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30/08/2021

George Barris (Parte 1)

Aqui no Blog adoramos falar dos ícones do mundo da customização (Ed Roth, Alexander Brothers, Bill Hines, Gene Winfield, Dick Dean, Dean Jeffries, Kenny Howard e tantos outros), 
mas faltava falar daquele que, talvez, tenha ido mais longe neste universo...
Em 20 de novembro de 1925, em Chicago, Illinois, nascia Geoge Salpatas, filho de uma família de imigrantes gregos. A mãe de George morreu quando ele tinha 3 anos, então seu pai decidiu manda-lo junto com o irmão Sam para viver com os tios em Roseville, Califórnia.
Com apenas 7 anos George começou a fazer modelos de carros e aviões com madeira de balsa, aos 9 já tinha vencido vários concursos patrocinados por lojas de hobby da região. Os irmãos Barris sempre tiveram interesse por artes plásticas, com apoio da família chegaram a fazer sucesso em apresentações de canto em teatros e em rádios locais.
Apesar do sucesso precoce nunca deixar de ajudar no negócio familiar, um restaurante grego. Em 1938 quando os irmãos chegaram ao ensino médio conseguiram o primeiro carro, um Buick 1925, que foi um reconhecimento dos tios ao trabalho dos irmãos.
Não demorou, porém, para eles promoverem algumas "mudanças" no carro, George modificou os para-lamas e Sam pintou o carro de laranja e azul com listras diagonais de várias cores. Sem eles planejarem este foi o primeiro carro personalizado da "Barris Kustoms"
No mesmo ano eles decidiram vender o Buick customizado e investir em outro carro, um Ford Model A Cabriolet 1929. O carro recebeu uma nova pintura e vários acessórios, depois veio um Ford Roadster 1932 e não pararam mais. 
Com o interesse (e talento) pela customização aumentando, os irmãos criaram um clube para proprietários de veículos personalizados, o "Kustoms Car Club". George também frequentava a Brown's Body Shop, um loja em Roseville onde assumia pequenos trabalhos sob a mentoria de Harry Westergard.
Em 1942 a WWII chegava ao auge e os irmãos Barris decidiram largar o trabalho para se alistaram no Exército, Sam foi aceito e George recusado. 
Desapontado, George tentou a marinha mercante e aos 18 anos se mudou para Los Angeles aguardando ser designado para um navio e, porque não, ficar mais perto das "cultura dos carros". 
Ele nunca chegou a ser designado para um navio... sorte nossa!
Neste período George trabalhava na "Jones's Body, Fender & Paint Shop", ele não estava feliz porque era uma oficina de reparos e não de customização, por isso decidiu abrir a sua própria loja no final de 1944 na Imperial Highway, Bell, Califórnia. 
Bob Hirohata
Com o final da guerra, após ser dispensado, Sam Barris se uniu novamente ao irmão para criarem novos projetos de customização, com esses trabalhos em 1946 criaram a "Barris Kustoms".
O trabalho Barris Kustoms logo atraiu a atenção de clientes da indústria cinematográfica, eles foram contratados para desenvolver diversos projetos para executivos, estrelas de cinema e para utilização nos filmes. 
Também nesta época se tornaram amigos de Robert E. Petersen, fundador das revistas Hot Rod e Motor Trend e, mais tarde, do Petersen Auto Museum. 
Em janeiro de 1948 os irmãos Barris venceram o seu primeiro "Hot Rod Exposition Show" no National Guard Armory em Los Angeles, o prêmio foi fundamental para consolidar a Barris Kustoms e possibilitar a ampliação dos negócios para novas instalações na Avenida Compton, 7674.
Em agosto de 1951, George foi estudar design automotivo na Europa, visitando Itália, Alemanha e França. Neste mesmo ano um cliente viu um Mercury customizado (carro pessoal de George) e encomendou algo parecido, o projeto ficou conhecido como "Bob Hirohata's 1951 Mercury" sendo mostrado no salão GM Motorama em 1952, onde ofuscou a concorrência. 
Ala Kart
Depois veio a pickup Ford Model A 1929 chamada "Ala Kart" vencedora do AMBR (America's Most Beautiful Roadster) por duas vezes, além de diversas aparições em filmes no cinema e televisão. 
Sam Barris decidiu deixar o negócio de customização em 1956, pois sentia que deveria se dedicar mais a sua família. George seguiu determinado, se casou em 1958 com Shirley Nahas, que teve participação fundamental na promoção da empresa, agora chamada de Barris Kustom Industries, e na organização de exposições pelo país.
Tal qual outros customizadores de sucesso na década de 1950, George começou a licenciar seus projetos para fabricantes de miniaturas e brinquedos como Aurora, Revell, MPC e AMT, consolidando o nome Barris por todos os cantos dos Estados Unidos. A pickup Ala Kart foi um dos kits mais populares da AMT na época.
A esta altura, George Barris já era considerado uma celebridade. Na 12ª edição anual do National Roadster Show, realizada de 22 a 28 de fevereiro de 1960, foi criado o "hall da fama do Roadster" dedicado aos melhores da customização e construção de carros personalizados. Os primeiros indicados foram; Joe Bailon,
Ezra Ehrhardt, Romeo Palamides, Gordon Vann, Harold Casaurang, Robert E. Petersen, Wally Parks, Walt Moron e, obviamente, George Barris. 
Juntamente com outros ícones da personalização (Gene Winfield, Dean Jeffries e os Alexander Brothers) George foi corresponsável pelos carros de produção para "Custom Car Caravan" e "Lincoln & Mercury's Caravan of Stars", que foram exposições itinerantes organizadas pela Ford para atrair compradores mais jovens e apresentar futuros conceitos.
Apesar de todo esse sucesso em exposições e com seus projetos de customizações, foi no cinema que George Barris virou lenda. 
Como? Contaremos em Breve.

