09/08/2018

Feliz dias dos pais !!! (2)

Ano passado fizemos uma pequena homenagem aos pais "gearheads" e seus pimpolhos, decidimos repetir a dose neste ano...
Chase Elliot e Bill Elliot
Richard Petty e Lee Petty
Pedro Piquet e Nelson Piquet (*)
Chico Serra e Daniel Serra
Jean Alesi e Giuliano Alesi
Felipe Giaffone e Zeca Giaffone
Carlos Sainz Jr e Carlos "El matador" Sainz + Jos Verstappen e Max Verstappen
(*) Nelsão tem tanto filho correndo que teremos fotos para homenagear vários dias dos pais! 😀

03/08/2018

SO-CAL

Aqui neste Blog já falamos bastante, mas nunca o suficiente, sobre algumas histórias, marcas e pioneiros da cena Hot Rod, lembrando de alguns; Ed Roth, Dean Moon, Von Dutch, Barney Navarro, Rat Fink, Ed Iskenderian, entre outros... 😆😃
Agora vamos falar um pouco mais sobre uma das primeiras lojas especializadas no ramo, a SO-CAL Speed Shop.
Essa história começa na Califórnia (onde mais?), em 3 de março de 1946, quando o rodder Alex Xydias abriu sua loja que ficava na Olive Avenue, em Burbank, Califórnia.

Não por acaso, era o mesmo dia em que Alex dava baixa no serviço do Exército Americano, dizem que ele teve essa ideia meses antes quando estava de folga, assistindo uma corrida de rua em San Fernando Valley.
Diferente da maioria das outras “speed shops” que existiam da época, a So-Cal vendia somente peças e não oferecia serviços como mecânica e pintura,  mesmo assim o que atraia muitos clientes para a loja era a grande amizade deles com Alex. 
A mistura de negócios e amizade deu muito certo, logo muitos hot rods que rasgavam os desertos secos de Bonneville e El Mirage, quebrando muitos recordes, tinham estampados com o logo da “So-Cal” e isso atraia ainda mais clientes
Um dos primeiros recordes estabelecido por essa turma foi por um belle tank lakester, que atingiu 136 mph em 1948, esse carro com o logo da So-Cal foi capa da edição de janeiro de 1949 da revista “Hot Rod Magazine”.
No ano seguinte Alex e alguns amigos, entre eles Dean Batchelor, decidiram formar uma equipe própria, a SO-CAL Speed Shop.
O objetivo da equipe era construir hot rods para quebrar novos recordes, atraindo ainda mais a atenção do público e, por consequência, alavancar as vendas da empresa. 
Não demorou muito para o nome “So-CAL” tornar-se sinônimo de vencedores!!
Em 1952 os editores da Mechanix Illustrated elegeram a SO-CAL como a melhor equipe de corridas, na direção da equipe, além de Alex Xydias, passaram outros rodders pioneiros como Dave DeLangton, Bill Barker, Clyde Sturdy e Loren Miller.
O negócio de equipamentos de velocidade naturalmente mudou com o tempo, tanto que o motor flathead Ford que era uma especialidade da SO-CAL acabou sendo deixado de lado. Essas mudanças começaram a preocupar Alex com o futuro dos negócios da loja, além disso, Alex começou outro projeto pessoal; documentar os principais eventos automobilísticos no mundo.  
Assim, mesmo com toda a tradição, a SO-CAL Speed Shop não era exatamente uma grande empresa e passou a sofrer com a concorrência das empresas maiores. 
O cenário foi se complicando gradativamente até que, em 1961, Alex decidiu fechar as portas. A gota d’água para essa decisão foi o seu braço direito, Keith Baldwin, decidir sair da empresa.
Porém, a história felizmente não acaba aqui, Alex tinha outro grande amigo e rodder chamado Pete Chapouris...
Chapouris era dono da PC3g (The Pete Chapouris Group), uma das principais empresas de customizações e construção de hot rods do mundo e com clientes famosos como o guitarrista do ZZ Top Billy Gibbons e vencedora dos mais importantes concursos, como o “Pebble Beach Historic Concours d'Elegance”.
Em 21 de novembro de 1995, os dois amigos se uniram para “ressuscitar” A SO-CAL, na verdade o que ocorreu foi a PC3g mudar o seu nome para “So-Cal Speed Shop”, mas o que importava era que o mito seria ressuscitado!
Em 1997, Pete e Alex foram escolhidos entre as 100 pessoas mais influentes do setor de alta performance e entraram para o “Hall of fame” da revista Hot Rod. 
Infelizmente, em 6 de janeiro de 2017, Pete Chapouris faleceu aos 74 anos. 
Depois desta triste notícia houve muitas dúvidas da continuidade da SO-CAL sem Chapouris, mas a empresa logo emitiu um comunicado tranquilizando o mercado e se comprometendo a manter os sonhos de Chapouris mais vivos do que nunca.
Ao contrário de muitas empresas, a história e sucesso da SO-CAL Speed Shop não é feita apenas de negócios e finanças, é muito mais uma relação de amizades verdadeiras e de muito amor pela velocidade. 
Coisas que só acontecem no mundo hot rod....

