14/09/2020

Land Speed Racing

As "Land Speed ​​Racing" foram os primeiros capítulos da história do universo hot rod, e
ssas corridas começaram no sul da Califórnia na década de 1920 e existem até hoje.
Naquela época os pioneiros "hot rodders" procuravam desafios, aventura e maneiras de expandir a velocidade de seus carros, mas faltavam recursos e pistas de corrida.
Por outro lado, não faltava criatividade e força de vontade para contornar essas limitações, muitos rodders usavam até seus carros do dia a dia, como Ford modelos A e B de quatro cilindros, para correr e a alternativa para a falta de pistas foi correr nos lagos secos no deserto de Mojave. 
Eram locais que ofereciam o necessário para um carro (ou moto) atingir sua velocidade máxima; ficavam a poucas milhas das grandes cidades, eram abertos ao público e tinham longos trechos de superfícies planas e compactas.
“No início, eles apenas dirigiam seus carros de LA para os lagos secos, tiravam os para-lamas e corriam”, relato de Jim Miller, curador e historiador da American Hot Rod Foundation. 
Na verdade, o sucesso das corridas em lagos secos foram resultado da convergência de muitos fatores; proporcionou encontros de jovens amantes de carros, as dificuldades econômicas pós-depressão, época de uma juventude inquieta, o desafio de fazer disputas, tudo isso aos poucos foi sendo agregado como um estilo de vida.
O lago seco de Muroc, atualmente chamado de Rogers Dry Lake, a nordeste de Lancaster, foi o primeiro local a se tornar popular para disputas ainda nos anos 1920, depois vieram Harper, Rosamond, El Mirage e Bonneville.
Os primeiros eventos eram simples corridas entre 2 ou 3 carros (às vezes até 5), alinhados lado a lado e partindo até uma linha final, o vencedor era determinado por sua velocidade relativa, pois os carros eram "divididos" em grupos de acordo com a sua capacidade ou potência. Nem é preciso dizer que os critérios dessa divisão era motivo de muita controvérsia, ou picaretagem. 
Outra forma de competição eram as provas de quebra de recordes de velocidade, onde o que interessava era a velocidade bruta que um competidor conseguia atingir, utilizando todas as "armas" disponíveis. 
A medida que a popularidade e a velocidade das corridas aumentavam, as coisas ficaram perigosas demais e os acidentes com ferimentos graves cada vez mais frequentes, logo a situação chegou ao ponto da polícia ameaçar fechar tudo. 
Na tentativa de por ordem em tudo, antes de fosse tarde demais, os competidores começaram a ser organizar em clubes e associações.
No começo dos anos 1930 apareceram os grupos organizados, como o "Muroc Racing Association", tais grupos definiam regras e regulamentos para tornar as competições mais seguras e justas (por ex. carros classificados em classes: Roadster, Modified ou Streamliner). 
Em 1937, houve o impulso definitivo quando vários clubes da região de Los Angeles se fundiram e formaram o SCTA "Southern California Timing Association" (contamos sobre isso neste post), no ano seguinte já existiam 23 clubes só na California e o SCTA se tornou órgão de aprovação proeminente destas provas.
As corridas só foram interrompidas na época da Segunda Guerra Mundial por causa do racionamento de gasolina e o alistamento maciço de jovens (competidores). 
Com o final da guerra, e a volta dos soldados para casa, os fabricantes de automóveis voltaram a produzir carros com motores maiores e mais potentes e as disputas nos lagos secos voltaram mais fortes ainda.
Essas provas foram determinantes para consolidar o termo “hot rod” e se tornaram os principais eventos, reunindo mais de 200 carros e milhares de espectadores.
Nesta época surgiram muitos personagens e empresas que hoje são considerados lendas do universo hot rod, tais como; Alex Xydias, Bill Burke, Ed Iskenderian, Vic Edelbrock, Dean MoonSo-Cal Speed ​​Shop e tantos outros...
E não foi só isso, Muroc acabou se tornando um lugar "sagrado" para os recordes de velocidade, em 14 de outubro de 1947, Chuck Yeager partiu do Muroc Army Airfield e atingiu a primeira velocidade supersônica (Mach 1,07 ou 807,2 mph) com o avião-foguete Bell X-1.
Ao longo dos anos seguintes muitas tentativas de recorde mundial de velocidade em terra foram feitas em Bonneville, escolhido por ser um local de superfície mais apropriada, já os eventos "Land Speed ​​Racing" no deserto de Mojave continuam relevantes até os dias de hoje. Só em El Mirage ocorrem até 6 eventos por ano, de acordo com as condições de clima e terreno.
Passados mais de 70 anos, as corridas nos lagos secos e desertos continuam despertando fascínio, admiração e respeito dos amantes da velocidade. 
A história e a tradição das "land speed racing" está viva e, ao que parece, fica cada vez mais jovem com o passar do tempo!