10/03/2021

The Alexander Brothers

Os irmãos Larry (22/02/1931 - 25/08/2010) e Mike Alexander (29/08/1933 - 18/07/2014) nasceram e cresceram em Detroit, interessante porque foram poucos os customizadores pioneiros que não eram da Califórnia. 
Em 1948 o irmão mais velho, Larry, entrou para o Exército e em 1952 Mike seguiu o mesmo caminho. 
Após a sua baixa em 1954, Mike seguiu o mesmo caminho do irmão indo foi estudar funilaria e teoria da pintura com G.I. Bill na Wolverine Trade School.
Depois de finalizarem seus estudos os irmãos começaram a trabalhar na garagem do pai depois do expediente, onde afinavam suas habilidades em serviços especiais de carroceria e pintura. 
Mais tarde, Larry comprou uma casa para sua família em Brightmoor, Detroit, lá montaram uma nova garagem, um pouco maior, mas ainda não conseguiam renda para poder largar os seus empregos em tempo integral.
Somente em 1957, com os negócios prosperando, eles decidiram trabalhar no ramo de customização em tempo integral, abrindo a "Alexander Brothers Custom Shop" em Northwestern Highway, perto de Evergreen Road em Detroit.
Em 1958, Mike e Larry customizaram uma picape Ford Modelo A 1931 chamada de "Grasshopper", o projeto ganhou o troféu de melhor pintura no "Detroit Autorama" e começou a chamar a atenção para o trabalho da dupla.
O problema, naquela altura, era conseguir publicidade nas revistas da Costa Oeste, mas isso mudou quando conheceram George Barris, foi um encontro até por acaso. 
Barris também estava estava participando do Detroit Autorama, com o seu XPAK 400, e teve um problema no carro, Barris foi até a oficina dos irmãos para consertá-lo e ficou impressionado com o trabalho deles.
Grasshopper
Em 1959 o "Silver Sapphire", um Ford Coupe 1932 customizado por George Barris junto com os irmãos Alexander foi capa do álbum "Little Deuce Coupe" dos Beach Boys e ajudou a consolidar definitivamente o trabalho de Larry e Mike.
Os irmãos Alexander definiam seu estilo como "limpo e organizado", Mike explicou numa entrevista para o The Rodders Journal que eles chegavam a rejeitar clientes que insistiam em mudanças "erradas". 
O interior de seus carros também era destaque, muitos foram feitos pelo mago dos interiores Ray Kulakowski, que chegou a ter uma área de trabalho própria dentro da oficina dos irmãos Alexander.
The Little Deuce Coupe (na capa do disco)
No começo da década de 1960 os irmãos abriram uma segunda loja em Littlefield, Detroit, pouco depois chegaram a uma terceira loja em Schoolcraft Road. 
Em 1962, Larry e Mike já tinham feito trabalhos com pesos pesados como Harry Bradley (designer da GM), Bill Cushenbery, Gene Winfield, George Barris, Dean Jeffries, Ak Miller entre outros. 
Além disso, tiveram o reconhecimento das próprias fábricas; GM e Chrysler e da Ford que geravam muitas encomendas, no caso da Ford desenvolveram uma linha completa de itens acessórios Mustang, incluindo até uma lâmpada Alexander Bros Mustang GT.
Em 1964 Mike e Larry Alexander realizaram um projeto para Harry Bentley Bradley, a construção levou três anos e foi revelada no Detroit Autorama em 1967; o Dodge DEORA, um ícone da customização. 
A base foi uma pick-up Dodge A100 1965, com esse carro os irmãos Alexander ganharam nove prêmios em exposições nacionais, incluindo o Don Ridler Memorial Award. O sucesso foi tanto que a Dodge colocou o caro em uma turnê e depois acabou virando um protótipo de um carro Hot Wheels e também um kit de modelo plástico Revell em 1968. 
DEORA
Ainda em 1968, alegando estar cansado dos anos de trabalho pesado, Larry decidiu aceitar um emprego na Ford, indo trabalhar no departamento de engenharia de carroceria. 
Mike manteve a loja funcionando com a ajuda de Ken Yanez, mas os irmãos ainda tiveram tempo de um ultimo projeto, um Ford Modelo T 1923 chamado de Banana Top, que deu a eles o terceiro prêmio Don Ridler Memorial em 1969.
Nessa mesmo ano, o prédio da "Alexander Brothers" foi demolido para dar lugar a uma rodovia, Mike então decidiu também aceitar um emprego na indústria automobilística de Detroit, sendo contratado por Larry Shinoda para dirigir o Kar Kraft Design Center. 
Depois em 1970, Mike foi transferido para a American Sunroof Corporation de Heinz Pretcher, onde ficou 25 anos na divisão Custom Craft Division.
Larry Alexander faleceu em Detroit, em 25 de agosto de 2010 aos 79 anos, Mike faleceu em 18 de julho de 2014 no Michigan. 
Estima-se que, entre 1957 a 1969, os irmãos Alexander criaram cerca de 60 carros personalizados que receberam dezenas de prêmios em exposições e concursos de design e customização.
O Deora original, para se ter uma ideia, foi vendido em leilão em 2009 por US$ 324.500,00!!