02/08/2018

Lola Cars (Round 1)

A Lola Cars foi uma das maiores construtoras de carros de corrida em todos os tempos, sua história é muito rica, desenvolvendo carros esporte e fórmula para competir e vencer na Europa e nos Estados Unidos.
No final dos anos 1940 um arquiteto inglês chamado Eric Broadley, nascido em 22 de setembro de 1928 em Bromley, Eric trabalhava em Londres como inspetor de qualidade e aproveitava o seu tempo livre participando do clube de automóveis "750 Motor Club" (bom assunto para outro post), um clube que tinha uma turminha bacana entre os seus associados, tais como Frank Costin, Colin Chapman, Len Bailey, Brian Hart e Arthur Mallock...
Aos poucos Broadley assumiu sua paixão por motores e começou a construir seus próprios carros, o seu primeiro projeto chamado de “Broadley Special” foi finalizado em 1956, utilizando um Austin 7 como base. 
Lola Mk1
O “Broadley Special” fez sucesso vencendo vários eventos locais e nacionais, Broadley ficou empolgado e começou um novo projeto que chamou de “Lola Mk1”, o nome veio da canção "Whatever Lola Wants" criada por Richard Adler e Jerry Ross para Gwen Verdon. 
Chegaram algumas encomendas do Mk1 e em 1958 nascia de fato a “Lola Cars Ltd.”, a sede da empresa ficava em West Byfleet, Surrey, e até o ano de 1962 produziram 35 unidades do modelo MK1.
Em 1960 a Lola produziu o primeiro projeto de rodas abertas para a Fórmula Júnior, chamado de Mk2, que não chegou a ser dominante porque ainda usava motor dianteiro quando a tendência da Fórmula JR já era carros com motor traseiro ou central, ainda assim foram produzidas 42 unidades do MK2 até 1961 até ser lançado o MK3 com motor central. 
Logo os resultados da Lola começavam a incomodar os fabricantes tradicionais da Fórmula JR, Lotus e a Cooper.
Em 1962 a Lola decidiu se aventurar na F1, o Lola Mk.4 com motor Climax FWMV 1,5 litros foi o primeiro "Lola F1" a ser fornecido para equipes clientes. O projeto tinha algumas soluções inovadoras como suspensão dianteira usando os “wishbones” inferiores e links transversais superiores com braços radius, na traseira tinha links transversais superior e inferior e braço “radius”, basta dizer que estas soluções acabaram por virar padrão na F1 na década de 1970.
A estreia do Mk4 foi no GP da Holanda com a equipe “Bowmaker-Yeoman Racing” de Reg Parnell com os pilotos eram John Surtees e Roy Salvadori, John Surtees conseguiu a pole position logo na sua primeira corrida, eles marcaram pontos várias vezes e tiveram 2 pódios no ano, porém a esperada vitória no campeonato mundial de F1 não veio. 
Lola Mk4
No ano seguinte os resultados foram muito fracos, então a Lola decidiu abandonar a F1 e voltar seus esforços para carros esporte, Fórmula JR (Mk 5) e Fórmula 2, onde a Lola tornou-se a parceira oficial da BMW por vários campeonatos.
Um dos primeiros projetos de Broadley de carros esporte foi o cupê Lola Mk.6 equipado com um motor Ford V8 de 4, 2 litros, a Ford viu e gostou tanto que adquiriu o projeto para unificar os conceitos com outro projeto de Roy Lunn, o resultado foi um tal Ford GT40, em 1964. 
Por outro lado, o acordo com a Ford “amarrou” a construção de carros esporte da Lola por 2 anos, mas Broadley conseguiu romper o acordo e um ano depois voltou a desenvolver novos projetos, criando o maravilhoso Lola T70 em 1965.
O T70 teve muitos triunfos no mundial de marcas e o título da Can-Am em 1966 com John Surtees, em 1 ano foram produzidos 47 Lolas T70 nas versões Mk1 e Mk2.
Lola Mk6
Em 1966, a Lola também conseguiu a sua primeira vitória em Indianápolis com a equipe John Mecom, foram alinhados 3 carros T90's para os pilotos Jackie Stewart, Rodger Ward e o vencedor Graham Hill, na edição de 1967 conseguiram o segundo lugar com Al Unser pilotando um chassi T90 modificado. 
A Lola ficou fora da F1 até 1967 quando então fecharam um acordo para ajudar a Honda Racing e o piloto John Surtees. 
A Honda estava com um problema de excesso de peso no chassi, a Lola utilizou um T90 (que correu em Indianapolis em 1966 como base) para desenvolver um novo carro, nascia o Honda RA300 (ou Lola T130) que foi o vencedor do GP da Itália daquele ano. 
Lola T70 Mk1
O Lola T70 seguiu sendo aprimorado nos anos seguintes, mais de 100 unidades foram produzidas e vieram várias vitórias, entre elas Denny Hulme venceu o Tourist Trophy em 1968 com um Mk3B (ou T76), entre 1969 e 1970 pilotos como Frank Gardner, Trevor Taylor, Paul Hawkins e Mike de Udy tiveram várias vitórias em eventos da SCCA. 
A Lola renovou o modelo T70 para enfrentar a temida McLaren no campeonato de Can-Am, mas em 1968 conseguiram apenas uma vitória, foi na etapa de Las Vegas com John Surtees. 
Em 1969 foi lançado o T162, mas novamente foram atropelados pelos McLarens, o sucessor foi o T163 com que Parsons conseguiu apenas um segundo lugar e dois terceiros.