20/08/2020

Carros Feios (Parte 7)

Mais um capítulo da nossa série sobre "voitures laides comme l'enfer"...
Como vocês já perceberam neste post vamos falar de 3 aberrações, digo carros, de marcas franceses. 
Então, viens mes ami;
19) Renault Avantime: 
Fabricado entre 2001 e 2003, para ser exato, teve 8.557 unidades produzidas, uma produção baixa para os padrões europeus.
Esse "grand tourer" foi projetado e construído nas instalações da Matra, mecanicamente era um bom projeto e com boa qualidade de produção. No design trazia algumas inovações como a ausência da coluna B, mas o estilo "caixa" acabou não despertando tantas paixões mundo afora (taí os números de vendas que não nos deixam mentir).
O nome "Avantime" é uma junção das palavras francesas "Avant" (a frente) e inglesa "time", talvez ele tenha sido mesmo a frente do seu tempo, um incompreendido pelos consumidores...
20) Citroen BX:
Taí um caso que podemos considerar, digamos, auto-explicativo!
Apresentado como um grande carro familiar, o modelo BX foi produzido de 1982 a 1994. Projetado para ser leve e ter um desempenho e consumo diferenciados, para isso usaram muitas partes feitas de plástico, o que trouxe problemas de durabilidade e ruído.
O projeto foi assinado por Marcello Gandini, que certamente não estava nos seus dias mais inspirados, mas temos que dar um desconto porque o "design" Francês da época usava e abusava dos elementos retilíneos.
Ao todo foram fabricados 2.315.739 unidades do BX, o que não é um resultado nada mal em termos de vendas.
Outro caso de um carro com muitas vendas para se perguntar "já imaginaram se fosse bonito" ?!?!!
21) Citroën Ami 6: 
O Ami 6 foi lançado em 1961, a ideia da Citroën foi posiciona-lo entre o modelo de entrada da marca, o icônico 2CV, e o então modelo mais sofisticado, o Citroen DS.
O Ami 6 utilizou a plataforma do 2CV, barata e eficiente, e inicialmente motorizado com um "poderoso" motor de 602 CC, capaz de levar esse sedã familiar a "incríveis" 105 km/h de velocidade final. 
"Ami" é a palavra francesa para amigo, amigável sim, mas certamente as soluções que os engenheiros usaram para melhorar o espaço de bagagem e conforto interno causaram, digamos, impactos relevantes no estilo do carro.
O carro saiu de linha em 1978, com 1.840.396 exemplares fabricados durante seus 17 anos de produção.

18/08/2020

Bruce McLaren (Parte 2 - Final)