11/01/2019

Colours (1/2)

Para muitos entusiastas, um carro não é "customizado" de verdade sem uma pintura exclusiva...
Aqui não somos tão radicais assim, mas para estes "extremistas" isso quer dizer que não basta a cor ser diferente da original, a pintura terá que ter efeitos ou cores customizadas, o que normalmente só é conseguido através de técnicas especiais!!
Atualmente, temos varias opções para criar uma pintura customizada, mas ainda (ufa!) demanda muito talento e técnica, então dependendo de qual for a escolha haverá considerável aumento do custo da restauração ou personalização.
Mas, nem sempre foi assim...😕 
Sabemos que a indústria automobilística surgiu na virada do século XIX para o século XX, na época os automóveis eram pintados à mão com um pincel, exatamente como as carruagens e carroças. 
Nos anos 1900 as tintas usadas eram chamadas de "esmalte índia", muito rudimentares pelo tempo necessário para secagem, dificuldade de aplicação e baixa durabilidade. 
Além disso tudo, basicamente, as opções de cores disponíveis eram; preto, marrom escuro e verde escuro.
Por volta dos anos 1920 ocorreu uma pequena revolução com o aparecimento dos esmaltes de nitrocelulose, estes secavam muito mais rápido e podiam ser pulverizadas em vez de aplicadas por pinceis (escovação), as variações de cores também aumentou bastante.
Na década seguinte vieram os acabamentos brilhantes e tintas mais duráveis, o gosto do público também mudou e o "pretinho básico" e cores escuras foram perdendo espaço para tons mais claros, alegres e efeitos como as pinturas em "2 tons".

A evolução continua até hoje com as tintas ecologicamente corretas a base de água, que estão rapidamente substituindo os produtos a base de petróleo muito mais poluentes e tóxicos...
Mas chega de história, o  foco neste post são as técnicas (e artistas) de pintura personalizadas. 
Esta forma de "arte" nos carros se desenvolveu junto com os movimentos de customização, kultura kustom e hot rods, que ocorreu a partir do final dos anos 1930, principalmente nos EUA.
Aqui no blog já falamos de alguns destes artistas em outros posts; Ed Roth, Von Dutch, Dean Jeffries, entre outros. 
Antes de falar de técnicas, vale lembrar de 3 regrinhas importantes quando se fala de pintura customizada:
1) Faça testes antes de começar a pintar para valer;
Não existe uma receita pronta, então como prever qual será o verdadeiro resultado? 
Simples, testando!
Aqui vale esclarecer que os pintores experientes não confiam apenas em amostras de catálogo, sempre haverá uma diferença de tons. Isso ocorre porque a tonalidade real da tinta aplicada sofre variação conforme o ângulo de visão e, principalmente, da incidência de luz natural.
Mas atenção; não faça os testes direto no seu carro, comece fazendo testes em objetos para prova, óbvio!

2) Não esqueça de prever como será fazer retoques ou pequenos reparos;
Em um carro com pintura especial é complicado fazer um retoque ou uma repintura parcial, isso se for possível...
Muitas vezes para reparar um risco ou uma pequena batida será necessário pintar a peça toda, quando não o veículo inteiro, do contrário a área repintada ficará com manchas ou diferenças gritantes dos tons.
Combine a técnica de pintura escolhida com o uso final do carro, se for um carro de uso constante existirá muito mais probabilidade de pequenos riscos ou batidas.
Outra boa prática é guardar um pouco da tinta original, mesmo sendo difícil manter a tinta por muito tempo sem estragar.
3) Gosto não se discute! 
Dizem que no máximo se lamenta 😄😄... 
O fato é que mesmo que o orçamento disponível for ilimitado, não haverá certeza de sucesso. Então, é melhor ir com calma na imaginação!
As principais técnicas de pinturas estão citadas na segunda parte deste post...

