06/12/2017

What´s your name? Zé do Caixão

Continuamos contando a origem de alguns apelidos carinhosos, outros nem tanto, de carros e motos chegando ao famoso Zé do Caixão!
A nossa história começa em 1968 quando a Volkswagen lançou o VW 1600, o carro era baseado em um modelo alemão de 1961 e foi o primeiro sedã 4 portas da marca no Brasil. 
A proposta era ser uma opção mais requintada e potente ao Fusca, buscando ocupar uma nova fatia do mercado.
Apesar do novo carro usar a tradicional base mecânica do motor a VW a ar (1.600 cm3, 50 CV e 135 km/h de velocidade máxima), o estilo era bem diferente com linhas retas, porta malas na frente como a Variant e quatro portas.
No interior o carro tinha três grandes alças junto ao teto que lembravam as alças de um caixão de defunto, junto com as linhas retas veio o infeliz apelido em alusão ao personagem de José Mojica Marins, o Zé do Caixão. 
Mojica era um jovem cineasta e ator de filmes de terror, ele criou o popular personagem em 1963. 
Além do estilo 4 portas ainda não ser o preferido do público da época, o apelido ajudou a empacar ainda mais as vendas, tanto que o carro saiu de linha em 1971 após apenas 24.475 unidades produzidas.
Esse é um bom exemplo de como um apelido impopular ajuda a comprometer a vida de um modelo, mesmo numa época que não existia redes sociais e internet.

03/12/2017

Advertising - RAV4

Será que vale tudo isso por um Toyota RAV4 ?
Veja o comercial lançado nos Estados Unidos em 2008 e tire suas conclusões...
   

02/12/2017

March Engineering (Round 3 - Final)


Chegamos a ultima parte da história da March.
A expectativa em torno da March na F1 não se confirmou novamente em 1989, a equipe passava por problemas financeiros e o controle das equipes de F1 e F3000 passaram para o empresário japonês Akira Akagi.
A March continuou com os seus projetos na F-Indy e nos esportes-protótipos, além de fechar novas parcerias em função do seu know-how em engenharia avançada e aerodinâmica. Na verdade, as novas parcerias deveriam trazer muito dinheiro para a equipe através de seu túnel de vento, mas foram um desastre. Problemas na instalação geraram resultados incorretos e muitas equipes que contrataram a March, entre elas a Lotus na F1, acabaram perdendo competividade.
A reputação da March ficou duramente abalada, somada a péssima situação econômica do final dos anos 1980 levou a equipe a fundir suas operações para continuar existindo, foi firmado um acordo com a antiga concorrente Ralt, a March cuidaria das parcerias da indústria e a Ralt da produção dos carros de corrida.
Nas temporadas de 1990 e 1991 os chassis March participaram da F1 sob o nome de Leyton House Racing de Akira Akagi. Utilizando motores Ilmor V10 o projeto parecia ter bom potencial, mas as empresas de Akagi se envolveram em escândalos financeiros que forçaram o final da equipe.
O espólio da Leyton House foi comprado por Ken Marrable que planejava retornar para a temporada de 1992 com um carro sob o nome March, porém a falta de recursos financeiros e os fracos resultados forçaram a equipe a abandonar a F1 no início da temporada de 1993, desde então de forma definitiva.
O grupo (March e Ralt) trocou de donos algumas vezes até Andrew Fitton e Steve Ward assumirem as empresas ainda na década de 1990, eles compraram os 30.000 desenhos de engenharia e direitos de design da March, incluindo os F1 da década de 1970 que atualmente são muito requisitados por historiadores.
A March Racing Organization Ltd fez uma última tentativa de competir na F1 na temporada de 2010, o projeto iria aproveitar o novo teto orçamentário (45 milhões de euros) previstos para a F1 que permitiria novas equipes menores. Os planos se mostraram uma total utopia, as instalações da March estavam inativas desde 1992 e seria necessário remontar uma nova fábrica e equipe em apenas oito meses antes do início da temporada.
Talvez a principal razão pela qual a March nunca tenha conquistado a F1 tenha sido mesmo o constante conflito de foco (e de recursos financeiros) entre a F1 e as demais categorias, de fato manter o constante desenvolvimento de um projeto na F1 e construir carros competitivos, baratos e confiáveis para outras categorias nunca foi um desafio simples, mesmo para uma equipe que conseguiu tantas vitórias e por tanto tempo, exceto na F1...
Principais pilotos da F1: Chris Amon, Jo Siffert, Niki Lauda, Ronnie Peterson, Vittorio Brambilla, Henri Pescarolo
Principais equipes (clientes) da F1: Tyrrell Racing, Frank Williams Racing Cars, Hesketh Racing, Williams F1.Resultados na F1: 207 largadas com equipe própria (2 vitórias, 2 Pole positions, 4 voltas mais rápidas) e 209 largadas com equipes clientes (3 vitórias, 5 pole positions, 7 voltas mais rápidas).
Designações de carros: A March normalmente utilizava um esquema simples para nomear seus carros; Três dígitos sendo que os dois primeiros correspondendo ao ano (69-91) e o terceiro (ou letra) a categoria, houve algumas pequenas exceções como os “XX5” de carros da Fórmula B / Atlantic, F5000 e alguns carros esportivos de 2 litros.
  • Fórmula 1: 701-781, 811-821, 871-881. Os carros subsequentes (CG891, CG901, CG911) adotaram o prefixo “CG” em homenagem a Cesare Gariboldi, gerente da equipe Leyton House March morto em um acidente rodoviário em 1989. Outras exceções: Em 1972 tivemos o 721, 721X e 721G (baseado em F2), em 1987 foi adotado o 87P / 87B que era um carro híbrido F1 / F3000.
  • Fórmula 2 (UK): 702-842
  • Fórmula 2 Japonesa: 85J e 86J.
  • Fórmula 3: 693-813.
  • Grupo Can-Am / Grupo 7: 707, 717, 817, 827, 847
  • Protótipos de esportes de 2 litros: 73S - 77S; Sports 2000 81S-84S
  • F-Indy, IndyCar / Champcar: 81C - 89C.
  • Formula Two – 702-842. Carros japoneses da F2 em 1985-86 foram designados 85J e 86J. Um 772P apareceu em 1977 baseado em um antigo chassis de Fórmula Atlantic.
  • Formula 3000: 85B - 89B
  • Formula 5000: 72A - 76A
  • Formula Atlantic: 73B - 79B
  • Formula Ford (UK): 708 - 718
  • Formula Ford (US): 709 - 719
  • Formula Renault – 75R
  • IMSA GTP/Group C: 80G - 87G, 88S, 92S.