No post anterior falamos da saga da equipe McLaren na F1, nos anos de Bruce como piloto e dirigente, mas foi mesmo na série Can-Am que o talento de design e engenhosidade de Bruce e sua equipe trituraram a concorrência.
Entre os anos de 1967 e 1971 a equipe McLaren venceu todos os 5 campeonatos de pilotos (Bruce McLaren foi campeão em 1967 e 1969) da série disputada nas pistas americanas e canadenses.
Em 1967 o modelo M6A venceu cinco das seis corridas, em 1968 o M8A teve quatro vitórias em seis corridas, no ano seguinte os incríveis M8B foram simplesmente imbatíveis, vencendo todas as 11 corridas e em 2 delas fizeram 1–2–3 (McLaren, Hulme e Mark Donohue). 
No campeonato de 1970 o modelo vencedor foi o M8D, em 1971 o campeão foi o M8F, neste período os carros laranja da McLaren tiveram 56 vitórias na Can-Am, muitas delas com Bruce McLaren ao volante.
Infelizmente, essa maravilhosa história de sucesso foi interrompida tragicamente durante uma sessão de testes do M8D, em 2 de junho de 1970, no circuito de Goodwood Circuit, na Inglaterra.
Já era final do dia e as atividades estavam praticamente encerradas, mas Bruce decidiu dar mais algumas voltas para testar uma nova regulagem da asa traseira, ao contornar a curva Woodcote a asa traseira quebrou e a súbita perda de força aerodinâmica fez Bruce perder o controle do carro. Bruce saiu da pista e atingiu um posto utilizado pelos bandeirinhas de pista, ele teve morte instantânea.
Coisas que não podemos explicar; A programação dos testes já tinha sido encerrada, a regulagem utilizada no teste não serviria muito para as corridas, o carro foi sair justamente numa curva com pouca proteção e, para finalizar, bateu no posto de sinalização que seria demolido nos próximos dias para aumentar a segurança!!!!
M8D
Uma fatalidade ou azar!?!?! 
Difícil explicar, o fato é que o automobilismo perdeu um dos seus maiores talentos, de dentro e fora das pistas. Com apenas 33 anos, Bruce deixou suas irmãs Pat e Jan, a esposa Patty e filha Amanda. 
Após o desaparecimento de Bruce a equipe McLaren seguiu determinada em manter o seu legado, desde 1970 já trocou de mãos algumas vezes, mas continua sendo uma das mais tradicionais e vencedoras equipes do automobilismo. 
Vamos lá; Na F1 foram 8 títulos de construtores e 12 campeonatos de pilotos, na Indy venceu 3 edições da Indy 500, teve vitórias nas 24 horas de Le Mans e 12 Horas de Sebring (com o modelo F1 desenhado por Gordon Murray) e, que já falamos, os verdadeiros massacres na CAN-AM.
Bruce McLaren é reconhecido como um piloto competitivo e talentoso, mas seu maior legado definitivamente foi a construção da McLaren Racing Team, isso não seria possível sem as suas habilidades diferenciadas de administrador, engenheiro e gerente.
Sem dúvida, mesmo partindo tão jovem, Bruce McLaren foi uma das maiores personalidades do esporte a motor de todos os tempos.
NÚMEROS DA CARREIRA (COMO PILOTO):
F1: 98 GP's, 4 vitórias, 27 pódios, 3 voltas mais rápidas
Tasman Series: Campeão em 1964
24hs Le Mans: Vencedor em 1966
Cam-Am: Campeão em 1967 e 1969
PRÊMIOS E RECONHECIMENTOS:
1990 - Introduzido no Hall da Fama dos Esportes da Nova Zelândia
1991 - Introduzido no Hall da Fama do Automobilismo Internacional
1991 - Introduzido no corredor da fama de Indianapolis Motor Speedway
1994 - Introduzido no Muro da Fama do New Zealand Motorsports (*)
1995 - Introduzido no Hall da Fama da América do Automobilismo
2000 - Motorsport NZ (*) e Prodrive Trust criaram a "Bruce McLaren Scholarship" para ajudar futuros pilotos da Nova Zelândia
2015 - O circuito Taupo Motorsport Park, na Nova Zelândia, foi renomeado Bruce McLaren Motorsport Park
(*) Orgão do governo da Nova Zelândia que regula o automobilismo local 