01/10/2018

Bill Hines "The Leadslinger"

William Chandler Hines foi outro grande pioneiro, modificador e construtor de hot rods. Ele nasceu em Erie, Pensilvânia, em 23 de março de 1922, e tinha um irmão gêmeo, Edward Robert. 
A figura de Hines ficou famosa por sempre estar mastigando charutos “El Producto Puritanos Finos” enquanto trabalhava, também era lembrado pela sua aparência frágil, que na verdade enganava apenas aqueles que não conheciam sua história, pois o seu talento sempre esteve muito acima das aparências... 
Sua aparência fragilizada vinha dos graves problemas de nascença na coluna, que era tão curva que o obrigava a ficar inclinado para a frente. Hines teve uma infância muito difícil, passou dois anos no hospital de Erie, teve duas vértebras removidas para tentar amenizar a sua condição de locomoção. 
O seu drama só aumentou quando, aos 2 anos, seu pai, Edward Hines, morreu de tuberculose com apenas 36 anos de idade. 
Após a morte do seu pai Bill foi enviado para um "Sunshine Camp" por 7 meses, a sua mãe, Willie Jane Chandler, mudou-se para Detroit, Michigan, para tentar arrumar um emprego melhor, ela deixou os filhos com a avó materna em Jackson, Tennessee, até 1932 quando teve condição de levar os gêmeos para Detroit. 
Em Detroit, Bill cursou aulas de arte e logo se destacou, aos 14 anos construiu uma motoneta (afinal, não tinha dinheiro para comprar uma). O seu primeiro carro foi um Ford 1934 com motor V8 Flathead, Bill modificou o motor e usou o carro para correr contra qualquer um que o desafiasse.
Em 1941, Bill abandonou a escola e alugou uma garagem em Ecorse, Michigan, para abrir seu próprio posto de gasolina na rodovia Dix, em Lincoln Park. Bill montou uma oficina atrás do posto de gasolina para construir carros personalizados, modificava carrocerias e fazia pinturas especiais. 
Nesse ano ele apresentou o seu primeiro trabalho personalizado, um Buick conversível novinho que instalou “barbatanas”, o que viria a ser uma das suas marcas registradas. 
Bill trabalhou com Vick Sawitskas, gerente da concessionária Nash em Wyandotte, ele tinha um filho chamado Richard "Dick Dean" Sawitskas, Bill foi uma espécie de “mentor” de Dick Dean, ensinando a ele os segredos da customização com chumbo. 
Lil' Bat
Ao final da década de 1940, Bill já era reconhecido como um artista da pintura customizada e no começo da década seguinte conseguiu concretizar o seu sonho, abrindo sua própria “Custom Shop” em Lincoln Park. 
Um dos seus carros, chamado Golden Nugget, ganhou o troféu de primeiro lugar na categoria “Altered Street Roadster” no Detroit Autorama de 1958, um outro carro famoso, o “Lil' Bat”, recebeu reconhecimento nacional sendo capa da revista “Rod & Custom” na edição de março de 1959, na verdade era o carro pessoal de Bill que ele começou a construir em 1957.
Em abril de 1958, Bill decidiu mudar-se para a Califórnia, pegou o Li’l Bat, engatou um trailer e foi procurar por George Barris, mas Barris, Bill Carr e Dean Jeffries estavam em turnê pelo pais. 
Bill conheceu o gerente da oficina de Barris, Gene Simmons, que se impressionou com o seu carro e ofereceu trabalho. Bill pegou a sua caixa de ferramentas e começou no dia seguinte. 
George Barris, retornou 3 semanas depois e adorou o trabalho de Hines, Bill trabalhou na garagem de Barris por 9 meses e retornou para Detroit, nos dois anos seguintes construiu vários carros personalizados, utilizando técnicas e ideias que aprendeu ou aperfeiçoou na Califórnia.
Em outubro de 1960, Bill decidiu voltar ao sol da Califórnia e foi trabalhar para Barris novamente. No entanto, a experiência desta vez não durou muito, dizem que George pagava pouco, cerca de US$100,00 por semana. 
Hines, meio a contragosto de Barris, alugou uma garagem em Lynwood e abriu a “Bill Hines Kustom Auto”, mesmo assim o respeito de Barris pelo trabalho de Bill era tão grande que eles continuaram amigos. Bill continuou a fazer trabalhos para Barris sempre que este estivesse superlotado. 
A medida que novos materiais foram sendo introduzidos no mundo das customizações, como a fibra de vidro, muitos deixaram de usar o chumbo porque era um material custoso e trabalhoso, porém isso soava como um “pecado mortal” para Bill, tanto que ele continuou usando o material e por isso acabou recebendo o apelido de “Leadslinger”.
A oficina de Bill foi uma das primeiras a instalar sistemas de suspensão hidráulica, em 1962, ele chegou a ser chamado de "O Poderoso Chefão da Hidráulica".
Em 1983, Hines mudou sua loja para Bellflower e ficou por lá até 2015, quando se mudou para Garden Grove, Califórnia.
Na época, aos 94 anos, ele afirmou que ainda trabalhava trabalhava 7 dias por
semana e continuaria assim até a sua morte. No mesmo ano ele teve um leve ataque cardíaco, mas voltou ao trabalho 5 meses depois...😲 
Bill Hines faleceu dormindo, em 20 de maio de 2016, na sua casa, atualmente os seus netos, Matthew, Mitchell e Michael, dão continuidade a sua obra.
Ao longo de sua carreira, Bill Hines recebeu dezenas de prêmios e reconhecimentos, entre eles;
1988 Introduzido ao Hall da Fama da Costa Oeste de Kustoms.
1992 O “1941 Bat” nomeado "Carro Personalizado do Ano" pela Kustom Kemps of America.
1996 Nomeado “Construtor of the Year” pela International Car Show Association
1997 Introduzido ao “National Custom Car Hall of Fame” de Darryl Starbird.
2005 Construtor do ano no “Detroit Autorama”, aos 83 anos de idade!