Hot Dicas - 95octane

95octane Logo

Aqui vai mais uma dica de um site legal para "gearheads". Como ele se auto define, são notícias de lançamentos de carros novos, conceitos, clássicos e novas tecnologias, além de vídeos e afins...

20/07/2018

Rat Fink


No final dos anos 1950 Ed “Big Daddy” vendia sua arte em gravuras e camisetas “Weirdo”, nas feiras e exposições de automóveis na Califórnia.
Nesta época ele já era conhecido dentro do mundo hot Rod e da Kultura Kustom, mas quando a revista “Car Craft” publicou seus desenhos, na edição de agosto de 1959, Big Daddy virou uma celebridade.
Roth não se acomodou com o momento, foi pensando em novas formas de expressar a sua arte que teve a ideia de criar uma mascote...
Como seria este mascote?
Não sabemos se foi por acaso, mas foi a partir de um simples desenho em sua geladeira que ele criou o grotesco personagem chamado RAT FINK.
O personagem tomou forma de um rato verde e cinza, vestia um macacão vermelho com as iniciais "RF", frequentemente mostrado dirigindo carros ou motos insanas e customizados, tinha olhos esbugalhados e enlouquecidos, gordo, boca aberta, dentes afiados e passava a ideia de pouca preocupação com higiene pessoal...
Tudo contra a tendência conservadora da sociedade americana da época! 
Rat Fink chamava a atenção por representar o oposto do personagem queridinho da sociedade americana do pós-guerra; o Mickey Mouse. 
E era mesmo um verdadeiro “anti-herói”, uma evidente resposta de Roth contra as transformações “culturais” da época, das quais ele não concordava muito...
Se Ed "Big Daddy" Roth já era considerado um gênio na customização de carros, Rat Fink que lhe trouxe outro reconhecimento: fama. 
Após aparecer em um anúncio da revista Car Craft de julho de 1963, chamado de "A raiva na Califórnia", o mascote virou um sucesso entre os jovens americanos. Não demorou para o Rat Fink começar a aparecer em camisetas, carteiras, chaveiros, brinquedos, adesivos entre outros produtos lucrativos, mesmo sem nunca ter tido uma animação própria como a sua "antítese" Mickey Mouse.
Ed Roth ganhou um bom dinheiro com estes produtos, ainda em 1963 a Revell Model Company lançou um kit de plástico do personagem, a primeira série de produção foi vendida entre 1963 a 1965 e hoje é sonho de qualquer colecionador.
sucesso do Rat Fink encorajou Ed Roth a criar outros personagens (monstros), entre eles Drag Nut, Mother's Worry e Mr. Gasser, que também fizeram muito sucesso entre os anos 1960 e 1970. 
Esta forma de arte acabou sendo conhecida como “Monster Hot Rod” e em 2006 foi retratada no documentário de Ron Mann, chamado “Tales of the Rat Fink”.
Depois do kit do Rat Fink, a Revell lançou nos anos seguintes novos kits das outras criações de Roth, vários foram reeditados por muitos anos e ainda hoje são populares entre os aficionados de Hot Rod e Kustom Culture.
Aos poucos o Rat Fink foi ficando um pouco esquecido do grande público, mas na década de 1990 acabou “resgatado” no movimento grunge, aparecendo novamente na arte de álbuns, pôsteres de concertos e outros materiais promocionais.
Longa vida ao nosso rato preferido!