12/08/2020

PIN-UPs

A arte "pin-up" 
(ou "poster" numa tradução literal para o português) tem muita afinidade com o universo Hot Rod e a Kultura Kustom, pode ser apenas pelo visual ou gosto, mas é inegável que uma modelo "pin-up" fica muito bem ao lado de um carro ou moto customizada.
Esta forma de expressão e arte é bem mais antiga que a aparição destes movimentos, existem registros de "pin-ups" desde a década de 1890. 
Nesta época artistas e principalmente atrizes burlescos (*) divulgavam seus shows e eventos através de desenhos, pinturas, fotografias e ilustrações publicadas em revistas, jornais, cartazes, calendários e até cartões postais. 
Na virada do século XX, com a fotografia cada vez mais popular, os trabalhos passaram a ter um mercado próprio, os modelos "pin-up" passaram a ser atrizes famosas e bonitas cujos trabalhos eram divulgados em exibições informais, como diz o termo, para serem pendurados em uma parede. 
No período da WWI artistas como "Miss Fernande", supostamente Fernande Barrey, fizeram muito sucesso entre soldados de ambos os lados do conflito. 
Miss Fernande
Nessa época as fotos e desenhos "pin-up" passaram a exibir mais sensualidade, grandes decotes e até nudez frontal, ficando conhecidas como "cheesecake", uma gíria americana para imagens de mulheres seminuas ou nuas.
Tais imagens bateram de frente com grandes tabus do início do século XX, afinal os conceitos sobre sexualidade e visibilidade pública desta época eram muito diferentes dos dias atuais...
Depois de um período de menor relevância e polêmica, as "pin-up" reapareceram com força em 1941, não por acaso durante o sombrio período da WWII e após os Estados Unidos se envolverem de fato no conflito. 
Atrizes famosas passaram a ser desenhadas e fotografadas em pôster e estes vendidos para entretenimento pessoal. Uma das personalidades "pin-up" mais populares desta época foi Betty Grable, cuja foto ou pôster era quase obrigatória nos armários ou mochilas dos soldados americanos.
Ilustração de Betty Grable
Outra manifestação que se popularizou na época de WWII foi utilizar "pin-ups" como inspiração para pinturas "nose art", os desenhos usados para batizar aviões e blindados de combate (falamos desse assunto aqui), hoje em dia vemos muito desta inspiração para batizar um hot-rod ou moto customizada.
O estilo "pin-up" da década de 1940 ficou conhecido como "beleza natural", porque existiam poucos recursos disponíveis para elaborar as imagens (roupas, maquiagem, recursos técnicos), e acabou sendo o estilo determinante das formas e estilo "pin-ups" que vemos nos dias atuais.
Entretanto, se engana quem pensa que existiam apenas mulheres "pin-ups", os "pin-ups" masculinos ficaram conhecidas como "bife" e, apesar de não fazer tanto sucesso, vários famosos como James Dean foram retratados neste estilo.
As imagens "pin-up" sempre provocavam muitas críticas, principalmente das feministas que, já na década de 1950, alegavam corromper a moralidade social e a dignidade feminina, diziam que tais "exibições sexuais públicas" atentavam contra os padrões morais. 
Com o final da WWII, milhares de soldados voltaram para casa e com eles vieram traumas e novos costumes, acelerando transformações sociais e econômicas.
Novos movimentos foram incorporados na cultura popular, principalmente nos EUA, tais como a Kultura Kustom, Hot Rods, centenas de motorcycle clubs, na Europa o movimento café racer e tantos outros.
Acabou sendo natural a modelagem "pin-up" tornar-se uma subcultura neste universo, voltando ao nosso "gear world" foi ficando muito comum pintar figuras no estilo "pin-up" para complementar o visual de carros e motos customizadas, principalmente nas personalizações que seguem estilos mais originais dos anos 1940, 1950 ou rat hod. Vamos lembrar que muitos pioneiros da customização da época serviram na WWII.
O estilo e ousadia "pin-up" é presente entre os membros das diversas tribos da Kultura Kustom, sendo expresso no visual das garotas (roupas, cabelo, maquiagem, etc.) ou até como estilo de vida. 
Podemos dizer que, poucos perceberam, esse movimento foi gradativamente inspirando "conceitos" sobre sensualidade e padrões de beleza, um dos primeiros exemplos foi a Gibson Girl, uma representação da "New Woman" desenhada por Charles Dana Gibson resumindo os padrões ideais de beleza feminina no começo do século XX.
Com o passar dos anos as imagens "pin-up" não deixou de se renovar, seja nos trabalhos comerciais ou na pintura de carros e motos.
Também foi incorporando as novas influências da moda e estilo no universo feminino cada vez mais respeitado, tanto que é adotado por várias personalidades e marcas atuais, tais como as cantoras Katy Perry e Lana Del Rey, a atriz Dita Von Teese ou no estilo das roupas de marcas internacionais como a Victoria Secret´s.
(*) Derivado da palavra Italiana "burla", que significa piada, ridículo ou zombaria.

10/08/2020

Feliz Dia dos Pais!!!

1964 - Damon Hill alinhando contra um oponente complicado chamado Damon (de 4 anos de idade)
1964 - O campeão de F1 Damon Hill na sua BRM alinhando contra
um oponente de respeito, chamado Damon (de 4 anos de idade)!