22/12/2017

Kustom Kulture

A “Kustom Kulture” ou cultura custom (escrita com C ou K) é um movimento de múltiplas faces iniciado nos Estados Unidos, não houve uma data especifica, não houve um fundador, as coisas simplesmente começaram a acontecer ao longo da década de 1940... 
O termo é derivado das palavras “Custom” (personalizado) e “Culture” (cultura) ou, traduzindo ao pé da letra, a “cultura da personalização”. 
Na verdade, para definir e entender a Kustom Kulture temos que ter um olhar mais amplo porque é um movimento que aborda inúmeras tendências: arte visual (aerografia e pinstriping), carros, motos, moda, tatuagens e música, chegando a influenciar até no estilo de vida dos seus simpatizantes, tais como rockers e as pin-ups. 
A Kustom Kulture também influenciou ou originou inúmeros outros movimentos culturais e comportamentais, conhecidos como subculturas, alguns destes se tornaram independentes outros não, o interessante é que até hoje a cultura da customização vem se desenvolvendo e mudando, porém sem perder sua essência inicial.
Muita gente, principalmente no Brasil, associa indevidamente a Kustom Kulture apenas aos “hot rods”, de fato ambos estiveram sempre muito ligados, mas como dissemos a KK tem muito mais. 
O “hot roding” ganhou força na década de 1940, após crises financeiras e o final da segunda guerra mundial os jovens americanos tinham recursos financeiros e materiais escassos para curtir as suas paixões e reencontrar os seus propósitos. Na época os carros proporcionariam a desejada liberdade, então para driblar esta situação eles mesmos passaram a construíram e pilotar seus carros e motos. 
Também buscavam novas formas de se expressar através do jeito de ser vestir, no estilo de música e arte.
Falando em arte, na KK todos viravam “artistas” pintando e modificando suas maquinas de acordo com sua vontade e personalidade, tudo para externar a sua rebeldia contra o “status quo” da época. 
Talvez no fundo os jovens tentavam apenas reerguer suas vidas e afastar seus traumas do pós-guerra.
Falando dos carros, os “Hot Rods” normalmente eram modelos das décadas de 1920 a 1940, baratos e abundantes, modificados para correr, principalmente nos desertos de sal da Califórnia e nas praias dos sul da Flórida. 
As rodas eram trocadas por outras mais largas, os motores eram trocados por outros maiores ou preparados, a suspensão rebaixada, o visual era incrementado com tetos rebaixados e as pinturas customizadas usando novas técnicas como metalflake, candys e pinstriping (dependendo dos recursos do dono).
Acontecia algo semelhante com os amantes das motos, nesta época os modelos Harley-Davidson e Indian eram abundantes e baratas vendidas como sobras de guerra, seus donos (ex-soldados) retiravam todos os itens não essenciais deixando-as mais leves, com estilo despojado e agressivo, que ficou conhecido como “Bobber”. Podemos dizer que os “Motorcycle clubs” de hoje tiveram influências ligadas ao kustom Kulture, mas depois seguiram outros caminhos...
Ainda falando de motos, algo semelhante acontecia com outro movimento na Europa, em especial no Reino Unido, chamado “cafe racer”. Por lá os jovens modificavam as motos (normalmente das marcas Norton, BSA e Triumph) para tirar corridas entre os cafés.
Grandes artistas, do pincel e da mecânica, tiveram origem ou foram ligados ao Kustom Kulture, nomes como Kenny “Von Dutch” Howard, Ed “Big Daddy” Roth, Dick Dean, Gene Winfield, Indian Larry, Dean Jeffries, Robert Mitchun, George Barris e outros, o trabalho destes influenciou muito a indústria automobilística. A kustom kulture também acabou fomentando outros negócios, como empresas de autopeças de Dean Moon e Barney Navarro, e em outras áreas como a Von Dutch Originals, multinacional de roupas que nasceu da inspiração de Kenny Howard.
A partir da década de 1950 a kultura Kustom se aproximou da contracultura norte-americana defendendo princípios como liberdade, estilo, sexo e movimento. Também começaram a aparecer outros estilos de customização como o “lead sled”, “gassers” e os ”Lowriders”, estes usavam geralmente modelos Chevrolet Impala, instalando kits hidráulicos na suspensão para alterar a altura do carro, fez muito sucesso com as subculturas de latinos na periferia das grandes metrópoles americanas.
Na década de 1960 e 1970 tivemos os "mods" e "rockers", depois vieram os "skinheads", os "punks" e "heavy metal", nos anos 1980 o "rockabilly" e em 1990 o "psychobilly", com cada tribo sempre adicionando seus próprios ideais e padrões estéticos, fazendo da “Kustom Kulture” um espaço colaborativo em constante transformação.
Se no final da década de 1990 a “Kultura Kustom” parecia estar sendo gradativamente esquecida, nos últimos tempos está havendo um renascimento, ainda pouco explicado. 
Será que as pessoas se cansaram de estar cada vez mais atreladas a questões materiais e de cultura de massa?
Não é nossa pretensão fazer um estudo social, o que importa é poder curtir o caráter e a essência da cultura “Kustom”; ser homogêneo e heterogêneo, abrigando em harmonia uma grande diferença de estilos e atitudes. 