20/11/2017

1% er

Quando falamos da trajetória de alguns dos mais notórios clubes de motocicletas americanos (Hells Angels, Bandidos, Outlaws e Pagans) no blog, também citamos algumas vezes a expressão “1% Motorcycle Clubs”...
Faltava explicar melhor este significado, vamos lá;
Até meados de 1940 nos EUA, os clubes de motos e carros normalmente iniciavam como uma associação entre amigos com interesses comuns; mecânica, passeios, corridas e, às vezes, algum tipo de transgressão ou baderna. 
Depois da segunda guerra mundial o comportamento destes clubes e associações mudou, passando a envolver aspectos sociais mais fortes.
Nesta época a sociedade americana tentava superar os traumas da guerra e retomar a vida social, mas muitos jovens soldados tinham dificuldades e os tais clubes serviam como um “acolhimento”. 
Logo, muitos clubes passaram a ser formados quase que apenas por ex-militares.
Por outro lado, as motocicletas eram muito acessíveis, mais baratas que os carros, disponíveis em grande oferta (refugos militares), em especial modelos da marca Harley Davidson.
Assim, foi natural os clubes de motocicleta (MC) ganharem impulso como "solução" ao tédio dos ex-militares, oferecendo a excitação e irmandade.
A quantidade de MCs foi crescendo e a baderna também, até que em 1947 ocorreu uma grande confusão envolvendo membros de MCs na cidade de Hollister, Califórnia, que acabou marcando profundamente a opinião pública americana (assunto explicado neste post).
Após os fatos de Hollister a A.M.A. (American Motorcycle Association) teve que dar uma resposta para a sociedade, eles emitiram uma forte declaração sustentando que 99% dos MCs eram formados por cidadãos direitos e não por foras da lei ou baderneiros, logicamente, os MC que não se enquadravam nesta declaração passaram a ser conhecidos como os  “1%” ou “1% er".
Nos dias de hoje os tais MC "1%" estão espalhados por todo o mundo, considerando tanto as sua sedes como os sub-clubes (conhecidos como "capítulos" ou "cartas"), apesar da longa lista de problemas com a lei, normalmente, são organizações legalizadas e que movimentam muito dinheiro com a venda de produtos licenciados. 
Esta situação para muitos é difícil de ser compreendida, coisas da sociedade globalizada!
Os MC "fora da lei" não evitam se identificar abertamente como "1%", normalmente usam o patch de "1%" nos seus símbolos ou no colete, também não ligam muito para a exposição negativa na mídia, talvez até gostem porque ajuda a moldar a “fama” do clube aumentando o medo no público e dos clubes rivais. 
A realidade, entretanto, é que nem todos os crimes e atos violentos são corretamente associados aos clubes, muitas vezes são atos de responsabilidade isolada de alguns membros. Mas, quem liga para isso???
E como ficam as autoridades no meio disso tudo?
Nos EUA, país de origem de quase todos os "1%", os MCs foram enquadrados no estatuto “RICO” (Racketeer Influenced and Corrupt Organizations Act), uma lei federal criada em 1970 que prevê penas pesadas para atos realizados como parte de uma organização criminosa. O objetivo principal deste estatuto foi tentar derrubar o poder da máfia, mas serviu bem para domar o poder dos MC fora da lei. 
Atualmente existe uma atenção especial com alguns clubes mais perigosos, conhecidos como “Big Four”, são eles: Hells Angels, Bandidos, Outlaws e Pagans.
Fora dos Estados Unidos a confusão é menor, mas também existem ações das autoridades contra os MC fora da lei, desde leis similares aos EUA até proibição do contato dos membros de um clube com outro.
Lista dos “MC 1% er” mais conhecidos:
Outlaws – Fundado em 1935, McCook, Illinois.
Hells Angels - Fundado em 17 de março de 1948, Fontana, Califórnia. O mais famoso MC pelo livro de Hunter S Thompson e pela “obra” de pessoas como Ralph “Sonny” Barger, fundador do capítulo de Oakland.
Gypsy Jokers - Fundado em 1956 na Califórnia.
Pagans - Fundado em 1959 em Maryland.
Bandidos -  Fundado em 4 de março de 1966, San Antonio, Texas.
Warlocks - MC fundado em 1967 na Flórida.
Mongols - Fundado em 1969, Montebello na Califórnia.
Quer saber mais sobre o assunto? http://www.onepercenterbikers.com/