrida retornou em 1940 e neste ano tivemos uma estreia importante; o primeiro carro construído por Enzo Ferrari, o tipo 815 da AAC (Auto Avio Costruzioni).
Mas, logo veio a segunda a segunda Guerra Mundial e a prova foi interrompida de novo até 1947... (assunto para estes post).
A primeira "Ferrari"; o 815 da AAC

05/02/2020

What´s your nickname? O ESCOCÊS VOADOR

Sei lá, tanta discussão (inútil) sobre quem é o melhor da F1; Schumacher, Hamilton, Senna, Fangio, Prost...
Para mim "o cara" é esse cara, James Clark Jr., nascido em 4 de março de 1936 em Kilmany, Escócia, daí o apelido até certo ponto nada original; O escocês voador.
Obviamente nunca o vi correr, mas pelo que já pesquisei e vi depoimentos de outros pilotos parece mesmo que Jim Clark era de outra dimensão, isso numa época que a concorrência era de caras como Phil Hill, John Surtess, Stirling Moss, Graham Hill, Jack Brabham, Denny Hulme, ou seja, a conversa era em outro nível...
Números de Jim Clark na F1
Temporadas: 1960–1968 (68 incompleta)
Títulos:  2 (1963 e 1965)
GP's disputados:  73
Vitórias:  25 (34% dos GP's disputados)
Pódios:  32 (43% dos GP's disputados)
Pole positions:  33 (45% dos GP's disputados)

20/01/2020

Carros Feios (Parte 3)

Depois de 2 posts (aqui e aqui), mais três modelos "sui generis" de carros que não causam muitos suspiros ao passarem pelas ruas;
7) Subaru Impreza Casa Blanca
Pegando a onda de carros retrô que invadiu o mercado americano na década de 1990 (New Beetle, PT Cruiser, Chrysler Prowler, etc), a Subaru teve a ideia "genial" de oferecer uma edição limitada do Impreza Sports Wagon, chamado de Casa Blanca!
O modelo foi fabricado entre 1999 e 2000 e teve 5.000 unidade produzidas, nem precisa dizer porque só isso, aliás, dizem a inspiração veio dos Rolls Royce e Bentley´s ingleses.
Na boa, não sei se a justificativa não é pior do que o produto final!!!
8) AMC Pacer
Típico exemplo de um carro feio, mas tão feio, que até fica simpático...
O Pacer foi um modelo compacto da American Motors Corporation, de duas portas, fabricado entre 1975 até 1979.
Tinha um estilo bem diferente para a época, o curioso era que 37% da área da carroceira era vidro. Na edição de maio de 1976, a revista Car and Driver o apelidou de "The Flying Fishbowl", algo como "aquário voador" em tradução livre.
Pelo seu tamanho e motorização o Pacer poderia ter vendido muito, aproveitando a época da crise de petróleo quando foi lançado, mas digamos que o "estilo" não ajudou muito.
9) Toyota Corolla (1998)
O Corolla começou a ser fabricado no Brasil em 1998, na então nova fábrica da Toyota em Indaiatuba, em São Paulo. 
Seria a 8a geração do modelo, mas não sei bem porque os carros fabricados nesse ano de estreia foram de um modelo "diferente", e pelo que nos consta exclusivo do Brasil.
A grade dianteira rapidamente passou a ser associada pelos consumidores a uma grade de churrasqueira! Pudera!
Agora, não sei o que dizer dos 1.981 predestinados que compraram um modelo destes...
Gostaram? Em breve a quarta parte desta saga... 