02/09/2017

Dick Dean

Vamos falar de mais um importante designer e customizador do mundo Hot Rod; Richard Dean Sawitskas, ou simplesmente Dick Dean. Nasceu em 9 de fevereiro de 1933 em Wyandotte, Michigan, estudou desenho na “Theodore Roosevelt High School” e tinha como "grande" sonho de vida ser um modelista na Ford.
Seu pai, Vick Sawitskas, tinha uma revenda Nash onde Dick trabalhava e aprendeu as técnicas de funilaria, o trabalho também lhe trouxe muita frustração porque Dick acreditava que não existia nenhuma “liberdade criativa”. Aos 16 anos, em 1949, Dick comprou um Hupmobile 1941 por US$25,00, seu pai então o deixou modificar o carro como quis, ele trabalhou no carro por 2 anos até finaliza-lo. Para aumentar o seu rendimento ele fazia trabalhos extras de “pin striping” e rebaixava tetos, na época essas formas de customização ainda eram novidade e poucos dominavam tais técnicas. 
Após terminar o ensino médio mudou-se para Pasadena, Califórnia, para estudar no “Art Center College of Design” com o famoso designer automotivo Strother MacMinn.
Como muitos na sua idade seguiu a carreira militar, entrou na Força Aérea e serviu na guerra da Korea como operador de rádio. Em 1954, casou-se com Jeanne Schrader que conheceu durante o ensino médio.
Retornou para o Michigan após deixar a força aérea em 1956, trabalhou numa usina de aço até alugar um pequeno imóvel onde começou a personalizar carros por conta própria, a South End Kustoms. Manteve o negócio com muito custo até conhecer George Barris no Detroit Autorama de 1959.
Dean apresentou um Ford Hardtop, laranja e branco, 1957 chamado de “Orange Peel”, Barris adorou o carro e ofereceu um emprego para Dean na sua oficina em Los Angeles. Assim, em 1960, Dick Dean começou a trabalhar com George Barris com um salário de US$ 175,00 por semana.
Dragula
Em Los Angeles, Dean construiu a mais variada gama de veículos; dragsters, carros para estabelecer recordes de velocidade (como o “Goldenrod” e “Challenger” para Mickey Thompson), carros customizados, etc. Ele também trabalhou para Jack Ryan, da Mattel, por vários anos projetando miniaturas como ​​como "Blaze the Wonder Horse", “V-RROOM!” e o triciclo “X-15”.
Com George Barris construíram carros notáveis como o “Surf Woody” (projetado por Tom Daniel), X-PAK 400 e carros para a televisão e o cinema como “Munster Koach” e “Dragula” para o seriado “The Munsters” e carros para “Beverly Hillbillies” e “Mannix”.
Em 1966 ele trabalhou com outro gênio, Dean Jeffries, em vários carros de TV como o “Black Beauty” para o Besouro Verde e o “Monkeemobile” para seriado “The Monkees”.
SHALAKO
No final da década de 1960 Dick customizou muitos bugies com carrocerias de fibra de vidro (em especial Meyers Manx) e chassis VW com mecânica a ar, até que em 1968 criou o seu próprio modelo de produção, o Shalako. O Shalako foi capa de 7 revistas nacionais de carros, tinha portas de asa de gaivota e um para-brisa baixo e plano, depois foi criado um modelo chamado Shala-Vette, com nariz longo e portas convencionais.
Em 1985, Dean construiu a limusine mais longa do mundo com seu filho, Keith, o carro foi encomendado por Jay Ohrberg para uso promocional, o projeto foi construído em duas partes para poder ser despachado em contêineres para a Europa. O lado triste deste projeto foi que Dick sofreu um acidente e perdeu três pontas de dedos da mão esquerda, apesar disso ele continuou construindo outros carros e réplicas para Ohrberg.
Shala-Vete
Até a sua aposentadoria, em 2005, Dick Dean continuou construindo carros e trabalhou muitas vezes com Dean Jeffries, entre as suas criações podemos citar os carros da Death Race 2000 (1975), o Ford Explorer para Jurassic Park, o ECTO-1 de Ghostbusters e os carros do filme de James Bond “diamantes são eternos” o filme Flintstones. Muitos carros estão em exposição permanente no “Petersen Automotive Museum” em Los Angeles. 
Dick viveu com sua esposa Jeanne até a sua morte, em 10 de julho de 2008, deixou 6 filhos e muitos amigos como George Barris, Dean Jeffries, Gene Winfield e Bill Hines.
A sua oficina "South End Kustoms" continua em atividade sob a direção do seu Segundo filho Keith (Kid Dean). Ao longo de uma carreira de mais de 50 anos Dick Dean ficou conhecido como “sultan of chop” (algo como o sultão do corte), estima-se que tenha cortado mais de 1.000 carros, cerca de 400 destes foram Mercurys 1949 a 1951.
Entre os inúmeros prêmios e homenagens, ele foi indicado para 13 vezes para “Halls of Fame”, entre eles:
1963 - NHRA Rod & Custom Winter nationals Award of Excellence
1988 - Grand National Roadster Show Hall of Fame
1995 – Prêmio Theodore Roosevelt High School
1998 - Kustom Kemps of America Hall of Fame
1990 - AAAA Hall of Fame
2004 - San Francisco Rod, Custom, and Motorcycle Show Hall of Fame
2008 - Darryl Starbird's National Rod & Custom Car Hall of Fame

26/06/2016

Pinstriping

Para muitos o “Pinstriping” é apenas uma técnica de aplicação de tinta (ou outros materiais) em tiras finas para customização de carros, motocicletas e capacetes, para outros as tais linhas finas significam muito mais porque representam uma das principais marcas do movimento Hot Rod e da Kustom Kulture
A técnica hoje ainda é muito utilizada pelos adeptos de diferentes estilos de customização como “Chopper” e “Kustom”, na verdade o inicio do pinstriping vem de muito tempo antes... 
Existem evidências históricas que o pinstriping começou a ser usado no antigo Egito para adornar máscaras mortuárias e na decoração de tumbas, na época os pigmentos eram extraídos pela manipulação de ceras de abelhas com pigmentos naturais que eram aquecidos para extrair as cores. Com a descoberta das tintas de base oleosa e o invento do pincel as técnicas de aplicação foram se sofisticando.
No século XVI o "pinstripe" passou a ser utilizado em navios e carruagens chegando até a América através dos colonizadores europeus, com a popularização do automóvel no século XX as pinturas antes feitas em carroças naturalmente migraram para carrocerias de carros, motocicletas, barcos e caminhões.
Durante a segunda guerra mundial os americanos utilizam nos carros blindados e sobre tudo nos aviões, isso deu origem a outra forma de arte conhecida como “Noseart”, que eram pinturas de mulheres sensuais (as chamadas Pinups) feitas na região frontal dos aviões e normalmente acompanhadas do apelido do avião, também eram frequentes as marcações da quantidade de missões bem sucedidas e quantidade de aeronaves inimigas abatidas.
Nos anos 1950 o movimento Kustom Kulture se consolidava nos Estados Unidos, em especial na Califórnia, foi então que vários artistas pioneiros deste movimento passaram a utilizar as técnicas na decoração de veículos transformados; hot rods, Rats rods, Bobbers, Choppers, entre outros estilos de customização. 
Os principais nomes que tornarem-se mundialmente conhecidos como os pioneiros do pinstriping moderno foram Kenny “Von Dutch” Howard, Dennis "Gibb" Gibbish, Ed "Big Daddy" Roth e Dean Jeffries.
Destes, Kenny Howard é considerado o pioneiro dos pioneiros! Dizem que o seu primeiro trabalho foi na verdade um acidente, fruto de um momento de extrema irritação onde Howard começou a pintar no carro de um cliente vários traços sem formação, apenas para extravasar. O dono do carro adorou o resultado final e isso levou a nossos interessados, o resto é história.
Dean Jeffries
Como técnica de pintura, o "pinstriping" consiste na aplicação um grupo de filetes de tinta com a espessura mais fina possível, alguns artistas pregam que os filetes tenham a mesma espessura (cerca de 1 milímetro),  as aplicações são feitas linha a linha e criam formatos simétricos e “tribalados” com significados ou simplesmente para representar a arte de forma abstrata. É possível identificar padrões de estilo distintos entre os principais artistas do gênero, especialmente se for pintado à mão livre.
Além a pintura à mão livre é comum a utilização de um equipamento chamado “beugler”, que é um aplicador de tinta em forma de caneta.  A técnica também pode ser usada em conjunto com técnicas de aerografia, a indústria têxtil também utiliza o termo para tecidos e peças listadas.
Na atualidade existem diversos artistas considerados os melhores na técnica, principalmente nos Estados Unidos como Ron Beam, Bob Bond, Jimmy C, Coop, Alan Johnson, Steve Kafka, John Kosmoski e Mike Lavallee. 
O “pinstriping” atualmente ainda é bastante utilizado em decoração de carros, lanchas, motocicletas e capacetes e até em outras superfícies como pranchas de surf e até geladeiras. 
Sempre vale lembrar o que dizia Von Dutch: 
"Um Hot Rod somente será um Hot Rod se houver um pinstriping nele!".
Kenny Howard em ação!