18/01/2020

Art Himsl

Aqui neste Blog adoramos reverenciar os grandes ícones da Kultura Kustom e da customização de carros e motos, nomes como Ed Roth, Gene Winfield, Vic Edelbrock, Barney Navarro,  Dean Moon e outros, por isso chegou a vez de falarmos de Art Himsl, um dos maiores quando se fala de pintura customizada.
Nascido em 21 de março de 1940 em Saint Cloud, Minnesota, o pai de Art era agente do FBI, em 1946 decidiu deixar a agência. Ele pegou a família (esposa e 4 filhos) e mudaram-se para San Diego, depois em 1949 mudaram-se novamente para Concord, vivendo um bom tempo na casa de parentes até se estabelecerem de vez.
Nessa época, com apenas 10 anos, Art já começou a pintar carros iniciando com um Ford 1936, aos 13 anos ele já comprava o seu primeiro carro onde testava novas técnicas de pintura. 
Começou usando um pulverizador de insetos para jardim, óbvio que não funcionou tão bem e depois partiu para as latas de spray, mas quando usou 13 latas de tinta para fazer apenas um para-choque, Art decidiu que deveria comprar uma pistola e um compressor.
Naturalmente, Art tinha um grande talento natural e ideias criativas, mas cansado de tentativas e erros decidiu entrar para a Faculdade de Artes e Ofícios da Califórnia, em Oakland, foi onde ele aprimorou seus conhecimentos sobre teoria das cores, escultura, desenho, pintura e design. 
Foi nessa escola também que Art conheceu Ellen, que também era artista, e que acabou sendo a sua primeira e única esposa.
Aos 23 anos Art decidiu largar os estudos para trabalhar e abrir sua própria loja, a primeira funcionou em sua garagem, em 1963. 
Art conseguiu um emprego na Aerojet em San Ramon, Califórnia, durante o dia ele trabalhava pintando foguetes por US$3,75 a hora e a noite praticava sua verdadeira paixão, pintando carros em sua casa/garagem.
Naquele ano o seu irmão mais novo, Mickey, construiu um Ford T e Art pintou o carro, com flocos de metal violeta, colocaram um estofamento branco e o carro fez muito sucesso,  sendo até capa da revista Rod & Custom da edição de junho de 1963. 
No ano de 1965, Art decidiu investir para valer na sua oficina, aliás a oficina era tão pequena que não cabia nem um Cadillac. Junto com seu parceiro Ned Stilinovich abriram uma nova loja no centro de Concord em 1968, a esposa Ellen também ajudava no projetos, aplicando caricaturas e fotos pintadas à mão.
Naquela época eles já começavam a colecionar prêmios em diversos eventos e shows, em 1970 o trabalho de Art chamou a atenção do famoso customizador Andy Brizio, Andy o contratou para pintar o seu próximo projeto: um C-Cab de John Bonham, baterista do Led Zeppelin, mais tarde o carro apareceu no filme "The Song Remains the Same". 
Nessa época Art também se aventurou a pintar barcos de corrida (hydro boats) de até 40 pés, bem maiores e mais complexos do que pintar carros.
O sucesso, principalmente com a pintura customizada de vans, trouxe um bom dinheiro para Art e seus parceiros, tanto que 21 anos depois ele conseguiu comprar de volta a “Old Himsl House”, a casa onde sua família morou com seus tios em 1949 quando  mudaram-se de San Diego para Concord. Art e sua família vivem nessa mesma casa até hoje!
Com o passar dos anos Art ficou entediado com a rotina de negócios, foi quando ele decidiu fechar a loja em 1985, mas em 1988 Art foi procurado novamente por Andy Brizio para fazer um trabalho especial numa van, isso reacendeu a motivação e ele voltou a praticar sua paixão 🙏🙏.
Durante a década de 1990 foi Art Himsl quem fez quase todos os trabalhos de Andy e seu filho, Roy Brizio, em 1995 ele venceu o prêmio "Builder of the Year" do Grand National Roadster Show.
Atualmente, aos 80 anos, Art continua na ativa, mas aceita apenas projetos selecionados, ah, e com hora marcada! 
Torcemos para que ele continue fazendo estes trabalhos fantásticos por muitos anos.😎😎😎
Se quiser saber (ou ver) mais, visite o seu site e veja alguns dos seus projetos sensacionais em 40 anos de carreira.

07/01/2020

What´s your nickname? THE INTIMIDATOR

Ralph Dale Earnhardt Sr., 29 de abril de 1951 - 18 de fevereiro de 2001, nos deixou muito cedo, com apenas 49 anos. Vítima de um acidente fatal durante a disputa da Daytona 500 de 2001, Dale Earnhardt participou na "Winston Cup Series", a principal divisão da NASCAR, e teve números impressionantes; 
676 largadas
76 vitórias
428 vezes no "top 10"
22 poles
Campeão da Winston Cup 7 vezes (1980, 1986, 1987, 1990, 1991, 1993, 1994).
Campeão da IROC 4 vezes (1990, 1995, 1999 e 2000).
Ou, resumidamente, o cara era mesmo uma fera! 
A sua marca registrada como piloto era a tocada "agressiva", alguns adversários que o digam, ao ponto deste estilo lhe trazer apelidos como "Ironhead" e "The Man in Black", e o apelido pelo qual foi imortalizado: "The Intimidator".