13/09/2015

Arlen Ness

Já falamos de diversos ícones pioneiros das transformações em carros como Ed Roth e Dean Jeffries, apesar de que alguns destes terem se aventurado no mundo das motocicletas, faltava falar de alguém que sempre respirou 2 rodas: Arlen Ness.
Arlen Ness Daryl nasceu em na cidade de Moorhead, Minnesota, em 12 de julho de 1939, sua família mudou para San Leandro, Califórnia quando ele ainda estava cursando a sexta série e desde a juventude ele começou a customizar motocicletas.
Os seus trabalhos começaram em casa até ele montar a sua própria loja em Oakland, no início dos anos 1970. 
Untouchable
Ness se destacou criando um estilo único de design e técnicas inéditas de pintura nos seus projetos, ele também desenvolveu uma linha de peças personalizadas para motocicletas, um tipo de negócio ainda inovador na época.
Arlen Ness é considerado o criador do estilo "DIGGER" de personalização de motos.
Entre várias patentes suas, podemos citar o “big shot”, que é um sistema que permite alterar o sistema de injeção de combustível para personalizar o desempenho de uma motocicleta.
Ao longo de mais de 40 anos de carreira Ness passou a ser conhecido como "O Rei dos Choppers", não foi a todo, pois dezenas de vezes as suas motos foram destaque nas capas das principais publicações sobre motocicletas do planeta. 
Ness-Stalgia
O projeto pioneiro que trouxe fama para Arlen Ness foi uma Harley Knucklehead, ano 1947, chamada “Untouchable”. 
Entre inúmeros prêmios que recebeu, Ness foi eleito diversas vezes como o construtor do Ano, em 1992 recebeu a indicação ao “AMA Motorcycle Hall of Fame” e o “Achievement Awards”.
O melhor de tudo, para nós, é ele ter recebido todo esse reconhecimento ainda em vida! 
Em 2005, após mais de 30 anos no mesmo local, a Arlen Ness Motorcycles mudou-se para Dublin, Califórnia, onde também foi construído um museu que mostra mais de 40 motos customizadas, entre elas, encontramos projetos premiados como a “Untouchable”, o motor “Twin Two Bad”, a "Ness-Tique", "Blower bike", a "Ness-Stalgia" inspirado no Chevy 1957 e a incrível  "Mach Ness", uma motocicleta que utiliza um motor de helicóptero a jato. 
Mach Ness
A empresa também é uma concessionária autorizada para as marcas Victory Motorcycles e Indian.
O legado Arlen Ness vem sendo preservado em família, o seu filho, Cory Ness trabalhou com o pai por mais de 30 anos e atualmente cuida das operações e dos negócios da Arlen "Ness Enterprises", a empresa da família que continua a projetar, produzir e vender peças customizadas para motocicletas. 
Cory Ness, além de empresário, também é reconhecido como um grande construtor, em 2004 chegou a derrotar o pai em um episódio da série de TV  "Biker Build-Off", quase uma heresia!!!
Todo este talento familiar já está na terceira geração, o neto Zach Ness também tornou-se customizador. Zach começou a customizar motocicletas antes mesmo de terminar o ensino médio. 
Coisa de DNA!? Para a família Ness, talento e paixão por motocicletas customizadas parece ser hereditário.
Zach, Arlen e Cory Ness